É cada vez mais difícil às fabricantes de smartphones apresentarem um design diferenciador, sobretudo nos modelos “normais”, numa altura em que grande parte das atenções mediáticas se centram nos formatos dobráveis. A aposta nos materiais, na qualidade dos acabamentos e na capacidade de “artilhar” o interior das máquinas mantendo um equipamento fino, leve e agradável na utilização, é um desafio que a Xiaomi soube ultrapassar com os novos modelos da série 12 que acaba de apresentar e que o SAPO TEK já teve oportunidade de experimentar nos últimos dias.

Os três modelos têm muitas características comuns e traços de família no design que se destacam pelos módulos assumidos de arranjo de câmara traseira, salientes em alguns milímetros em relação ao chassi e que dão destaque à câmara principal. O do modelo Xiaomi 12 Pro, o maior e mais potente da gama, tem uma dimensão mais evidente, mas mesmo assim estes novos blocos de câmara não são tão arrojados como o Xiaomi Mi 11 Ultra.

A tendência para o módulo de fotografia saliente continua a ser um dos pontos que apreciamos menos nos novos smartphones, até porque acaba por obrigar a usar uma capa que esconde a beleza do design dos equipamentos, mas esta é uma lógica que as principais marcas estão a usar e não apenas a Xiaomi. Sem capa há mais riscos para o módulo da câmara mas também um desequilíbrio quando se utiliza o smartphone pousado numa superfície, que faz com que “dance” sempre que se toca no ecrã. Pode ser um compromisso obrigatório entre “artilhar” mais a capacidade de fotografia e manter o telefone fino e leve, mas já há algumas tentativas de dar mais continuidade ao design traseiro e módulos mais finos, como o do Redmi 11, que são bem vindos.

Ainda assim, sem capa, os cantos arredondados, o ecrã ligeiramente curvo e os acabamentos de toque suave fazem com que a utilização seja agradável e fácil só com uma mão. Os ecrãs estão protegidos por Glass Victus e a traseira tem também uma camada de Gorilla Glass 5 com reflexos matizados e elegantes. O Xiaomi 12 e o 12X são exatamente iguais por fora, com um ecrã de 6,28 polegadas AMOLED FHD+, enquanto o Xiaomi 12 Pro cresce para as 6,73 polegadas sem perder muito da capacidade de utilização com uma mão por ser mais fino e esguio. O ecrã é um AMOLED Dot Display WQHD+ Truecolor, com 1.500 nits que fazem a diferença em situações de elevada luminosidade.

As semelhanças entre os três modelos estendem-se também ao suporte a 120 Hz que está integrado em toda a série, mas que no caso do Pro tem a vantagem de ser totalmente adaptável ao conteúdo que é exibido no ecrã, podendo reduzir até 1 Hz quando se leem documentos usando a tecnologia LTPO (low-temperature polycrystalline oxide) que ajuda a reduzir o consumo de energia.

Xiaomi 12
créditos: SAPO TEK

Também nas câmaras há afinidades. Os três novos Xiaomi 12 integram câmaras de grande angular de 50 MP mas o modelo Pro tem um sensor Sony IMX707 que faz a diferença em funções mais avançadas. O 12 e o 12X têm câmara s de ultra grande angular de 13 MP e telemacro de 5MP mas só o 12 suporta gravação 4K HDR 10+ , apesar de partilharem também as funcionalidades de ProFocus para identificar e seguir de forma inteligente pessoas ou animais, evitando que fiquem desfocadas, e o modo vídeo ultra noturno, assim como o cinema IA para opções de edição mais criativas que incluem o Zoom Mágico.

Sem surpresas o Xiami 12 Pro é o mais avançado também na fotografia, com câmara tripla de 50 MP e recorrendo ao sensor que tem conseguido as melhores críticas na fotografia de smartphones, o Sony IMX707, que capta maior quantidade de luz e traz mais velocidade de focagem e precisão de cor. Foi esta a câmara que experimentámos mais e depois de fazer fotografia em ambiente com pouca luz e também em exterior acabámos por deixar os outros smartphones no bolso. O tempo não foi muito para experimentar todas as potencialidades mas a meteorologia foi generosa com um domingo de sol.

