A Sony apresentou o conceito de jogabilidade que vai ser o núcleo central da Playstation 4 e que é constituído por um novo interface de utilizador na consola, por jogos processados na cloud e por um novo comando DualShock com um sensor tátil de pequenas dimensões.

Mas a empresa japonesa não apresentou a Playstation 4: a consola em si, não teve nenhuma aparição, nem física nem em imagens durante a keynote que teve lugar ontem, dia 20 de fevereiro, em Nova Iorque.

Muitos gamers certamente consideram que a ausência do hardware principal não é importante, já que os novos elementos foram todos apresentados, assim como as especificações técnicas da consola. Está tudo apresentado, menos a estética do dispositivo.

Olhando um pouco para a apresentação da Nintendo Wii U, a primeira grande consola da nova geração, a estratégia utilizada foi semelhante. Apesar da unidade central da Wii U ter sido mostrada, todas as atenções recaíram no Wii U Gamepad e nas novas características a nível de software, como jogabilidade independente e reforço social do universo Nintendo.

[caption]Playstation 4[/caption]

Acima de tudo a Sony mostrou como pretende adaptar-se aos novos desafios do gaming: dispositivos móveis, ecrãs táteis e consolas emergentes como a Ouya e o Project Shield. A guerra vai ser travada quase mano-a-mano com a introdução do Remote Play, que vai permitir jogar jogos da PS4 na PS Vita através de streaming - uma outra consola da tecnológica nipónica e que precisa de ser comprada à parte, é preciso lembrar.

O amanhã é mobile

Com esta tecnologia a PS4 transforma-se numa espécie de servidor para a Playstation Vita. As capacidades de streaming chegam ainda através da retrocompatibilidade com jogos da PS1, PS2 e PS3, que só através deste modelo de jogo é que estarão disponíveis - fisicamente, nenhum dos jogos dos outros equipamentos funcionará na PS4.

A tecnologia comprada à Gaikai no ano passadopermite ainda jogar enquanto os jogos estão a ser descarregados. Explicando de outra forma, mesmo que o download de um título não esteja concluído, esse não é um fator impeditivo para que determinada aventura digital deixe de ser experienciada.

[caption]Playstation 4[/caption]

A Sony anunciou ainda o lançamento de aplicações móveis para iOS e Android que pretendem levar as experiências de jogo até ao segundo ecrã - smartphones e tablets, uma tendência que não pode ser negada por nenhuma empresa. A Playstation App como é chamada, vai permitir aos jogadores controlarem alguns aspetos do jogo, como mapas e dados em tempo real, do que está a ser jogado na televisão, uma funcionalidade útil sobretudo em jogabilidade conjunta.

O software móvel vai ter permitir ainda a compra de jogos a partir de qualquer local e que são automaticamente transferidos para a consola principal que está em casa.

Um computador chamado Playstation

A Playstation 4 vai ter apenas um chip de processamento composto por oito processadores AMD Jaguar com arquitetura x86-64 e um sistema gráfico AMD Radeon que promete um desempenho de 1,84 TFLOPS. A memória RAM é de 8GB GDDR5 e existe um disco de armazenamento interno cuja capacidade ainda não é conhecida.

O leitor de discos tem capacidade de leitura em velocidades de 6x em Blu-Ray e de 8x em DVD. A nível de conetividade existe uma porta USB 3.0, uma entrada Ethernet, uma saída HDMI e AV analógica, e Bluetooth 2.1. Mesmo sem se conhecer o aspeto da consola, certo é que a Playstation tem todas as condições para ser um centro multimédia de topo.

Mas o destaque vai para o DualShock 4, o comando de jogo que vai acompanhar a nova geração da consola. Esteticamente semelhante aos controlos remotos do passado, a diferença está no ecrã tátil capacitivo e com reconhecimento máximo de dois toques que está situado entre o D-Pad e os botões de jogo.

[caption]Playstation 4[/caption]

O DS4 tem ainda uma barra luminosa com três cores, situada na parte traseira, que permite distinguir os jogadores em títulos multiplayer ou que pode funcionar como elemento de sinalética para o que está a acontecer no jogo - níveis de vida ou de munições por exemplo. O sensor traseiro tem ainda a função de elemento que permite a comunicação com a PS4 Eye, um sensor 3D com um sistema de movimento que vem no pacote da nova Playstation, de origem.

[caption]Playstation 4[/caption]

Em termos de características o comando vem munido de um giroscópio, um botão dedicado para a partilha de conteúdos, como transmissão em direto do jogo, e um sistema de som incorporado.

Uma consola é para jogar jogos

Para acompanhar as especificações técnicas da consola a Sony decidiu mostrar o que os jogadores podem esperar da nova consola com uma demonstração de Kill Zone: Shadow Fall. A grande quantidade de elementos em cenário, a iluminação e os detalhes gráficos são os principais aspetos que saltam logo à vista:

Knack, desenvolvido pela própria Sony, Deep Down, Watch Dogs, Diablo III, Driveclub, Infamous: Second Son e The Whitness são outros dos jogos que estão para já confirmados na nova consola. A Squre Enix prometeu ainda um "cheirinho" de Final Fantasy que só vai ser demonstrado na E3 deste ano e durante a apresentação mostrou um novo motor de jogo conhecido como Luminous Engine.

O segredo é a alma do negócio

Além da ausência da Playstation 4, a Sony foi ainda "curta" ao deixar algumas informações por revelar. Quantos modelos de PS4 vão haver, quais os seus preços e quando vão estar disponíveis para comercialização - além da vaga referência ao final do ano. Como vai funcionar a Playstation Network na nova consola e quais os possíveis modelos de subscrição? Vão haver parceiros de streaming na área do vídeo?

Numa guerra estratégica, sobretudo com a Microsoft já que a Nintendo avançou mais cedo no mercado, a proteção de dados críticos que podem dar vantagem à concorrência talvez seja a forma mais inteligente de manter o secretismo da consola mesmo já tendo sido revelada.

Sem nenhum responsável da Sony o ter afirmado, é possível que a consola esteja disponível para ver e tocar na E3 2013 - mas também é possível que seja ofuscada pela nova Xbox.

houve espaço para mais boas notícias que chegaram pelas palavras do presidente dos estúdios de desenvolvimento Sony, Shuhei Yoshida, que garantiu à Eurogamer que a PS4 vai suportar jogos usados, uma questão que tem sido debatida na Internet depois de terem surgido rumores de que a próxima Xbox pode bloquear o uso de títulos em segunda mão.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico