A Qlik apresentou esta manhã aquilo que considera serem os principais traços que vão caracterizar o Business Intelligence em 2017.

Carlos Jerónimo, diretor de vendas, acredita que existe, nos dias que correm, uma evidente lacuna entre as capacidades das organizações ao nível da analítica e inteligência de negócio e as crescentes quantidades de dados gerados e que é necessário manusear.

Com o aumento incessante de fontes geradoras – como dispositivos móveis e sensores associados à chamada Internet das Coisas –, é imperativo que as empresas e outras organizações tenham nas mãos ferramentas que lhes permitam desbravar a “selva” de dados e extraírem informação que lhes seja relevante e que ajude os seus negócios a crescer.

O responsável português avançou que o que se vai observar em 2017 é um investimento, por parte de empresas de todas as dimensões e áreas de atuação, na aquisição dessas mesmas ferramentas.

E, segundo Carlos Jerónimo, é aqui que se abre a janela de oportunidade da Qlik, como criadora e fornecedora de tecnologia de BI que permite agregar várias fontes de dados e oferecer aos utilizadores a possibilidade de explorarem esses ativos através de visual analytics, como gráficos, tabela, mapas.

Este formato de disposição da informação explorada é uma das tendências de BI para o ano que agora começou.

Além disso, sublinha que um dos focos da Qlik tem sido a democratização da utilização destes recursos, ou seja, alargar a base de colaboradores de uma dada empresa aptos a utilizarem estes recursos, através de funcionalidades simples e de um interface intuitivo que leva o BI e a analítica a extravasarem as fronteiras do departamento de TI.

Refletindo sobre o que 2017 trará para a área do BI, Carlos Jerónimo afirma que se poderá testemunhar um aumento daquilo que descreve como a “literacia dos dados”. Por outras palavras, vai poder assistir-se a um compromisso mais forte por parte das empresas na capacitação dos seus funcionários relativamente à importância dos dados e à utilização de ferramentas de análise e exploração.

Uma postura proativa e uma perspetiva abrangente dos dados recebidos e gerados pela organização são essenciais para que o negócio não seja prejudicado por volumes imensos de dados, que, em vez de potenciarem o crescimento, podem fazer ter impactos negativos, um fenómeno que o gestor de vendas descreve como sendo a “poluição da informação”.

A mensagem que o diretor de vendas da Qlik deixa é simples: hoje temos a tecnologia necessária para fechar o hiato entre capacidades e necessidades. Agora é preciso ampliar a utilização destas ferramentas a mais partes das organizações.

O Businesse Intelligence na Saúde

Mas a utilidade do BI e da analítica não se esgota no sector empresarial. De acordo com Luís Lapão, investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, estas tecnologias têm um grande potencial para desencadearem uma vaga de inovação significativa na área da Saúde.

O académico e professor, especializado em Gestão e Inovação na Saúde, participou no desenvolvimento do HAITool, um sistema informático baseado na tecnologia de BI da Qlik e que permite que os profissionais do setor possam ter acesso a uma ferramenta de centralização de informação das mais variadas naturezas.

Por exemplo, o HAITool permite criar perfis de pacientes que forneçam aos respetivos médicos as informações necessárias à aplicação de um tratamento mais personalizado e em que, por exemplo, a administração de antibióticos seja feita ao longo do período mais reduzido possível, para que a infeção não seja capaz e ganhar resistência a medicamento.

Luís Lapão refere que o maior desafio foi mesmo conseguir fazer com que os médicos se sentassem “à mesa” com os especialistas em TI, devido aos horários virtualmente impermeáveis destes profissionais.

Por outro lado, o investigador aponta que o envelhecimento dos ativos informáticos dos hospitais e centros de saúde, nomeadamente dos equipamentos, é também um obstáculo – ainda que não intransponível – à inovação tecnológica.

Contudo, o principal desafio a que se deve dar resposta é, segundo ele, a capacitação dos profissionais, a formação destas pessoas sobre tecnologias, como o HAITool, que têm como objetivo facilitar-lhes o trabalho, libertá-los de processos que podem ser feitos automaticamente por software e dar-lhes mais tempo para interagirem com os seus pacientes e valorizar a componente humana.