A AOL avisou ontem que as
receitas deverão continuar a ter um crescimento nulo em 2003 e que a divisão
de Internet do conglomerado multimédia AOL Time Warner só deverá voltar a registar um crescimento
sólido em 2004.

Assim, as receitas totais da companhia para 2002 deverão se situar entre os
8,8 e os 9 mil milhões de dólares, com as receitas da publicidade e do
comércio electrónico a gerar entre 1,5 e 1,6 mil milhões de dólares.
Estima-se que os ganhos antes dos juros e impostos (EBITDA) rondem entre 1,7
e 1,8 mil milhões de dólares para 2002.

Em relação às suas previsões para o próximo ano, a AOL reconhece que "o
crescimento sólido das receitas mundiais derivadas das assinaturas" será
prejudicado por descidas nas receitas oriundas da publicidade e do comércio
entre os 40 e os 50 por cento. Como resultado, as receitas totais para a
divisão de Internet deverão registar um aumento nulo em 2003 comparando com
2002. A descida nas receitas publicitárias e comerciais com elevadas margens
deverão conduzir a uma descida do EBITDA de pelo menos 25 por cento.

No mesmo dia e para contrariar este quadro negro, a AOL revelou um plano
estratégico de recuperação, prometendo um pacote exclusivo de música,
informação, vídeo e serviços comerciais e a expansão do acesso à Internet em
banda larga. Jon Miller, director executivo da companhia admitiu que a AOL
cometeu vários erros, mas afirmou que acreditava que o pior irá terminar no
final de 2003.

Na sua opinião, a companhia não conseguiu atrair clientes para o seu serviço
de Internet em banda larga. A maior parte dos assinantes da America Online
acedem à Internet através de ligações dial-up, mas as perspectivas de
crescimento para esse mercado estão a diminuir à medida que os cibernautas
adoptam soluções mais rápidas como o cabo ou ADSL.

A AOL oferece serviços de banda larga, mas o seu produto é mais caro do que
outros. Miller prometeu ontem que a companhia irá fazer um melhor trabalho
para publicitar o seu programa mensal de 14,95 dólares que permite que
clientes de banda larga que não estão a utilizar uma ligação da AOL acedam
aos seus serviços.

Segundo Miller, essa oferta, combinada com os acordos anunciados também ontem
para fornecer conteúdos exclusivos de outras divisões da AOL Time Warner,
deverá ajudar a convencer os consumidores de que vale a pena pagar pela AOL.
Os acordos incluem programação da CNN, música do Warner Music Group e artigos de publicações como as revistas
People e Entertainment Weekly. Actualmente,
a maior parte desse conteúdo está disponível a todos os cibernautas, em vez
de estarem restritos aos assinantes da AOL.

Outro serviço exclusivo anunciado ontem foi um sistema online anti-vírus
disponibilizado em conjunto com a linha de produtos McAfee da Network Associates.
Apesar de todos os membros receberem a partir de agora um nível básico de
protecção contra vírus transmitidos por email, o novo serviço irá
alargar a protecção contra vírus a todo o computador pessoal do utilizador.
Ainda não foram divulgados detalhes sobre o preço e a data de lançamento
desta oferta.

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