Mais de 140 mil metros quadrados de stands e 1.441 expositores marcam presença naquela que é considerada a maior feira de eletrónica de consumo da Europa, que começou na sexta-feira, em Berlim.
Os números são da organização e revelam um crescimento de 4% na área alugada e 1% no número de expositores, face à edição do ano passado, que assinalava o 50º aniversário da IFA. Entre os recém-chegados estão, por exemplo, a Dell.
A feira só termina quarta-feira, mas os responsáveis já consideram esta edição a melhor da história do certame, afirmando que "nunca a indústria investiu em tanta área de exposição".
De acordo com os números avançados durante a conferência de imprensa que antecedeu a inauguração do evento, só as encomendas de produtos feitas durante a feira ultrapassam os 3,5 mil milhões de euros - o que, acompanhado da forte cobertura mediática (com mais de mil jornalistas acreditados) ajudará a perceber porque é que muitos dos lançamentos são reservados para esta altura. Ou porque é que gigantes como a LG e ou a Samsung investem em stands que ocupam pavilhões inteiros ou em encher de bandeiras e publicidade as entradas da Messe de Berlim.
Quem escolhesse a porta sul para aceder à feira poderia mesmo ser levado a questionar-se sobre se estaria no sítio certo ou numa convenção da Samsung, devido à quantidade de azul, bandeiras e mupis anunciando as novidades… nada que não pudesse ser resolvido com alguns passos em redor, para perceber que a lateral do edifício estava dominada pelas bandeiras da LG.
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Competições e picardias à parte, numa matéria há consenso: o interesse pelo 3D e pelos tablets. As áreas - das que mais relutância e discussão suscitaram nos últimos tempos - voltaram a dominar a feira este ano, com grande parte dos expositores a dedicarem um espaço privilegiado aos produtos que muitos acreditavam nunca chegarem a ser lançados por falta de interesse dos consumidores. O tempo tem mostrado o contrário e o investimento das fabricantes tem crescido.
Depois da invasão do 3D observada o ano passado, os produtos estão mais maduros e há mesmo quem considere que chegou a altura de começar a vender televisores capazes de reproduzir conteúdos a três dimensões sem o auxílio de óculos especiais para o efeito.
É este o caso da Toshiba, que dedicou um amplo espaço à demonstração do "primeiro televisor 3D HD sem óculos de 55 polegadas". O modelo chama-se 55ZL2 e fez com que se criassem filas de visitantes ansiosos por ver com os seus próprios olhos - e com eles apenas - o trabalho levado a cabo pela fabricante japonesa.
Nós também esperámos, mas não ficámos particularmente entusiasmados com o resultado. Se a experiência de 3D já pode ser desanimadora com uns óculos ativos na cara, quando se abdica destes é como se o apregoado efeito 3D não fosse para além de uma imagem com maior profundidade de campo. A sensação de que as coisas vão saltar do ecrã e tocar no espetador, ou de que se está imerso na paisagem, são ideias que deverá abandonar se pondera optar por um dispositivo deste género - pelo menos num futuro próximo.
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Outra das fabricantes a mostrar tecnologia para o mesmo efeito foi a Samsung. Embora os restantes equipamentos 3D da marca não nos tenham impressionado especialmente, o ecrã 3D sem óculos que passava imagens em loop na feira não passava completamente ao lado dos seus objetivos - sem no entanto ultrapassar a referida limitação de a profundidade se resumir a uma espécie de segundo plano na TV, ao invés de parecer que as imagens saem do ecrã.
Embora seja impossível reproduzir em fotografias o que é captado pelo olho humano colocado frente a este tipo de equipamentos, partilhamos uma imagem da televisão da Samsung. Ou é de nós, ou há qualquer coisa naquela fotografia que deixa perceber que a profundida da imagem não é a habitual.
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Em matéria de 3D, merece também destaque o portátil apresentado pela LG (A530), que para além da reprodução de conteúdos a três dimensões, encontra-se vocacionada para capturar e partilhar imagens 3D.
