Há relativamente pouco tempo, um disco rígido interno de 60MB era uma opção nos topos de gama da maior parte dos fabricantes de computadores, numa época em que os dados eram transportados em disquetes de 1,44MB. Hoje, uma fotografia pode atingir os 5MB e um filme, entre 2GB e 4GB.

À medida que o tamanho unitário médio dos ficheiros vai crescendo, surge a necessidade de cada vez mais armazenamento fiável. Os eixos da utilização doméstica dos computadores -música e filmes- exigem cada vez mais espaço flexível e interfaces que permitam altas velocidade de acesso aos dados multimédia.

Apesar da necessidade real de espaço de armazenamento e embora destinados a uma utilização de secretária, os consumidores adoptaram, em grande escala e cada vez mais, o formato portátil para os seus computadores, uma plataforma que, pelas suas limitações físicas, torna a questão dos Gigabytes disponíveis ainda mais premente.

Juntemos a isso a disponibilidade, mais ou menos banalizada, de ligações de dados de banda larga sem limites de tráfego e rapidamente chegaremos a um culminar crítico, geralmente sob a forma de um aviso simpático do sistema operativo. Tendo em conta que um disco rígido contém sempre sectores corrompidos (partes dos disco que não podem ser utilizadas), esse aviso pode surgir bastante mais cedo do que se espera e com consequências, por vezes, desastrosas.

Se num computador de secretária basta acrescentar um disco rígido de 3,5 polegadas numa das múltiplas baías geralmente disponíveis, um processo que pode ser efectuado em casa e de forma relativamente rápida, num portátil o caso muda completamente de figura. À excepção de alguns modelos que disponibilizam dois discos rígidos, o utilizador terá sempre de clonar o seu actual disco na transição para uma unidade maior, isto é, se desejar manter as mínimas definições intactas.

O acesso aos volumes internos é outro caso, já que, se alguns fabricantes facilitam o acesso ao disco rígido dos seus portáteis, noutros casos será mesmo necessário desmontar uma parte, mais ou menos significativa, do chassis, algo que, nestes casos, será melhor deixar à assistência técnica.

A solução mais simples e eficaz é, sem dúvida, o investimento num disco rígido externo. Aqui, existem também algumas considerações a ponderar, desde o tipo de interface (USB 2.0, Firewire 400 ou 800, eSATA e ethernet são os mais comuns), necessariamente dependente do tipo de ficheiros e utilização que vai ser dada ao disco rígido, à velocidade de rotação e acesso aos dados e ainda ao formato físico da unidade e capacidades de redundância (volumes únicos constituídos por dois discos em RAID 0 ou 1).

Numa perspectiva custo/utilidade, a maior parte dos utilizadores domésticos poderá optar pelas configurações básicas de um disco/um volume, a 5400 rotações por minuto (rpm), buffer de 8MB e interface USB 2.0. O volume de armazenamento considerado foi de um 1Terabyte, suficiente para ser utilizado por diversas pessoas e com uma ampla disponibilidade para ficheiros multimédia, incluindo bibliotecas de música e de filmes. Aqui ficam algumas sugestões.

LaCie Desktop Hard Disk 1TB

O disco da Lacie apresenta um exterior negro bastante agradável e minimalista, em alumínio e com uma única luz azul debaixo da grelha frontal. O nível de ruído em funcionamento é bastante aceitável para esta gama, mesmo em escritórios pequenos. O único interface disponível é USB 2.0, com velocidades de acesso teóricas de até cerca de 60MB/s. O disco apresenta uma velocidade de rotação de 7200rpm, bem como um buffer de 16MB.

O Hard Disk 1TB é fornecido com software Lacie de salvaguarda de dados pré-instalado, cabo USB e fonte de energia, por cerca de 230 euros.

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Western Digital MyBook Essential Edition 1TB

Tal como o disco da LaCie, o MyBook, da Western Digital é um disco único com capacidade de 1TB, velocidade de rotação de 7200rpm e buffer de 16MB, tudo isto num exterior de dimensões reduzidas, com a forma de um livro. O interface é USB 2.0 e permite que o disco se ligue ou desligue com o computador. Por 229 euros.

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Freecom Hard Drive XL 1TB

O disco rígido externo da Freecom apresenta algumas características interessantes, tal como o chassis externo em alumínio, contribuindo para a refrigeração passiva e um LED indicador de espaço de armazenamento livre. O Hard Drive XL possui uma ventoinha para dissipação da temperatura, apresentando, todavia, um nível de ruído bastante aceitável. O disco possui uma velocidade de rotação de 7200rpm e no mínimo, 8MB de memória buffer. Disponível nalgumas grandes superfícies de electrónica, por cerca de 250 euros.

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Iomega Desktop Hard Drive 1.0TB

A Iomega apresenta uma solução alternativa de armazenamento, tendo em vista uma redução do preço final para o cliente, mas com as mesmas capacidades do restante hardware apresentado. O disco externo da Iomega é, na verdade, composto por dois discos rígidos independentes de 500GB cada um, a 7200rpm, num esquema JBOD (Just a Bunch Of Disks), uma solução não tão sofisticada como o RAID 0, mas igualmente eficaz em termos de capacidade de armazenamento.

Apesar de ser constituída por dois discos independentes e tal como o RAID 0, esta solução não oferece qualquer redundância, já que os dados são distribuídos pelos dois discos de forma sequencial. Ao contrário do Raid 0 e nalgumas situações específicas, uma solução JBOD permite a recuperação dos dados, em caso de falha de um disco, nos restantes discos ou disco do sistema.

O JBOD reduz, igualmente, a probabilidade de falhas no sistema, geralmente proporcional ao número de discos numa solução RAID 0.

O disco da Iomega tem um preço de venda ao público de cerca de 190 euros.

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