Quer mais exemplos? Eles existem e em grande quantidade. Basta pensar em qualquer área da vida quotidiana e será difícil não encontrar um exemplo recente de inovação tecnológica que está a mudar a forma como as pessoas vivem o dia a dia ou que promete grandes transformações a médio prazo.



Evolução sempre foi um apanágio do Homem e assim vai continuar a ser. Mas existem algumas áreas onde a inovação parece mais acentuada e onde as novas descobertas vão significar uma melhor qualidade de vida.



Basta imaginar, por exemplo, que há cem anos muitas pessoas morriam e as causas da morte não eram conhecidas. Agora existem empresas como a Google que graças a todo o seu know how querem usar a tecnologia para criar o ser humano com a saúde perfeita.



E quem diz a Google diz a Toshiba e a Fujitsu que estão a construir algumas das alfaces mais limpas do mundo. Como? Usando um ambiente controlado, esterelizado e que permite criar alfaces dentro de portas. Perfeito para países onde não há condições naturais favoráveis a estas plantações. Perfeito também para a saúde.



Mas como também tem sido hábito, muitas das novas criações têm objetivos vários. Olhe-se por exemplo para os avanços que têm sido feitos na robótica, em específico na área dos exoesqueletos. Enquanto algumas empresas estão a colocar pessoas paraplégicas de novo em movimento com a ajuda de próteses robotizadas, outras empresas estão a desenvolver estruturas que permite criar super-soldados que vão ser autênticas máquinas de guerra.



Inovação, para onde caminhas? Para o sítio do costume: para a vanguarda, para a evolução, em direção ao futuro. Agora para onde é que tudo isso levará a humanidade, essa já é outra questão.



O TeK selecionou cinco áreas que agregam muitos exemplos da inovação que tem sido registada. Basta carregar nas imagens para navegar para a página específica do tema.

Wearable


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Mobilidade


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Internet


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Energia


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Empreendedorismo nacional


[caption]STARTUPS[/caption]

Usabilidade apurada



Os wearable têm estado muito na moda, mas no futuro o cenário promete ser bem diferente. Pois se agora falar em tecnologia vestível é falar sobretudo de relógios e pulseiras fitness, à medida que a tecnologia vai evoluindo em capacidade e em miniaturização, mais portas se abrem para a exploração deste segmento de tecnologia.



Apple, Samsung, Microsoft, Misfit, Sony, LG, Fitbit e Jawbone são apenas alguns dos nomes que têm explorado os gadgets de pulso.



Um outro exemplo bastante conhecido – e que até tem estado envolto em incertezas – são os óculos inteligentes da Google. Os Glass parecem para já talhados sobretudo para tarefas muito específicas, como a transmissão de intervenções médicas ou para facilitar a gestão de stocks.



Existem mais óculos inteligentes que estão no mercado pela mão da Vuzix, da Epson e da EyeTap, entre outros, e diz-se que em breve também a Sony e Huawei vai querer explorar este segmento. Esperemos para ver.



Mas falar de wearables é falar de muito mais. A Intel tem por exemplo o projeto de uma camisola inteligente que vai monitorizando vários dados relativos à saúde e bem-estar do utilizador, como o humor. A Adidas tem pequenos chips que podem ser usados em sapatilhas e chuteiras para fazer um registo da atividade física das pessoas quando vão correr ou jogar à bola.



E até há quem esteja a desenvolver sapatilhas inteligentes como as Lechal – que impedem que o utilizador se perca. Melhor: um dos projetos da Samsung na área dos wearable é a joalharia inteligente, com o seu Gear Circle.



Prepare-se pois para o dia em que tudo o que usar no corpo, seja roupa, lentes de contacto ou simples acessórios de bijuteria, vão estar apetrechados de tecnologia que o vão ajudar a perceber melhor como está e o que deve fazer para melhorar.


Mobilidade


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Internet


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Energia


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Empreendedorismo nacional


[caption]STARTUPS[/caption]

Viajar nunca mais será o mesmo



Carros que estacionam sozinhos não serão nada quando comparados com carros que fazem tudo sozinhos. Os driverless cars, ou carros sem condutor em tradução livre, são certamente o futuro. As grandes empresas do sector e não só estão todas de olho neste segmento.



A Tesla, empresa especializada no desenvolvimento de carros elétricos, espera ter dentro de poucos anos um carro com capacidade para se conduzir sozinho. A Audi tem um veículo que já consegue andar a 300Km/H sem ter ninguém ao volante. E a Google tem um carro digno de desenhos animados, mas que processa mais informação num segundo do que uma boa parte dos computadores vai fazer nos próximos 12 meses.



E para que estes carros se conduzam sozinhos existem muitas tecnologias a bordo: localização por GPS, análise em tempo real de tudo o que está à volta do carro, sensores de movimento.. toda uma grande panóplia de ferramentas topo de gama que são necessárias para garantir a máxima segurança.



