Já lá vai o tempo em que o Presidente da República fazia do Twitter e do Facebook canais privilegiados de comunicação, onde chegou a anunciar várias posições. Cavaco Silva não abandonou estas plataformas, mas hoje recorre menos às redes sociais para partilhar informação.
A última publicação no Facebook foi feita em maio. No mês antes foram feitas duas publicações e nos meses anteriores a partilha de conteúdos por esta via também não foi expressiva. No perfil do Twitter, o movimento é idêntico, até porque as duas contas estão ligadas e replicam entradas.
Mesmo assim, Cavaco Silva é o governante com maior número de gostos no Facebook (192.109). No Twitter assegura 6.340 seguidores, que fazem destes perfis páginas mais populares que as da Presidência da República, para onde o chefe de Estado decidiu canalizar muitas das comunicações que continua a fazer nas redes sociais.
Entre os líderes do executivo e dos partidos da oposição - com assento na Assembleia da República - uma viagem pelas duas plataformas sociais permite concluir que o Twitter é menos apreciada pelos principais políticos da cena nacional que o Facebook. Talvez porque esteja mais vocacionado para partilhas de estados de alma que o Facebook, mais facilmente delegável a terceiros. Talvez porque o segundo é o mais adequado para partilhar imagens e a política vive muito desse conteúdo visual.
João Semedo, Jerónimo de Sousa, Heloísa Apolónia e Paulo Portas simplesmente não têm (atividade ou conta) na rede social dos tópicos com 140 caracteres. O vice-primeiro ministro, tal como o primeiro ministro Pedro Passos Coelho, partilham aliás a estratégia de afastamento das redes socais.
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Passos Coelho está no Twitter, mas deixou de ser um membro ativo em março de 2012. Isto num perfil que tinha criado apenas três meses antes. Num perfil mais antigo, o líder do PSD manifestou-se pela última vez em junho de 2011, após as eleições. No Facebook os últimos vestígios de atividade do Primeiro Ministro aconteceram após o Natal de 2012, numa mensagens que foi partilhada 2,6 mil vezes e recebeu mais de 32 mil comentários, os últimos feitos ainda no mês passado.
Mais atualizadas estão páginas não oficiais do PM, onde se destacam as que não são de apoio, como a Anti Pedro Passos Coelho ou a 1 milhão de gostos para demitir Passos Coelho, com 91 mil gostos.
O mesmo fenómeno (das páginas não oficiais) "rodeia" o perfil oficial de Paulo Portas nos resultados das pesquisas online, mas o curioso é que neste caso se destacam movimentos de apoio, como a Paulo Portas a 1º Ministro ou Obrigado Paulo Portas, que curiosamente se calaram com o fim da crise política do verão passado.
Na oposição, Jerónimo de Sousa é o líder com maior número de perfis no Facebook (compensando a ausência do Twitter), embora nenhuma das quatro páginas pareça ter o "dedo" do próprio. Na globalidade as páginas são no entanto são pouco ativas e pouco relevantes em termos de partilha de ideias e promoção do debate em torno dos temas lançados.
Facebook o preferido dos políticos e dos eleitores
De um modo geral, o Facebook revela-se a rede mais usada pelos principais lideres políticos e também aquela onde os potenciais eleitores mais comentam, seguem e se manifestam. Quem está no Twiiter aproveita em grande medida a funcionalidade que permite atualizar a plataforma recorrendo aos updates do Facebook, e pouco mais.
Os campeões dos posts no serviço criado por Mark Zuckerberg são os líderes do Bloco de Esquerda, que usam o serviço para partilhar opiniões, dar nota de posições do partido, propostas e temas da atualidade, ou mesmo eventos culturais. Quase sempre numa base diária.
Heloísa Apolónia é a que mais se aproxima deste nível de atividade com uma frequência de atualizações que também é (quase sempre) diária, mas em boa medida assegurada pela partilha de conteúdos de terceiros. A deputada do partido Os Verdes mantém um perfil comum e por isso não é possível contabilizar gostos, mas é indiscutível que a conta consegue mobilizar e dar bases para o debate, só fica menos claro em que escala.
António José Seguro, por seu lado, está a meio caminho entre uma participação muito ativa e ativa nas principais redes sociais. A azafama de posts em períodos de campanha eleitoral (ou partidária) é grande, mas fora destas alturas o vigor das partilhas esmorece, ainda que o líder do PS não deixe passar uma semana sem dividir opiniões no Twitter ou no Facebook.
O panorama português nas redes sociais, no que respeita à forma como as principais figuras políticas do país aproveitam estes media, foi também recentemente analisado num estudo da Burson-Marsteller. A pesquisa concluía que Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho estão entre os líderes que menos usam o Twitter e são também dos que menos têm ligações a outros líderes.
Neste Twiplomacy 2014 as contas dos dois políticos são consideradas adormecidas. Cavaco Silva segue 41 lideres mundiais no Twitter e é seguido por 10, embora apenas mantenha ligações com 8. Passos Coelho está ligado apenas a um líder mundial e é seguido por 8.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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