O preço continua a ser um factor determinante na adesão aos serviços de fibra, como mostraram ontem dois estudos apresentados na FTTH Conference. Dependendo da estratégia dos operadores, este é um factor de promoção da mudança do ADSL e Cabo para fibra, em que os pacotes de triple play (com integração de Internet, Telefone e TV) ganham destaque por apresentarem soluções mais vantajosas em termos de preço e qualidade de serviços.

Apesar do enfoque estratégico que a PT, a Sonaecom e a Zon colocam na fibra (esta última com uma oferta híbrida), as opções disponibilizadas aos utilizadores não mudaram muito no último ano, mantendo os mesmos contornos e os mesmos preços que eram praticados já em Maio do ano passado, quando a cobertura era bastante mais limitada.

Mesmo sendo este considerado um mercado muito competitivo, os operadores parecem não estar dispostos a ofertas mais agressivas e, no geral, mantêm uma diferenciação significativa entre as ofertas de triple play em ADSL/Cabo e em fibra para as velocidades mais elevadas, mas que se vai esvaecendo para as velocidades mais baixas.

No caso da Optimus Clix, da Sonaecom, o preço do serviço de fibra a 30 Mbps é igual ao do ADSL para velocidades até 24 Mbps, e fica-se pelos 39,9 euros. Também no Meo da Portugal Telecom, o pacote de triple play sobre fibra tem preços a partir de 39,9 euros, mas em velocidades de 10 Mbps, o mesmo garantido no ADSL.

Mesmo sem grandes mudanças, fazemos uma nova ronda pelas ofertas dos três players de mercado sobre redes de fibra até casa (FTTH) ou híbridas, como é o caso da Zon Multimédia.

As propostas da Optimus Clix só mudam no nome, com a recente adopção da marca Optimus para a área da rede fixa residencial. O site do Optimus Clix Fibra é um dos menos animados, o que pode combinar com o aparente entusiasmo "morno" da empresa que garante continuar a investir na rede e que tem 33% do mercado de fibra, mas que continua sem divulgar novos números de clientes além dos 200 mil já referenciados.

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A cobertura também não é muito clara, pedindo-se - como acontece nos outros operadores - que os clientes interessados experimentem o seu código postal para verificar se estão numa zona abrangida pelo serviço.

Em termos de pacotes, a Optimus Clix continua com as três opções base do triple play que se distinguem sobretudo nas velocidades: 100 Mbps, 50 Mbps ou 30 Mbps, com natural reflexo nos preços que variam entre os 69,9 e os 39,9 euros, como se mostra no quadro abaixo.

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A ambição da PT com o Meo é maior, como se pode verificar nos anúncios comerciais ao serviço e na aposta de angariação de clientes, mas não tanto na redução dos preços.

O site do Meo Fibra é bastante animado, contando com os Gato Fedorento como protagonistas mas não deixando de apresentar detalhes sobre a velocidade e as ofertas.

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Nos pacotes disponíveis a escalabilidade é muito maior, com preços a partir dos 39,9 euros para velocidades de 10 Mbps, que "envergonham" qualquer par de fibra e até já a tecnologia ADSL2, mas que mostram a vontade da operadora de responder a diferentes exigências dos clientes.

O "creme de la creme" pára também nos 100 Mbps, o serviço mais caro e mais "poderoso" da operadora, que custa 64,9 euros com a promoção, como se pode verificar no quadro da oferta.

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Na Zon Multimédia o site do Zon Fibra foi também reforçado com imagens animadas, menus saltitantes, música e vídeo, talvez para mostrar aos visitantes que a sua ligação é demasiado lenta para todas as novas possibilidades da Internet...

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As diferenças nos pacotes valem pela introdução da oferta a 200 Mbps. Os clientes não sabem - não têm de saber (?) - se é sobre cabo acelerado com DOCSIS 3.0 ou sobre fibra, mas pagam mais 45 euros por mês...

Já para as velocidades de 100 Mbps o preço mantém-se nos 64,9 euros e o downsizing para os 50 Mbps não compensa a redução de preço de 10 euros...

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Com o reforço da infra-estrutura de fibra, que já cobria mais de 1,15 milhões de casas em Dezembro de 2009, segundo o FTTH Council, era bom que os operadores seguissem alguns exemplos internacionais e tornassem as ofertas mais atractivas no preço, porque o conjunto de serviços adicionais e a alteração na experiência de utilização podem ainda não ser argumentos suficientes para justificar o "salto" dos utilizadores para as tecnologias de fibra, sobretudo numa conjuntura em que a palavra de ordem é "reduzir custos"...

Fátima Caçador