Algumas das funcionalidades das câmaras não vêm pré-ativadas e têm de ser carregadas na primeira utilização, por isso aconselhamos que antes de sair para experimentar os modos fotográficos faça todos os downloads em casa.

Desempenho e carregamento à prova de “apressados”

Por dentro dos novos Xiaomi 12 há suporte à tecnologia 5G e a integração dos processadores Snapdragon, sendo que o Xiaomi 12 Pro e o 12 contam com o Snapdragon 8 Gen 1, de 4nm, com um GPU mais potente e com maior eficiência energética. No caso do 12X o processado é o Snapdragon 870, mas que é perfeitamente capaz para grande parte das exigências de um equipamento nesta gama. Todos têm um sistema de arrefecimento reforçado por uma câmara de vapor que rodeia todo o chassi e que é complementado com várias camadas de grafite. O certo é que se mantêm relativamente frescos, mesmo com uso intensivo.

Para testarmos os novos smartphones recorremos muito a vídeos e a jogos e a experiência é fluida e “sem espinhas”, com uma experiência de áudio com o selo de qualidade da Harmon Kardon com Dolby Atmos. Mesmo as músicas do Festival da Canção, até as mais esganiçadas, acabam por resultar bem com as colunas integradas, em especial com as quatro colunas do Xiaomi 12 Pro que cobrem uma boa gama de sons.

O carregamento rápido é uma das boas adições para os mais apressados. O Xiaomi 12 e 12X têm baterias de 4.600 mAh com carregamento a 67W com fios e 50W sem fios. O carregamento inverso não está disponível no 12X mas nos outros modelos funciona a 10W para carregar outros smartphones ou mesmo auriculares. O Xiaomi 12 Pro tem uma bateria de 4.600 mAh com o HyperCharge a 120W que pode carregar totalmente a bateria em 18 minutos.

Xiaomi 12
créditos: SAPO TEK

O modo boost é ativado para o carregamento rápido, mas para tornar mais inteligente a gestão do carregamento a Xiaomi tem no modelo 12 e 12 Pro o sistema de AdaptiveCharge que recorre a um algoritmo de carregamento inteligente que aprende com a maneira como o utilizador faz a carga da bateria e se adapta. Se a bateria é carregada de noite faz um carregamento mais lento, mas se é preciso energia rapidamente acelera com o boost. A Xiaomi explica que isso prolonga a vida útil da bateria.

A experiência de alguns dias com os novos smartphones da Xiaomi ainda não permitiu explorar todas as potencialidades, nem esgotar e recarregar a bateria em vários ciclos, mas as primeiras impressões são positivas. Os três smartphones são equilibrados, com uma utilização agradável e um bom desempenho na fotografia, e capazes de “combater” nas gamas de preço em que se encontram com a concorrência.

A única nota menos positiva que temos para apontar é para a película dos ecrãs frontais que nos parece demasiado sensível e que em pouco tempo de utilização já apresenta riscos evidentes – que não passam para o ecrã propriamente dito mas que não são agradáveis à vista e que obrigam a uma substituição por outra película mais resistente.

Os novos smartphones vão estar à venda a 1 de abril mas as pré vendas começam já a 21 de março e vêm com ofertas. O Xiaomi 12X custa 699 euros na versão de 8GB+256 GB de armazenamento, o Xiaomi 12 tem duas versões com preços de 849 e 899 euros, para 128 GB e 256 GB de armazenamento, e o Xiaomi 12 Pro custa 1049,99 na versão de 256 GB e 8 GB de RAM e 1099 para os 12 GB de RAM. Como sempre, vale a pena pagar os 50 euros a mais para ter mais capacidade de armazenamento e mais RAM.

Veja também as fotos oficiais da Xiaomi para os novos Xiaomi 12