A promessa de "independência" em relação à tomada elétrica já é antiga, e desde baterias extra a carregadores solares - ou usando água - as soluções apresentadas são muitas, mas pouco práticas, ou demasiado caras, como o TeK tem noticiado.

Só mais recentemente os próprios fabricantes de equipamentos começaram a investir em modelos de carregadores sem fios, e a Nokia acabou por ser pioneira nesta área, integrando nos Lumia 920 e 820 a tecnologia proposta pelo consórcio Qi-Wireless Power, com uma placa de carregamento que depois combinou de forma mais estilizada com as almofadas fatboy.

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Já antes a Duracel tinha experimentado uma solução inovadora, com o MyGrid - que ainda hoje é possível de encontrar em Portugal - mas que obrigava sempre à ligação de um adaptador aos telemóveis ou dispositivos a carregar. A empresa de pilhas não desistiu e mais tarde lançou o PowerMat que funciona com capas especiais para Galaxy e iPhone, logo ai limitando a universalidade da utilização.

O TeK já tinha experimentado a solução da Duracell, comprovando que não era muito prática, mas a proposta da Nokia assume-se como muito mais aliciante, embora limitada a quem comprou smartphones Lumia 920, 820 ou 720, estes últimos obrigando também à aquisição adicional de uma capa extra.

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O Nokia Wireless Charging Pillow by Fatboy pode ser encontrado à venda junto de outros acessórios da marca, em algumas lojas, e custa cerca de 100 euros, não exigindo qualquer configuração na instalação, nem mudança de capas do smartphone. Alguns operadores estão mesmo a oferecer a almofada de carregamento em conjunto com a compra do smartphone, como acontece na Vodafone

Basta ligar à corrente, colocar o telefone sobre a almofada, com o ecrã virado para cima, e de imediato se acende a indicação de que o telefone está a ser carregado, com um aviso sonoro a acompanhar. Nem é preciso consultar o manual.

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O sistema não usa nenhuma magia especial, apenas ciência, e consegue realizar o carregamento da bateria por indução magnética, usando uma base emissora de corrente composta por um rolo de compósitos metálicos que criam um campo magnético através do qual é induzida voltagem. No telemóvel existe uma bateria com um rolo semelhante, mas que vai funcionar como o recetor da corrente induzida.

O recetor já está integrado no chassi do Nokia Lumia 920, dispensando a troca de capas que fazia parte dos procedimentos obrigatórios de sistemas propostos pela Duracell, ou dos mais recentes carregadores wireless do Samsung Galaxy S4. Lamentavelmente o mesmo não acontece no Lumia 820 ou 8720, que obrigam à compra de uma capa especial, uma prática que a Nokia poderia rever em favor dos clientes.

Na prática, para quem tem um Lumia 920, a solução permite que pouse o telemóvel sobre a almofada (ou a própria placa DT-900 da Nokia), na posição certa, e que consiga uma reposição da carga da bateria, sem ter de ligar fios adicionais.

O carregador pode estar permanentemente ligado à corrente e, mesmo com as cores alegres das almofadas fatboy, não causa grande impacto visual ou ecológico. A Nokia garante que o dispositivo praticamente não consome energia quando não está em uso, ficando sempre pronto para utilização.

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Mas, para além do lado prático da utilização - que dispensa o ritual de ligar o carregador à porta micro USB - há também que considerar a performance (leia-se tempo de carregamento). E é aqui que esta solução ainda perde pontos comparada com os modelos tradicionais.

No carregamento normal, a um carregador ligado à ficha elétrica, o tempo de recarga total da bateria ronda as 2,3 horas, mas com a placa DT-900 o tempo necessário para repor a carga total de uma bateria pode ultrapassar as três horas.

É claro que normalmente as baterias dos smartphones não ficam totalmente descarregadas, até porque muitos utilizadores já adotaram o ritual de ligar os cabos à porta USB do computador no trabalho e em casa, ou ao carregador de isqueiro no carro.

E numa situação de recarregamento ninguém está a olhar para o relógio a ver quanto tempo demora a bateria até chegar aos 100%. Sobretudo se não tiver de ligar ou desligar cabos.

Por isso esta ligeira diferença de tempo não serve propriamente como desvantagem no uso do carregador wireless.

A avaliação já é porém diferente em relação ao custo. Depois de gastar mais de 550 euros na compra de um smartphone é preciso ter os bolsos bem fundos para gastar mais 100 euros num carregador wireless... Por muito interessante e prático que seja o conceito!

A combinação dos dois elementos num único "pacote", sem aumentar o preço final, como faz a Vodafone, já torna a ideia mais interessante.

Depois de todos os aspectos ponderados, e da experiência de algumas semanas e vários ciclos de carga total do Lumia 920 com a almofada fatboy, a única desvantagem que encontrámos é agora voltarmos a ter de pensar que é preciso ligar o telefone aos cabos para recarregar....


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador