O G Pad que nas últimas semanas passou pela redação do TeK revela-se uma boa opção para quem procura num tablet um companheiro para ter acesso fácil e em dimensões convenientes às últimas da Internet, ou gosta de usar o tempo em trânsito para jogar e tirar partido de conteúdos multimédia. O modelo pode não ser boa companhia para quem usa de forma exaustiva o teclado, a não ser que procure uma forma novadora de desenvolver os bicepes, mas os 342 gramas, as dimensões de um Moleskine e os 199 euros (mais 100€ na versão com 4G) valem um segundo olhar ao potencial do conceito.
Para começar, é preciso assumir que ter um tablet capaz de garantir uma experiência razoável no consumo de conteúdos multimédia e nas tarefas básicas de gestão do email, em dimensões compatíveis com uma mala feminina, é sempre um aspeto positivo, se usar uma mala feminina claro. Mais ainda, se a integração do gadget nesse habitat permitir manter lá dentro tudo o que já lá estava e isso não implicar chegar ao final de dia com dores nas costas e vontade de trocar a mala por um trolley com rodinhas.
Mas, sendo relevante o bom transporte do gadget, interessa pouco se o dispositivo não conseguir somar outros pontos a favor. No caso deste G Pad, a combinação de características revela-se adequada e capaz de oferecer uma resposta satisfatória nas tarefas diárias.
O processador de quatro núcleos, a 1,2 GHz, responde de forma competente às tarefas mais exigentes e sobrevive sem grandes vacilos às disputas familiares pelo melhor resultado em vários jogos. Ressentiu-se mais a bateria (4.200 mAh), que embora seja um dos pontos fortes do modelo numa utilização normal, reage rapidamente a duelos animados por gráficos mais poderosos. Numa utilização moderada - acesso à Internet para consulta de informação e consulta de email - o G Pad 8.0 vence sem dificuldades um dia normal de trabalho.
A experiência de imagem no consumo de conteúdos faz-se sobre 1280x800 pixéis, que asseguram uma densidade de 189 pixéis por polegada. Não é uma combinação brilhante, com o ecrã IPS ajuda a garantir uma experiência bastante aceitável, se quiser consumir vídeos ou outros conteúdos multimédia, desde que não seja muito exigente com o som, que não vai além do razoável.
Diz-me tablet, alguém tira selfies melhor que eu?
Outras características do modelo ao nível do hardware são a RAM de 1 GB, uma memória de 16 GB e a câmara de 5 megapixéis, apoiada por uma câmara frontal de 1,3 megapixéis. As especificações não permitem sonhar com uma superqualidade de imagem, mas as ferramentas de edição asseguram a possibilidade de fazer algum trabalho criativo.
Pode contar com alguns filtros para modificar o aspeto das fotos que recolher e com uma seleção de molduras. Também é possível ajustar parâmetros como o brilho, sombras, entre outros.
Ainda em relação às câmaras, uma nota para os adeptos das selfies, relfies ou mesmo belfies, porque não! A função Selfie deste LG promete dar-lhe tempo para encenar o melhor autorretrato de sempre. É simples: ative a funcionalidade, prepare-se, vire a palma da mão para a câmara e feche-a. Quando o faz é ativada uma contagem decrescente e segundos depois sai a foto.
Ao nível do hardware vale ainda a pena dizer que a LG optou neste modelo por introduzir apenas dois botões, que estão do lado direito e que servem para ligar e desligar e dar ou tirar volume. A entrada para cartões microSD e microSIM é partilhada e está na parte de cima do dispositivo.
Em termos de conectividade o G Pad garante suporte para Bluetooth 4.0, Wi-Fi e, se assim entender, 4G. É nesta opção que o modelo se torna mais competitivo no preço: custa 299,99€.
Passando às características de software, há vários pontos a destacar neste G Pad. O primeiro vai para a interface, que é da LG e que dá um toque personalizado ao Android (que aqui corre a versão 4.4).
Com o mesmo objetivo a fabricante integrou de origem um conjunto de aplicações no modelo, que também vai encontrar noutros produtos da marca. A mais divertida é sem dúvida o QuickRemote, um comando universal que pode transformar numa ferramenta prática para controlar os televisores lá de casa, ou simplesmente numa arma para irritar a família e mudar de canal sem aviso.
O QPair (atualizado) é outra app que merece destaque. Permite sincronizar tablet e smartphone e receber no primeiro notificações de chamadas e mensagens. É também uma aplicação útil para ajudar a encontrar o smartphone: se estiver sincronizada com o dispositivo pode fazê-lo tocar.
Uma nota ainda para o Knock Code, uma aplicação a partir da qual é possível definir códigos de segurança e combinações de toques no ecrã para tirar partido do tablet.
Vale a pena ter um G Pad?
Num primeiro impacto, a combinação de 210,8 x 124,2 x 9,95 milímetros deixou-nos dúvidas em relação à capacidade de um dispositivo com estas dimensões para satisfazer as tarefas do dia-a-dia, mas algumas semanas de utilização desfizeram o dilema. Sendo certo que um tablet de oito polegadas não poderá substituir a comodidade de um portátil, a configuração é interessante para quem procura num gadget deste tipo uma solução complementar para estar ligado.
As configurações não fazem da proposta da LG uma das mais refinadas do mercado neste tamanho, é certo, mas num modelo com limitações óbvias à possibilidade de se afirmar como alternativa ao portátil, levar a performance e o design ao limite também pode não ser assim tão relevante, já que terá um impacto óbvio (e grande) no preço.
A opção é de quem paga, sem dúvida, mas deve ser ponderada tendo em conta o uso que pretende dar ao dispositivo. O G Pad revela uma boa relação entre preço e características técnicas e traz o suporte 4G para um patamar de preço pouco habitual. Não se excede na qualidade, mas é suficientemente robusto para assumir o papel de "gadget de apoio" a um portátil, para quem acha que vale a pena investir num complemento desse género.
A LG aposta também em modelos com 7 e 10,1 polegadas que, além das medidas, diferem nas características.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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