São cinco as áreas temáticas onde o EIT Digital Challenge está à procura das melhores scalups em deep tech, empresas tecnológicas que começaram como startups e que estão em rápido crescimento. As candidaturas estão abertas até 10 de maio e o prémio final para os vencedores está nos 250 mil euros, o que faz do concurso um dos mais relevantes nesta área.
Qual é a razão da aposta nas scaleups, numa altura em que se reconhece a dificuldade da Europa em ajudar as empresas a evoluírem do estádio inicial de startups, chegando a unicórnios, ao contrário do que acontece noutras geografias, nomeadamente nos Estados Unidos? Em entrevista ao SAPO TEK, Jesus Contreras, Diretor Geral da EIT Digital para Espanha e Portugal, admite que a Europa tem números muito animadores de empreendedorismo e de criação de startups e que o talento e o conhecimento necessário para a criação de startups existe, mas que é preciso combater a limitação na dimensão das empresas. “Quanto maior a empresa conseguir se tornar, melhor funcionará e competirá no mercado global, e mais atrativa será para os investidores”, afirma.
Para o responsável pelo prémio, a Europa continua a ser um mercado muito fragmentado, quer a nível legal que cultural, e é por isso que não vemos assim tantas empresas Europeias digitais de nível mundial.
“Para apoiar estas empresas a evoluir de startups a scaleups, ou mesmo a tornarem-se centauros ou unicórnios precisamos compensar o nosso espaço heterogéneo, ajudando as nossas empresas a terem o impulso inicial forte o suficiente para pretenderem crescer e tornarem-se internacionais desde o primeiro momento”, defende.
Este é o objetivo das iniciativas da EIT Digital como a EIT Digital Challenge ou a EIT Digital Innovation Factory que oferecem a oportunidade de parcerias e de suporte às startups. Por um lado está o investimento financeiro nestas parcerias, e por outro um ecossistema de parceiros que apoiam o crescimento. “Esta ajuda inicial leva as startups a ultrapassar a inércia e expandirem-se dos mercados locais, atraírem clientes internacionais e investidores no seu percurso de se tornarem empresas de nível mundial”, justifica.
Jesus Contreras aponta alguns exemplos de sucesso neste apoio, como a PeasyPay, uma startup que tem estado a introduzir no mercado os pagamentos biométricos, que resulta da cooperação de parceiros da Eslovénia, Hungria e Espanha, ou a SARA, uma empresa dos Países Baixos, que procura melhorar os cuidados de pessoas da terceira idade em lares e hospitais com recurso a robots, criados a partir de uma iniciativa de parceiros investigação, indústria e educação.
Desde o lançamento em 2014, o EIT Challenge já atraiu mais de 2.500 candidaturas de toda a Europa e no leque de vencedores incluem-se a KONUX, Medicus.AI, ou SidekickHealth, todas scaleups tecnológicas que se tornaram empresas de sucesso internacional.
Na lista não há nenhuma empresa portuguesa, mas Jesus Contreras acredita que isso pode acontecer em breve. “Acredito que é uma questão de tempo até termos um vencedor português do EIT Digital Challenge”, afirma, dizendo que “temos uma excelente experiência com empreendedores, investigadores e investidores portugueses. Portugal é muito ativo na criação de startups de índole tecnológica e digital, suportadas por bons parceiros como a DTX Collab, INESC-TEC ou a Universidade do Minho”.
“Procuramos empresas ‘tecnológicas’ europeias com grande potencial de crescimento, que tenham uma oferta de produtos diferenciadores que lance soluções digitais altamente sofisticadas e de difícil reprodução. Os candidatos necessitam ter a ambição e a solução pronta para iniciar um processo de expansão para se tornarem numa empresa global”, justifica.
Candidaturas até 10 de maio de 2021 para apoios de 250 mil euros
As empresas interessadas podem candidatar-se no site do EIT Digital Challenge nas categorias de Tecnologia Digital, Cidade Digital, Indústria Digital, Bem-Estar Digital e Finança Digital.
Numa primeira fase vão ser selecionadas 20 empresas, que vão ser convidadas para um evento exclusivo onde terão a oportunidade de se apresentar a um júri composto por investidores e representantes de várias. Neste evento vão ser escolhidos e anunciados os 3 vencedores, um primeiro lugar e dois “vice-campeões”. Todos recebem um ano de apoio personalizado do EIT Digital Accelerator, no valor de 50.000 euros. Além disso, o vencedor final recebe um prémio em dinheiro de 100.000 euros.
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