A Nintendo pode não estar a viver os dias mais fáceis da sua história, mas dos estúdios da tecnológica japonesa continuam a sair alguns dos melhores jogos desta geração de consolas. Pikmin 3, Mario Kart 8, Super Smash Bros. Wii U, Splatoon, Donkey Kong Country: Tropical Freeze e Captain Toad Treasure Tracker são títulos que exemplificam bem que o que sai da Nintendo, sai em regra geral com muita qualidade. E acima de tudo, com garantias de altos níveis de diversão.

A mais recente criação da gigante nipónica é talvez uma das mais arriscadas. Super Mario Maker é um jogo no qual o utilizador é o designer principal dos níveis, tendo à sua disposição todas as ferramentas para que possa criar desafios exatamente iguais aos que a Nintendo tem feito nestes últimos 30 anos.

Mas o objetivo é justamente o contrário. Ou seja, a ideia não é replicar os níveis criados pela Big N, a ideia é que cada jogador se torne num maker, num fazedor de níveis, num artista e numa parte de uma comunidade maior.

E isto muda tudo. O jogador deixa de ser apenas um jogador, para ser também um criador. Uma mensagem que podia não ser bem recebida, mas que parece acertada numa geração que está entusiasmada por títulos como Minecraft ou The Sandbox.

Se a criação dos níveis per se é divertida, estimulante e gratificante - «aquela sensação de alguém ter dado uma estrela ao nosso nível!» -, por outro lado o jogo Super Mario Maker parece ‘infinito’. É possível jogar os níveis criados por outros utilizadores de todo o mundo e existem milhares de criações disponíveis à distância de alguns cliques.

E se surpreende a forma como a Nintendo conseguiu fazer com que a criação de um nível fosse tão acessível a tantas pessoas, a mim surpreende-me mais a criatividade destes ‘anónimos’ que criam níveis por diversão, mas que estão ao mesmo tempo a garantir horas de entretenimento a outras pessoas.

Este tem sido o meu caso, já que quase todas as semanas tenho sido surpreendido pela ‘genialidade’ simples de alguns níveis que não necessitam de grandes elementos para ser desafiantes.

Também há um lado negativo nesta imensidão de Super Mario Maker. Há níveis que não lembram ao diabo de tão básicos ou difíceis que são - todos têm formas diferentes de se divertir e o que é engraçado para uns, não o precisa de ser necessariamente nas mesmas formas para outros. Mas independentemente dos gostos, todos vão acabar por encontrar níveis ‘chatos’ e que nos vão fazer pensar «lá se foram dez minutos do meu rico tempo».

Para o TeK a melhor forma de avaliar o jogo era através da criação de níveis. E para que os leitores possam perceber realmente o que é o Super Mario Maker, criámos cinco níveis que os leitores podem jogar. A saber:

1) Mario Impossibru [1381-0000-0032-6381]
2) Leap of Faith [46C8-0000-0067-08AB]
3) Pacific Ocean [24B9-0000-006D-1F92]
4) Stairway to Heaven [51E3-0000-0084-CA0A]
5) Mario Secrets [025F-0000-0084-F5E7]

Só precisa de introduzir os códigos no jogo - apenas disponível para a Wii U, é de salientar - e jogar. Depois pode passar por aqui novamente a dizer se gostou ou não. E os leitores ficam até convidados a partilhar na caixa de comentários os níveis que já criaram, para que mais pessoas possam descobrir as vossas criações.

Mas para quem não tem a Wii U ficam aqui imagens, quase sem spoilers, dos níveis criados pelo TeK.

Como é visível pelas imagens, os utilizadores podem escolher aspetos diferentes para dar aos níveis, seja do mais antigo Super Marios Bros., até ao mais recente Super Mario Bros. Wii U.

Admito que este jogo possa não agradar a todo o tipo de gamers, mas tem ingredientes suficientes para pelo menos merecer uma tentativa por parte dos jogadores.

Na minha opinião, Super Mario Maker é possivelmente o melhor jogo da Nintendo para a Wii U. É seguramente um dos jogos do ano. E será certamente um título que não vai ter todo o mérito fruto do mercado reduzido da consola Wii U. Se disponibilizado, por exemplo, nos dispositivos móveis, a celebração do 30º aniversário de Super Mario Bros. tinha todas as condições para ser um dos títulos mais bem sucedidos da história recente dos videojogos.

Rui da Rocha Ferreira