Como evolui o Ensino Pós-secundário e o Ensino Superior de Cibersegurança em Portugal? Um estudo do Observatório de Cibersegurança do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) apresenta novos detalhes, caracterizando os cursos, analisando os seus objetivos, conteúdos e resultados e identificando o número de estudantes e diplomados na área durante o ano de 2021.

O estudo dá a conhecer que há 13 entidades, em 37 locais diferentes por todo o país, que oferecem Cursos de Especialização Tecnológica (CET), na área das Ciências Informáticas, com conteúdos específicos de cibersegurança.

Nestes cursos há três Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) com referência à cibersegurança e/ou segurança informática. Os dados indicam que há também um CET na área de cibersegurança oferecido por 5 entidades em 11 locais distintos do país.

Já no ensino superior, enquanto a formação universitária se concentra no norte do país, a formação politécnica abrange todo o território. O levantamento permitiu verificar que existem 246 cursos não conferentes de grau (CTeSP) e ciclos de estudo na área científica de Ciências Informáticas.

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Do conjunto identificado, 109 cursos e ciclos de estudo contêm unidades curriculares com conteúdos relacionados com a cibersegurança e/ou segurança de informação. Ao todo, foram identificadas 147 unidades curriculares com conteúdos de cibersegurança nos seus planos de estudo.

O número total de inscritos nestes cursos e ciclos de estudo foi de 7.707, com 6.583 homens e 1.124 mulheres: 1.287 frequentaram os CTeSP; 5.024 as Licenciaturas; 1.140 os Mestrados; e 256 os Doutoramentos. No ano letivo de 2019/2020, o número de estudantes diplomados foi de 1.498, com 1.267 homens e 231 mulheres: 412 em CTeSP; 574 em Licenciaturas; 493 em Mestrados; e 19 em Doutoramentos.

Olhando especificamente para a área da cibersegurança e/ou segurança da informação, o estudo identificou 20 cursos/ciclos de estudo (9 CTeSP, 1 licenciatura, 9 mestrados e 1 doutoramento).

Nestes cursos, estavam inscritos 718 estudantes, com 654 homens e 58 mulheres. Em 2019/2020 diplomaram-se 152 estudantes, com 137 homens e 13 mulheres. No que toca ao número de dissertações de mestrado e de teses de doutoramento em curso ou concluídas verificaram-se 337 registos entre 2003 e 2021.

Mais cursos, menos mulheres e o foco nas necessidades do mercado de trabalho

A análise detalha que se mantém uma “tendência de evolução positiva visível no aumento do número de cursos/ciclos de estudo de cibersegurança”, em particular no que respeita às instituições de ensino superior. O número de inscritos também aumentou e os números de diplomados, assim como de dissertações de mestrados e de teses de doutoramento, permanecem elevados.

Por outro lado, o estudo realça que o número de mulheres inscritas e diplomadas continua a ser baixo, motivo pelo qual “é ainda importante reforçar políticas de aproximação das mulheres da formação e da profissionalidade nestas áreas”.

A oferta educativa “permite aos graduados gerir e transformar contextos de trabalho complexos e que exigem novas abordagens e estratégias” o que é revelante, dado ao “problema de compatibilização das competências e da formação com as necessidades do mercado de trabalho” que existe na Europa.

O foco nas necessidades do mercado de trabalho está bem presente na formação em cibersegurança em Portugal, porque, como indica o estudo, existe desde logo “o objetivo expresso de formar ativos capazes de desempenhar as funções pretendidas de acordo com estas necessidades”.

Verifica-se uma ligação “muito forte” ao tecido empresarial, sendo que a integração no mesmo é uma das linhas mestras que guia a conceção da formação, tanto ao nível de CTeSP, como das Licenciaturas e Mestrados, ainda que com objetivos no desempenho de diferentes funções.

No entanto, a análise mostra também que nem todas as empresas têm a capacidade para recrutar pessoas para gabinetes de cibersegurança, seja por falta de recursos ou porque ainda não valorizam “a cibersegurança como área essencial de manutenção de uma empresa, só recorrendo à sua função depois dos ataques informáticos/cibernéticos acontecerem e não como modo de os prevenir”.

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