Compro um tablet ou um notebook? A questão tem sido colocada por muitos utilizadores que se interrogam sobre o melhor formato, numa altura em que os tablets se tornaram gadgets da moda mas com limitações evidentes no suporte à introdução de texto de forma rápida.

E a pergunta é tão mais pertinente quando os preços são comparáveis, rondando os 400 a 500 euros, e não justificando claramente uma ou outra opção.

O EeePad Transformer da Asus pode ser uma boa resposta para estas dúvidas já que a empresa conseguiu conjugar o formato Tablet com um teclado que se liga de forma (mais ou menos) fácil ao ecrã táctil, garantindo um Notebook funcional que ainda estende o tempo de bateria e o número de portas de ligação.

[caption]Eee Pad Transformer[/caption]

O novo equipamento já tinha sido mostrado em Portugal no início de Junho e o TeK já tinha partilhado as primeiras impressões, mas aproveitámos os últimos dias – e o fim-de-semana de tamanho alargado – para um teste intensivo ao novo gadget da Asus.

As duas componentes vinham muito bem arrumadinhas em duas caixas separadas, mas provaram a mesma conjugação perfeita que já tinha sido comprovada antes: o verso do tablet e do teclado são feitos do mesmo material ligeiramente rugoso, com uma cor interessante entre o castanho e o dourado muito escuro que lhe dá um toque de elegância, a que se junta o facto de terem ambos precisamente a mesma espessura. O que faz que quando fechado o conjunto seja harmonioso.

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Mas curiosamente foi a conjugação entre os dois elementos, o tablet e o teclado, o que acabou por gerar maior desconforto nos primeiros dias de utilização. Havia que decidir logo de início se levava apenas o tablet ou também o teclado.

E quando estava a usar as duas peças em simultâneo havia muitas vezes a tentação de tocar no ecrã em vez de usar as teclas ou o trackpad. Ou a questão muitas vezes presente: será que não realizava a mesma tarefa só com o tablet?

A solução foi uma espécie de “tratado de Tordesilhas” que provavelmente vai ser adoptada por outros utilizadores: fora de casa vale a pena levar apenas o Tablet. Em casa o teclado está sempre disponível para tarefas de escrita mais exigentes e para “ajudar” na autonomia com a bateria extra.

Assente este primeiro ponto há que admitir que a facilidade de utilização é um dos pontos chave do Eee Pad Transformer, seja em que modelo for. Ao início é preciso alguma adaptação para "ligar o tablet ao teclado - há que mover uma patilha e encaixar o tablet no espaço certo - mas depois de duas ou três repetições a tarefa passa a ser quase mecânica, até porque se perde o receio de partir algum componente. Tudo parece suficientemente robusto para sofrer alguns empurrões, pelo menos aparentemente.

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O ecrã de 10,1 polegadas é excelente para qualquer tarefa e tem um ângulo de visão próximo dos 180 graus que facilita a partilha de um vídeo, um jogo ou até de visualização de páginas web com companhias curiosas sem ter de “colar” demasiado as cabeças para espreitar.

HoneyComb artilhado
O sistema operativo pré-instalado é o Android Honeycomb na versão 3.0 mas rapidamente o sistema avisa para a disponibilidade da versão 3.1 que traz vantagens de estabilidade e segurança. O Flash Player 10.3 também não vem pré carregado, mas basta uma visita a um site que obrigue à sua utilização para aceder rapidamente ao Android Market e fazer o download e instalação do componente de 4,22 Mbytes.

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Por dentro o novo tablet da Asus tem um processador Nvidia Tegra 2, 1 GB de memória e armazenamento de 16 GBytes (está também disponível o de 32 GB) que se mostrou à altura das exigências e da abertura em simultâneo de muitas (demasiadas) aplicações, sem esforço aparente. Mesmo assim a determinada altura tive de assumir que era demais e forçar o fecho de algumas…

Entre as aplicações pré-instaladas – e que incluíam o Kindle para Android – a Asus oferece várias ferramentas exclusivas para os utilizadores, entre os quais o MyCloud, MyDesktop e @Vibe. Estas permitem o acesso a armazenamento de dados na Web, ligação remota ao desktop do PC do trabalho ou de casa e ligação a uma biblioteca de rádios, músicas e eBooks e são uma alternativa bem vinda a outras aplicações que podem ser descarregadas do Market.

Para a área da produtividade a empresa preparou ainda o Polaris Office, que permite visualizar e editar documentos de Word, Excell e PowerPoint no tablet e que justificam (ou exigem!) o recurso ao teclado.

Depois há todo um mundo de outras ferramentas a descobrir, desde os utilitários aos jogos. Mas com cuidado, como recomendam as últimas notícias de malware identificado em aplicações que estavam disponíveis para download na loja da Google.

As câmaras fotográficas de 5 Megapixels na traseira e de 1,2 megapixels na frente qualificaram-se para as funções de captura de imagem e de chat, mas confesso que não me consigo habituar a tirar fotos com um tablet. Ao contrário dos telemóveis que são muitas vezes o melhor recurso à mão, não me parece que o tablet venha a substituir a câmara fotográfica…

A principal limitação do Eee Pad Transformer talvez resulte do facto de ter apenas Wi-Fi. Está já pensado um modelo com 3G - ainda sem data definida - mas o facto do sistema ser intensamente dependente da Internet faz com que as funcionalidades acabem por ser muito limitadas num ambiente onde não há redes wireless. E senti esse problema de forma premente durante o último fim de semana...

Tirando este (pequeno) pormenor, no conjunto a avaliação é positiva e o destaque vai mesmo para a facilidade de utilização, robustez e qualidade do design. Mesmo quando levanta dúvidas funcionais, a existência de alternativa – com a utilização do teclado físico – é bem-vinda.

Por isso, se está a considerar comprar o Asus Eee Pad Transformer vale a pena investir já no teclado para uma solução mais completa, até porque individualmente o tablet custa 399 euros – na versão de 16 GB – e com a eStation (o teclado) custa 499 euros. Mas se decidir à posteriori terá de desembolsar mais 50 euros para comprar este acessório, porque a eStation custa 149 euros.

Fátima Caçador

Nota da Redacção: Foi feita a correcção de uma gralha no nome da aplicação Polaris Office e acrescentada uma clarificação do preço da eStation face às dúvidas que alguns leitores revelaram.

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