Tivemos oportunidade de estar na apresentação oficial em Lisboa dos Yoga 530 e 730 da Lenovo, depois do primeiro vislumbre destes portáteis no Mobile World Congress, e ficou desde logo a boa impressão em relação ao que a marca estava a renovar face à geração anterior da gama.

Inevitavelmente, chegam os processadores de oitava geração da Intel, o que é uma boa notícia, e vários outros “pormaiores” que podem fazer a diferença junto do utilizador que procura um portátil bastante multitasking, passamos a redundância.

Aliás, nesta configuração, além da presença do Intel Core i7-8550U, há um outro componente que salta à vista (e às atenções dos jogadores, até): a placa gráfica dedicada NVidia GeForce GTX 1050 de 4 GB, cujo único “malefício” que detetamos é peso extra que acrescenta em relação ao “irmão” mais pequeno deste 730, o 530. De resto, são só vantagens.

Isto nota-se no desempenho. Graças a estes dois componentes referidos e também a 16 GB de memória RAM (DDR4-2400), o Lenovo Yoga 730-15IKB porta-se bem em praticamente tudo o que pedimos que faça. Não é um portátil gaming de topo, certamente, nem o mais poderoso da gama, mas vai deixar satisfeito o jogador de exigência média, de certa forma, aquele que usa o computador também para trabalhar e lidar com outros conteúdos multimédia.

Escusado será dizer que o portátil mostra uma fluidez total em qualquer tarefa desempenhada em ambiente Windows 10 Home, desde o simples uso de ferramentas de produtividade Office até à navegação na Web. A utilização diária normal de lazer, no fundo, para a qual o “recheio” deste modelo é mais do que suficiente.

Subindo a fasquia para a edição de fotografia e vídeo em alta definição, apenas o processamento de ficheiros de vídeo 4K realmente “pesados” poderão deter a competência desta configuração, o que acaba por ser normal.

Nos jogos, a perspetiva é boa, como já referimos, pelo que poderá fazer com que este Yoga 730 consiga correr praticamente todos os títulos do momento com settings elevados (talvez não no máximo em alguns casos). Apesar de não termos conseguido correr alguns jogos na resolução nativa do ecrã IPS de 15,6 polegadas (já lá vamos…), os resultados no 3DMark foram de 1.790, 4.091 e 8.727 nos testes TimeSpy, FireStrike e SkyDiver, respetivamente.

No PCMark 8, conseguimos 4.007, 3.526 e 2.947 nos modos de experiência Creative, Work e Home. Em suma, mesmo não sendo um portátil de jogos, o 730 está num nível médio neste campo. Talvez se sinta falta apenas de um ecrã com uma taxa de atualização mais rápida… Nas restantes tarefas, menos exigentes, está como “peixe na água”.

A utilidade do ecrã tátil

Ou a falta dela. Um dos destaques desta gama é o caracter “2 em 1” do portátil – o ecrã tátil roda totalmente, fica “costas com costas” com o chassis, e pode ser utilizado num formato tipo tablet. Talvez no modelo 530 esta seja uma funcionalidade sobejamente útil, neste 730 nem por isso.

Com 1,89 kg e uma espessura um pouco menor que o antecessor 720 (1,7 x 36 x 24,9 cm), é pouco prático manusear o portátil desta forma. A resposta tátil do painel, contudo, roça a perfeição: é multitoque, e a Active Pen 2, com 4.096 pontos de pressão, porta-se muito bem a todos os níveis.

Se não formos designers ou ilustradores, por exemplo, vamos limitar-nos a usar este estilete digital para tarefas simples como tirar notas, fazer uns rabiscos e controlar o Windows e alguns programas como substituição do rato e do dedo. Se trabalharmos nessa área, pelo que conhecemos desta pen em modelos anteriores, os recursos são vastos e o desempenho faz a diferença.

Este é um claro ponto a favor deste Yoga 730 de 15 polegadas, mesmo que continuemos a não gostar do modo com a caneta digital “viaja” com o laptop: é uma espécie de "gancho" que entra numa porta USB e segura a pen, em vez desta poder “entrar” no corpo do portátil quando não está a ser usada (e isto inviabiliza algumas ligações…).

Ainda sobre o ecrã, há bastante a dizer: tem as já referidas 15,6 polegadas e apresenta uma resolução 4K (3.840 x 2.160), além de, à saída da caixa, mostrar uma boa relação de cores e contraste. Os índices de brilho também parecem em bom nível, mesmo não sendo este o ecrã mais luminoso do segmento. Apenas uma luz solar a incidir diretamente sobre o ecrã poderá “manchar” um pouco o desempenho a trabalhar, por exemplo, mas os ângulos de visão são muito bons e a qualidade geral soberba. Os filmes em 4K do Netflix agradecem!

Design aprimorado, robustez, eficácia…

Estes são atributos ou adjetivos que não temos qualquer problema em associar ao que este Yoga 730 nos traz em termos de aspeto e feeling exterior. A estrutura em alumínio anodizado, em tons cinza rato, é tão elegante como robusta, a moldura em torno do ecrã está mais pequena e o sistema de dobradiça assente em dois braços (diferente da tecnologia usada nos Yoga Book) dá garantias.

Já a eficácia é relativa a três elementos em particular. Ao teclado estilo chiclete, com teclas de muito baixo perfil, silenciosas e, mais importante ainda, retroiluminadas. Este sim é um aspeto que dá muito jeito. Conforto e velocidade garantidos. Depois, o touchpad, amplo e preciso, além do sensor de impressões digitais, situado por baixo do teclado, à direita. Muito útil para entrar no Windows 10 automaticamente, por exemplo. Sem falhas num teste ligeiro.

Ainda neste campo, incluímos o desempenho sonoro, que não nos parece diferente da geração anterior – são colunas da JBL que garantem uma sonoridade interessante a todos os níveis, apesar de nos jogos (e filmes) aconselharmos o uso de uns bons auscultadores especializados.

E ainda o facto de o portátil não aquecer demasiado aquando de um uso mais intenso, mesmo com a bateria a carregar, algo que nos incomoda particularmente nalguns modelos concorrentes. É também silencioso, muito por culpa do disco SSD de 1 TB instalado.

Rápido a voltar à “ação”

Estamos a falar da funcionalidade de carga rápida que a Lenovo integrou neste modelo. Em poucas palavras, o sistema Rapid Charge da marca funciona efetivamente, um pouco à semelhança do que já encontramos em muitos smartphones da nossa “praça”.

Não conseguimos verificar se se obtém mesmo duas horas de funcionamento com apenas 15 minutos de carga, mas constatámos que a recuperação total de energia demora apenas 1h15m. uma boa marca.

No que toca à autonomia propriamente dita, ficamos divididos. A marca anuncia nove horas de funcionamento, um registo que não alcançámos nem de perto nem de longe, passamos a expressão. O mais próximo disso foram aproximadamente seis horas, e isto num uso “banal” à base de navegação na Web com ligação Wi-Fi sempre ativa.

Se o teste for um vídeo 4K em loop contínuo, o tempo baixa para qualquer coisa como 4,5 horas. A jogar, porventura a tarefa mais exigente que colocámos este Yoga 730 a fazer, ficámos com uma média de ciclos de 189 minutos. E dizemos que estamos divididos porque para trabalhar estes são registos positivos, que “vacilam” um pouco apenas quando “apertamos” com a configuração e com a placa gráfica, basicamente.

Pelo preço (1.899 euros), este é um bom patamar. Talvez seja um pouquinho elevado tendo em conta algumas limitações trazidas pelos portáteis neste patamar de configuração, mas não nos podemos esquecer que está dentro do quadro da concorrência no segmento e que estão incluídos alguns “argumentos” que ajudam a justificar o valor. Nomeadamente um ecrã IPS tátil rotativo 4K com 15,6 polegadas e bom desempenho, uma gráfica dedicada, um disco SSD com 1 TB e todo um bom feeling durante qualquer utilização.

Quer ligar dois ecrãs externos?

Por fim, as ligações e algumas referências adicionais. Fique a saber que a inclusão de uma porta Thunderbolt 3 permite ligar o portátil a um ecrã externo por esta via, ao mesmo tempo que pode fazê-lo também em simultâneo através da porta HDMI (algo que tinha ficado de parte no modelo anterior).

Estas duas ligações estão do lado direito do chassis, juntamente com o botão para ligar a máquina e com uma porta USB 3.1. Do lado oposto encontramos a saída de som de 3,5 mm para auscultadores/microfone, outra porta USB do mesmo género e a ligação para o transformador de energia elétrica. Não existe slot para cartões de memória, o que, na nossa opinião muito pessoal, é uma lacuna.

Em jeito de conclusão, e apesar de termos já referido o preço e alguns pontos fortes do Lenovo Yoga 730-15IKB um pouco mais atrás nesta review, a certeza que fica é que este é um portátil muito polivalente.

É exímio como ferramenta de trabalho (podendo ir até níveis exigentes), consegue dar conta do recado em praticamente todos os jogos mais procurados no momento para PC (desde que não usemos as definições gráficas ultra) e no consumo de conteúdos multimédia em 4K apresenta um desempenho sem mácula.

Não é perfeito, não é barato, não é o mais slim dos portáteis (e nem é o mais “poupado” em termos energéticos…), mas não é a isso que se propõe, até porque no interior está uma placa gráfica dedicada e com 4 GB de memória. Para trabalho ou entretenimento, esta configuração do Yoga 730 vale o preço a pagar, caso possa fazer o investimento, o que não invalida que não espreite modelos concorrentes igualmente bem servidos.

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