Há uma palavra que descreve bem o Toshiba Satellite Radius 11: eficiência. O portátil não é um estrondo, não é uma desilusão, é simplesmente eficiente.

Para perceber melhor a ideia, pense numa equipa de futebol onde há as estrelas que jogam sempre bem e há os jogadores abaixo do nível médio e cujas exibições são sempre questionadas pelos adeptos. O Satellite Radius 11 é o jogador esforçado que tem um rendimento constante e mesmo não sendo decisivo em alguns pontos, garante a consistência necessária para ultrapassar as dificuldades do campeonato.

E é uma eficiência que acaba por não sair muito cara ao consumidor e que além disso lhe garante um portátil bastante apelativo do ponto de vista estético. O preço do equipamento ronda os 500 euros, o que apenas parece injusto sabendo que existem algumas marcas que são agressivas no campo dos preços - como a Lenovo - e que têm portáteis muito competitivos.

Descubra se os altos e baixos do Radius 11 - modelo L10W-B - estão de acordo com as suas expectativas para o preço definido.

A parte dos olhos



A construção do Satellite Radius 11 é maioritariamente em plástico, mas não aparenta nada. A cor prateada e o padrão polido que lhe foram conferidos dão a entender uma construção em metal, mas que não se verifica de todo.

O computador transmite portanto uma sensação menos premium do que alguns dos seus pares que estão no mercado, mas não deixa de ser mais bonito do que a maioria dos seus rivais. A Toshiba usou, por exemplo, uma cobertura de plástico mais grosso, transparente e brilhante na tampa do equipamento que além de transmitir uma boa sensação ao toque, reforça o minimalismo e o modernismo do pacote no geral.

[caption]Toshiba Radius 11[/caption]

O que também engana, mas num sentido negativo, é o teclado. Apesar de as teclas cobrirem uma boa área da base do portátil, elas não se comportam de forma muito satisfatória. Algumas entradas não são correspondidas, outras são duplicadas e à medida que é escrita esta análise é preciso recorrer muitas vezes ao back space.

Algumas teclas também têm um tamanho reduzido e uma posição difícil de alcançar de forma prática, como as teclas direcionais, as teclas de acentuação e a tecla do símbolo “maior” e “menor”.

Para escrever com alguma consistência e sem erros é preciso dar batidas fortes nas teclas e num portátil de dimensões reduzidas e com um aspeto elegante parece na realidade que estamos enervados a escrever, quando não se trata desse cenário. Neste ponto o Radius 11 não convenceu de todo.

Já o trackpad não é muito grande, mas tem uma boa resposta, sobretudo as duas teclas que dão cliques fortes e certeiros.

Resta falar do ecrã que apesar de ter apenas uma resolução de 1.366x768 píxeis acaba por apresentar uma definição razoável. Os conteúdos têm contornos definidos e limpos, sendo que na navegação Web não são encontrados aqueles “grumos” de píxeis que tornam os conteúdos feios.

O mesmo já não se pode dizer da visualização de um vídeo, o que é uma pena sabendo que este Radius 11 pode assumir a posição de tablet.

E sobre a sua flexibilidade - que se confirma em cinco posições diferentes -, a posição do TeK é exatamente a mesma tomada relativamente ao HP Pavillion x360: em portátil é que funciona bem, o resto é só marketing e usabilidade para um grupo reduzido de profissionais, como comerciais.

[caption]Toshiba Radius 11[/caption]

Ainda relativamente ao ecrã pode dizer-se que a reprodução de cores também é satisfatória, havendo no entanto espaço para uma maior saturação das cores e sobretudo para a escolha de um painel que não seja tão reflexivo, principalmente em ângulos de visão não frontais.

Uma última nota para as dobradiças escolhidas: mesmo sendo bastante largas, fazem uma boa transição entre o ecrã e a base do computador, apresentando ainda uma boa robustez e ao mesmo tempo uma facilidade na inclinação da posição da parte superior do portátil.

A parte da barriga


O Satellite Radius 11 está longe de ser um portento de potência e grafismo. O processador Intel Celeron N2840 de dois núcleos a 2,16Ghz e a gráfica integrada Intel HD que varia entre os 311MHz e os 792MHz não abrem espaço para grandes aventuras. Ainda que o processador consiga atingir uma velocidade de relógio de 2,58Ghz graças à tecnologia Intel Burst, no fundo o desempenho mantém-se quase inalterado.

Quer isto dizer que o portátil da Toshiba serve perfeitamente para as tarefas do quotidiano como navegar na Internet e lidar com programas como o Libre Office. Mas aventuras mais exigentes, como um simples programa de visualização de objetos 3D, denuncia de imediato as limitações da máquina.

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Para os gamers, só se for mesmo os mais casuais e ainda assim não poderão embarcar em grandes aventuras. Terá de contentar-se com os títulos que estão disponíveis na loja do Windows ou jogos de PC pouco exigentes ou mais antigos.

Mas aqui vale a pena relembrar a definição de eficiência. O Radius 11 foi parceiro durante algumas semanas e sendo claro que não responde a todos os comandos com uma velocidade louca, também não causou stress. Mais segundo menos segundo, foi sempre correspondendo às ações que lhe foram pedidas.

Por ter cumprido, deixa uma boa impressão. Mas por falhar em alguns pontos que atualmente parecem básicos, como o facto de ter dificuldade em reproduzir vídeos em Full HD e a 60 frames por segundo, pode fazer com que muitos utilizadores fiquem de pé atrás.

Ainda relativamente ao YouTube vale a pena dizer que vídeos em resolução HD e 60fps executam bem, assim como vídeos Full HD em 30fps.

Dadas as reduzidas dimensões e o aspeto elegante, este é um portátil mais para os que gostam de estar sempre ligados e necessitam de mobilidade. Precisa de escrever, é só abrir a tampa. Quer ir ao Facebook rode a tampa um pouco mais e use o modo tablet.

Pelos 500 euros pedidos é fácil de encontrar portáteis que tenham processadores e gráficas um pouco mais ambiciosas. Mas não só estes os aspetos que definem um computador.

O coração também sente


Nos dias que correm é arrojado apresentar um portátil de 11 polegadas. Pois com o aumento e crescimento dos smartphones, assim como a proliferação dos tablets, um computador de 11 polegadas simplesmente não provoca impacto.

No estado atual do mercado é preciso dar tónicas suficientes aos computadores para que os consumidores não caiam na tentação de pensar numa alternativa mais mobile, seja um tablet independente como o Xperia Z3 ou algo mais composto como o Asus Transformer Pad.

Construísse a Toshiba um computador semelhante, mas num formato de 13 polegadas e podia ter um caso sério de vendas entre as mãos. Pois como é dito no título, muitos comem mais com os olhos do que com a barriga e não há nada de mal nisso - cada um sabe quais são as suas prioridades.

O Satellite Radius 11 apresenta outros “senãos” como o facto de se ouvir quase sempre o processador a “moer” ou o facto de vir com aplicações pré-instaladas a mais.

Seja nos computadores ou nos dispositivos móveis, mais do que aplicações e programas, as fabricantes deviam zelar pela melhor das experiências de utilização. Porque os programas descarregam-se, instalam-se. Mas é a fluidez e o desempenho de um portátil que o fazem sair das prateleiras dos retalhistas - e não ao contrário.

Do lado positivo aponta-se a existência das entradas multimédia básicas - USB, HDMI e cartão SD -, o ecrã tátil de excelente resposta e o som limpo que sai do sistema de áudio, ainda que lhe falte corpo.

Apesar de o processador escolhido estar associado a um baixo consumo de energia, a verdade é que a bateria do Radius 11 cumpriu dentro das expectativas, dando para uma média de cinco horas de utilização.

Considerações finais


Aqui chegados alguns já terão percebido a referência “mais olhos do que barriga”: é claro que o portátil é mais bonito e “jeitosinho” do que propriamente uma máquina diabólica de computação.

[caption]Toshiba Radius 11[/caption]

Para isso existem outros equipamentos, incluindo dentro da própria Toshiba como o Satellite Click Pro 2 e o ultrabook Kira.

Além do aspeto apelativo, o ecrã é bastante razoável e o desempenho foi cumprindo. Mas para muitos consumidores pode tornar-se difícil comprar um portátil que não reproduz de forma satisfatória vídeos Full HD/60fps, quando se calhar o smartphone ou o tablet já o fazem.

Olhando para o pacote no geral e para a experiência vivida com o Satellite Radius 11, o preço não é descabido, mas a Toshiba também não perdia nada em torná-lo mais apetecível para os consumidores.

Preço acessível e aspeto bonito? São os dois factores suficientes para apanhar os consumidores que têm mais olhos que barriga. Os outros dificilmente considerariam uma máquina deste género, pelo que a Toshiba acertou na receita que preparou.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Especificações técnicas Toshiba Satellite Radius 11 L10W-B

Ecrã: 11,6 polegadas com resolução de 1.366x768 píxeis
Tecnologia de ecrã: TFT TruBrite com capacidade para reconhecer até 10 toques
CPU: Intel Celeron N2840 de dois núcleos a 2,16Ghz com arquitetura de 64-bits; modo Intel Burst eleva velocidade de relógio para os 2,58Ghz
GPU: Intel HD integrada com arquitetura BayTrail e desempenho que varia entre os 311MHz e os 792MHz
Memória interna: 500GB
RAM: 4GB DDR3L
Bateria: ~ 5 horas
Tamanho: 28,9 x 19,9 x 2,19 centímetros (Altura x Largura x Espessura)
Peso: 1.300 gramas
Outras características: USB 3.0, USB 2.0, HDMI, cartão SD, Webcam integrada, Intel Wi-Fi Direct, Windows 8.1

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