Criar tendências e influenciar o mercado estão na missão de uma empresa como a Intel que anualmente gasta milhões de dólares em investigação e desenvolvimento ou a investir em startups que a ajudem a fazer esse caminho. Mas a número um dos processadores também investe em força nos domínios onde, não tendo sido pioneira, quer potenciar com a sua tecnologia. A edição deste ano do Intel Developers Forum começou esta terça-feira e volta a mostrá-lo. Como é habitual, o CEO da empresa abriu o evento e deixou as coordenadas para aqueles que serão os temas principais dos três dias de evento.

Brian Krzanich mostrou que os wearables e o 3D, associado a tecnologias como a realidade aumentada, têm espaço de destaque no futuro próximo da Intel e que as parcerias continuam a ser uma receita usada pela fabricante para levar mais longe projetos ambiciosos. Aqui ficam algumas das novidades focadas no primeiro dia do evento. Começando precisamente pelas parcerias, uma das anunciadas esta terça-feira junta Intel e Google. As duas empresas uniram esforços e estão a trocar experiências em dois projetos na mesma área: o Projeto Tango (Google) e o RealSense (Intel) e daí vai resultar um kit de desenvolvimento que deve ficar disponível até final do ano. As duas tecnologias, que as empresas já tinham mostrado, procuram criar novas formas de registar e interpretar informação em 3D. Uma das vertentes em que a Google tem estado a trabalhar no seu Tango é a integração em telemóveis que explicou assim:

Em relação à tecnologia RealSense, a Intel levou a palco mais novidades. Até agora a tecnologia estava disponível para as plataformas Windows e Android mas o leque vai alargar-se e quem programa para outros ambientes também vai poder criar produtos a partir do RealSense. A Intel abre o RealSense ao Mac OS X, ROS*, Linux, Scratch, Unity, XSplit, OBS, Structure SDK, OSVR e Unreal Engine 4, para além do já referido Projeto Tango, da Google.

A fabricante apresentou ainda a tecnologia Intel Optane, que chegará ao mercado no início do próximo ano numa nova linha de unidades SSD. A Optane também servirá de base a uma nova linha de DIMMs para plataformas de centros de dados de próxima geração. A tecnologia é a nova marca comercial da memória não volátil 3D XPoint, que a Intel mostra neste vídeo.

A Intel também demostrou em palco várias utilizações para o módulo Curie, apresentado na CES no início do ano. Composto por um processador Quark, sensores e tecnologia Bluetooth, o módulo foi criado a pensar no segmento dos wearables, mas a Intel voltou a mostrar que pode chegar a muitos outros produtos, para além dos tradicionais relógios.

O desporto destaca-se e a fabricante procurou mostrá-lo em palco, mostrando o que pode fazer a tecnologia numa bicicleta BMX.

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Uma nova plataforma de software apresentada também no evento passa a reunir os Intel IQ Software Kits já lançados para o módulo, que dão bases aos programadores para criarem produtos a partir da tecnologia para diferentes áreas.

A parceria Intel/Fossil para o domínio dos wearables, anunciada na conferência do ano passado, voltou também a estar em foco no evento e sabe-se agora que os três produtos previstos serão lançados no último trimestre do ano. Os produtos baseiam-se em tecnologia Intel. Pelo menos um será um relógio inteligente e vai usar Android Wear.

A Intel deu pouco espaço nesta apresentação do plano de festas da empresa aos programadores à nova geração de processadores Skylake, mas ficou a saber-se que vai integrar sensores capazes de “ouvir” permanentemente aquilo que um utilizador com Windows 10 instalado no PC tem para dizer. Ou seja, as máquinas com estes chips poderão ser "despertadas" com um Olá Cortana ou Acorda Cortana.Há sensores a registar essa ordem e a ativar os recursos da máquina.

A funcionalidade na verdade não é nova nos processadores fabricados pela marca, nos Core M, lançados no ano passado já era suportada mas só agora, com a chegada do Windows 10, a opção ficará de facto disponível.