E por falar em segurança, a comunicação entre carros vai ser também uma “obrigatoriedade” no futuro. Mesmo que haja um condutor ao volante do carro, em modo manual, o veículo vai estar sempre a receber e a enviar informações para outros carros. Manter a distância e evitar percursos com muito trânsito são duas das mais valias que daqui vão resultar.



Está o “condutor” em risco de se extinguir? Dificilmente. Mas o futuro da mobilidade não precisa de passar só pelos carros, pode passar também pelas aplicações.



Serviços de partilha de veículos, como a Uber, têm estado bastante na moda e prometem continuar a crescer nos próximos anos. Aqui não há propriamente uma inovação tecnológica, mas antes uma inovação no conceito de mobilidade e no conceito do modelo de negócio. É inovação à mesma.



Mas nem só de carros se fará a mobilidade do futuro. Far-se-á também através de comboios que gravitam, tal como já está em testes no Japão, e far-se-á em capsulas futuristas que se deslocam em tuneis de vácuo, como pretende fazer Elon Musk com o projeto Hyperloop.



Mas se andar pela Terra não lhe chegua, então aponte para o espaço. As viagens de turismo espacial já não estão assim tão distantes, mas a ideia de ter um elevador que o leva para um hotel que fica na órbita terrestre é mais tentadora e futurista. Mais uma vez o Japão é a casa para esta ideia de mobilidade que pode até ajudar a deslocar parte da população para fora do planeta.


Wearable


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Internet


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Energia


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Empreendedorismo nacional


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A Internet pelo ar



Se Maomet não vai à montanha, arranja-se uma ligação entre os dois. E o que não faltam são empresas dispostas a fazer isso.



Ainda que as suas ações tenham acima de tudo um cunho comercial, sempre é melhor ter mais partes do mundo ligadas a todos os benefícios e também aos malefícios da Internet, do que continuar a ter partes do globo que estão excluídas da grande rede.



Mais informação é sinónimo de mais inovação e não há melhor veículo do que a Internet para levar inovação a todo o mundo.



A Google tem o Project Loon, que vai distribuir Internet através de conjuntos de balões que vão pairar sobre determinados territórios. Também a Google já comprou uma empresa de drones para que possa levar a grande rede aos lugares onde por diversos motivos, a Internet não é uma realidade.



O Facebook também está nesta corrida, mas está a desenvolver tudo a nível interno. As previsões mais otimistas apontam o ano de 2017 para aquele em que a maior rede social de sempre vai começar a dar Internet ao mundo.



Mas não é preciso ir muito longe para ver planos tão ambiciosos. Em Portugal a Quarkson está a desenvolver uma frota de drones que tem justamente capacidade para isto – levar Internet pelo ar. Por exemplo, para que Portugal inteiro tivesse Internet através de um sistema semelhante seriam precisos “apenas” cinco drones cujas envergaduras chegam aos 22 metros.



E se existem pessoas que já se contentavam com ligações 2G e 3G, noutros locais, como a Europa e os EUA, o 4G ainda não é o “pão nosso de cada dia” e a cabeça já está no 5G. Até lá será necessário passar pelo 4,5G, diz a Alcatel-Lucent.



A Internet móvel de banda larga ultra rápida é o futuro da mobilidade – para ligar todos os wearable e carros inteligentes que por aí vão andar. Mas tal como o TeK questionou esta semana: será que o Wi-Fi não vai crescer de tal forma que a rede móvel deixará de fazer sentido?


Wearable


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Mobilidade


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Energia


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Empreendedorismo nacional


[caption]STARTUPS[/caption]

Fazer o mundo girar com novas fontes de energia



Todas as inovações têm custos: custos de desenvolvimento, custos humanos relativas à dedicação dos investigadores e empreendedores, mas também tem custos energéticos.



Sem energia “isto” não anda e nem todas as formas de energia usadas são as mais saudáveis para o planeta. Vale a inovação que emergido nesta área.



A Microsoft mostrou há não muito tempo que é possível carregar um telemóvel topo de gama com a ajuda de batatas e fruta. É verdade que foram precisas centenas de batatas e maçãs para atingir o objetivo, mas este é um conceito que prova que no futuro será possível reaproveitar restos destes alimentos para produzir energia.



Mas não é preciso olhar lá para fora para ver novas formas de gerar energia. Em Portugal a startup portuguesa Waydip consegue transformar o movimento das pessoas em eletricidade – através de um pavimento próprio que converte a energia cinética em energia elétrica. Já foi testado em ambiente real na Covilhã e também já foi testado num centro comercial em Lisboa.



Outro segredo para o futuro da energia pode estar na roupa que o utilizador veste. O aproveitamento pode ser feito de duas formas: através da recolha de energia solar, como mostrou o designer Pauline van Dongen, ou através de tecnologias que convertem o calor corporal em energia que pode ser usada, por exemplo, para carregar os gadgets que traz no bolso.



