Os leaks não são uma ciência exata. É quase certo que vão surgir a antecipar o lançamento de um qualquer aparelho eletrónico, mas nem sempre correspondem à realidade. É certo que chegam às mãos de quem os publica através de uma "fonte anónima, próxima da empresa", que raramente é identificada, mas nem sempre acertam com as previsões. No seio deste fenómeno, que mina ou dinamiza a indústria (dependendo da perspectiva), há muita verdade e muita especulação que termina em mentira. Ponto assente, no entanto, é que os leaks não devem passar ignorados.

O ano passado foi um bom exemplo da importância destes conteúdos. E os mais atentos podem atestá-lo. Em julho de 2016, a um mês da apresentação do Samsung Galaxy Note 7, entravam "em circulação" as primeiras imagens do equipamento. Onze dias depois, a quase 60 dias do evento que viria a revelar os novos iPhone, o Weibo passava a alojar vídeos e fotografias que exibiam os primeiros moldes dos aparelhos. O tempo deu-lhes razão. As versões finais eram idênticas às reveladas antecipadamente e o efeito surpresa dissolveu-se antes de a marca ter sequer tido tempo de criar expectativa.

Este ano, a história repetiu-se com o S8 e com o LG G6. As primeiras imagens do próximo smartphone da Apple também já estão online e nem o V30 escapou, graças a um "descuido" da sua fabricante.

Num inquérito realizado pelo TEK aos seus leitores, as respostas evidenciaram uma descrença mínima face aos leaks. Das opiniões registadas, apenas 20% disse não confiar neste tipo de informação - 6% disse que os leaks eram "coisas inventadas que só servem para alimentar os media" e 14% afirmou que "prefere esperar pela confirmação oficial".

Em contraste, 33% disse acreditar nos leaks que vê, sendo que 26% julga mesmo que alguns deles "são até provocados por fontes ligadas aos produtos". Os restantes 7%, dizem acreditar porque os leaks deixam sempre uma "ideia muito próxima do produto final".

A resposta mais dada não está, porém, em qualquer um dos extremos. Contas feitas, 47% dos votantes afirmou acreditar consoante a fonte do leak, reconhecendo que existem informações falsas e verdadeiras em circulação.