Uma webcam com duas lentes, colocada no topo do ecrã de 15,6 polegadas Full HD 3D, permite aos utilizadores gravarem fotos e vídeos a três dimensões.
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"Com o 3D a ganhar cada vez mais popularidade, o passo lógico era deixar os utilizadores criarem os seus próprios conteúdos 3D e reproduzi-los num ecrã 3D de qualidade", afirmou o responsável pela área de PCs desta fabricante coreana - que também apresentou, por exemplo, um software para converter jogos 2D em 3D.
Mas a opinião é partilhada por muitas outras, caso contrário dificilmente se compreenderiam as câmaras fotográficas de vídeo para o mesmo efeito que marcaram presença na feira.
A Panasonic é responsável pelo lançamento de dois modelos, um vem integrar a linha Lumix e o outro trata-se de uma câmara dedicada especificamente à captação de vídeo.
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A HDC-Z10000 é aquilo que a fabricante descreve como a "primeira câmara de vídeo com lentes gémeas 2D/3D integradas compatível com o standard AVCHD 3D/Progressivo". Assegura qualidade de imagem tanto em filmes 2D como 3D, controlos manuais para uso profissional e qualidade áudio que não compromete o trabalho.
Na feira, a fabricante optou por demonstrar as potencialidades do equipamento oferecendo aos visitantes a possibilidade de assistirem através de uma televisão 3D (com óculos) à reprodução em simultâneo dos movimentos que dois ginastas desenhavam num palco montado no stand.
Por várias vezes fomos surpreendidos pelo instinto de nos desviarmos da perna da senhora que parecia avançar sobre nós enquanto dançava. Tal obriga-nos a eleger a experiência como uma das mais satisfatórias neste campo.
A este propósito impõe-se referir também a demonstração de potencialidades do projetor EH-TW9000, da Epson, a respeito do qual já escrevemos. Capaz de oferecer uma experiência imersiva e uma qualidade e definição que em nada ficam a dever ao 2D, revelou-se um concorrente ao nível das salas de cinema.
Bastante impressionante foi também o já referido capacete individual para visualização de conteúdos 3D, a que a Sony chamou Personal Viewer. Um contacto mais próximo despistou as nossas dúvidas sobre a sua eficácia superando as expetativas. Por apurar continuam os efeitos do uso prolongado, que não tínhamos como testar.
A Sony, que também demonstrou o capacete com recurso a uma câmara portátil de filmar a 3D, tinha ainda em exposição o protótipo de uma nova CyberShot - ainda sem data para chegada às lojas - cujas lentes gémeas vão permitir ao utilizador comum captar filmes e imagens 3D no dia-a-dia.
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O mesmo objetivo é prosseguido pela Lumix G, da Panasonic, que também ainda não está no mercado, mas estava em exposição da feira… mesmo que não nos tivesse sido concedida autorização para explorar o equipamento.
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Outros dos "pontos fortes" da edição deste ano da IFA foram os produtos na área da mobilidade: tablets e smartphones. De alguns dos que geraram mais entusiasmo já falámos aqui, como acontece como os novos dispositivos com Bada 2.0, o Galaxy Note ou o Galaxy Tab de 7,7 polegadas.
A Sony, que já tinha apresentado os seus tablets, aproveitou a oportunidade para promover os equipamentos e anunciar a data de lançamento para o mercado europeu: finais de setembro.
A Toshiba também mostrou um novo tablet Android de 10,1 polegadas, que afirma ser o mais fino da sua classe, mas ainda não avança datas para comercialização.
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A pequena viagem acima descrita representa apenas uma das muitas possíveis num universo composto por 25 pavilhões e mais de mil expositores, que decidimos limitar aos produtos que mais se destacaram - como os tablets e os destinados ao 3D - e com os quais tivemos maior contacto. Para breve fica, no entanto, prometida uma análise com maior detalhe a outros artigos que nos parecem interessantes mas que não se encaixam na seleção de hoje.
A jornalista viajou a convite da Epson
Nota da Redação: O artigo foi corrigido onde, por lapso, se lia que a feira tinha uma área de exposição de 140 metros quadrados ao invés de 140 mil, como deveria constar.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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