E por falar em energia solar, a solução que NASA encontrou de transformar painéis solares em origamis pode ser ter um papel importante ao nível da sustentabilidade. Pois um cilindro de 2,7 metros pode tornar-se num painel gigante de 25 metros.



E depois há o mar e a energia das ondas. Portugal tem muito mar e muitas ondas. E talvez por isso é que a startup sueca Corpower Ocean decidiu concorrer a um programa de empreendedorismo português. E resultou: está entre os finalistas do Building Global Innovators. A sua solução é um novo conversor de energia das ondas que promete cinco vezes mais energia por tonelada a um terço do custo.



Mas não são só as novas energias que podem ter um papel fulcral no futuro. Aqueles que conseguirem descobrir como reduzir os gastos e os custos energéticos também terão o seu nome escrito no grande livro da inovação mundial. Por exemplo, na Universidade de Aveiro, trabalha-se num aproveitamento daquilo que já é usado em algumas cidades do país: iluminação LED.



Graças a um sistema inteligente de deteção de movimento, é possível reduzir os custos até 70%. Além de saber quando há alguém a andar na via pública ou não, a iluminação também inteligente o suficiente para saber adaptar-se às condições de luminosidade natural.



Outro exemplo português é o Cloggy, um equipamento que permite fazer uma gestão dos consumos energéticos através do smartphone. O utilizador apenas precisa de ligar um equipamento às tomadas que mais utiliza e depois fazer as devidas poupanças que de acordo com a empresa responsável pelo produto, a ISA Sensing, a fatura da luz pode encolher até 25%.



Se todas estas ideias vingarem e se houver um esforço conjunto – empresas, utilizadores, Governos, reguladores -, então no futuro a fatura da eletricidade poderá até nem ser uma preocupação.


Wearable


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Mobilidade


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Internet


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Empreendedorismo nacional


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Portugal, um pedaço de terra cheio de potencial



Aqui não há muito para explicar. Ao longo dos últimos trimestres o TeK tem dado a conhecer vários projetos portugueses de base tecnológica que são um ótimo exemplo do espírito de empreendedorismo e inovação que se vive atualmente no país.



Ficam aqui alguns exemplos e ficam muitos mais por referir:



- Kollectbox é a paragem obrigatória para colecionadores de selos, moedas e notas

- Startup Alphappl quer garantir emprego a mais de 500 pessoas em 2015

- Speak, o sonho do português que deixou a Google já chega a 4 cidades

- Fazer compras online com a ajuda informada do PepFeed

- Fundos de investimento e incubadoras de startups de olho na portuguesa VetNetwork

- Startup portuguesa quer exportar ferramenta de gestão de processos para todo o mundo

- Aplicação portuguesa Storyo premiada nos EUA e com grandes perspetivas de crescimento

- Farfetch e Gleam: dois projetos portugueses de eCommerce que estão na moda

- VirguCase é a marca portuguesa que quer apostar na diferença em acessórios Apple

- BuzzStreets: a app que revela tudo (e mais alguma coisa) sobre o trânsito

- Plataforma portuguesa Tradiio quer conquistar 30 mil utilizadores em quatro meses

- Projeto português Findster reúne 50 mil dólares em campanha de crowdfunding



Mas Portugal está também a viver outras duas vagas mais específicas: empreendedorismo nos videojogos e empreendedorismo no do it yourself.



No caso dos videojogos são já vários e bons os exemplos do que se tem produzido em Portugal: ARTBIT, Batlesheep, Bica Studios, Biodroid, Game Studio 78, Massive Hamster Studios, Nerd Monkeys, Spwan Studios, Yucca Studios, Camel 101, Titan Forged Games e TheGameWall Studios são alguns dos estúdios que estão a impulsionar o gaming português pelo mundo.




No caso do do it yourself alguns projetos estão inclusive a ter uma grande projeção internacional. A primeira impressora 3D portuguesa, a Beeverycreative, foi considerada a nível internacional como a melhor máquina de impressão para consumidor final e melhor impressão para consumidor profissional. Outros dois projetos, o Bitalino e o Printoo, têm estado nas bocas do mundo: no caso do primeiro está inclusivamente a ser usado em organizações como o MIT, Intel, Samsung e Boeing.



Os dois projetos decidiram unir esforços e agora exploram sinergias: a parceria abriu espaço para uma exploração de novas oportunidades já que o Printoo trabalha no mercado emergente da eletrónica impressa, enquanto o Bitalino trabalha com sensores para a área da saúde.



Mas também há muito DIY “amador” com grande potencial de negócio e de serem as próximas grandes inovações nas suas áreas: basta por exemplo recordar os projetos que estiveram na Lisbon Mini Maker Faire.



Esta é a inovação que se está a fazer em Portugal. Esta é a inovação que se está a fazer para o mundo. Esta é a inovação que um dia mais tarde todos podemos estar a usar.

Wearable


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Mobilidade


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Internet


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Energia


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Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico