As principais marcas são unânimes a defender esta lógica, e a apresentar produtos neste sentido, como se percebe na antecipação da IFA, a principal feira de electrónica de consumo que se realiza este ano em setembro. Loewe, TP Vision (fruto da fusão da Philips com a TPV) e Samsung deram provas deste modelo e partilharam números que mostram que os clientes já entraram na onda das Smart TVs.
Mathias Harsh, CEO da Loewe, a marca germânica, lembrou num press briefing que desde o lançamento do conceito de connected tv em 2008 o mercado registou uma grande evolução, onde o software assume cada vez maior importância, sobretudo no interface com o consumidor. "A convergência dos vários dispositivos é o futuro, com a informação a mudar de device para device, para o ecrã mais conveniente no momento", afirmou na sua apresentação.
A marca germânica tem procurado seguir a tendência e adaptar-se a um cenário onde os clientes querem ter acesso aos conteúdos que criam no ecrã da TV, sejam eles de vídeos e fotos gravadas com o smartphone ou a câmara, e usar o televisor para as redes sociais e as apps. "Este é um grande desafio, levar estes conteúdos de uma forma fácil de usar, fazendo a ligação com os nossos NAS e integrando os controles de automação da casa no televisor", defende.
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Mesmo assim Mathias Harsh acredita que há ainda uma diferença entre a utilização de tablets e de outros dispositivos e o lazer. "Com os tablets os utilizadores são interactivos, na televisão só queremos recostar-nos e aproveitar para relaxar. O tablet pode ser um segundo ecrã mas o principal vai continuar a ser a TV".
50% dos televisores serão "smart" em 2015
A ideia é também subscrita por Maarten de Vries, CEO da TP Vision, a empresa que agora assinala um ano de vida depois da fusão entre a Philips e a TPV. "A Smart TV está a expandir a experiência de TV e em 2015 50% dos televisores na Europa Ocidental vão ter características 'smart'", afirma o executivo. Os números citados são da Display Search, que garante que mais de 350 milhões de Smart TVs serão vendidos em todo o mundo nesse ano.
Na gama de produtos da marca os números mostra também que os utilizadores aderem às funcionalidades de Smart TV, e que estas não ficam escondidas e esquecidas atrás da função primordial dos televisores, que é ver TV e filmes.
Em 2012, 76% dos clientes da Philips usaram as apps de Smart TV mais de 25 vezes por mês, sobretudo para a função de Catch up TV (visualização de programas que já foram emitidos) e acesso a aplicações, onde se destacam o aluguer de filmes, chamadas por Skype e redes sociais. "A cada minuto é alugado um vídeo através do nosso serviço", afirmou Maarten de Vries.
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Entre as novidades que a TP Vision promete para este ano - algumas a apresentar na IFA - estão novas adições às funcionalidades de Smart TV, como o Miracast e o Multi Room View, com a possibilidade de fazer a transmissão da imagem de um ecrã para um segundo televisor localizado na mesma casa.
Entre as tendências com futuro garantido Maarten de Vries destacou ainda o aumento do tamanho dos ecrãs de TV, com a escalada acima das 65 polegadas e a concretização dos televisores de 42 e 46 polegadas como mainstream depois das 32-36 polegadas terem dominado o mercado.
Simplicidade aliada à tecnologia
O senior Director Sales and Marketing de TV e AV da Samsung, Michael Zoeller, falou também das Smart TVs e da forma como a marca coreana está a trabalhar o conceito para o tornar mais simples, mas não deixou de lado as principais evoluções tecnológicas como o UHD TV, e a ideia de continuidade que a Samsung quer introduzir no mercado
"O que as pessoas querem é uma solução prática, que simplifique a forma de aceder aos conteúdos, com a melhor qualidade, mas que permita garantir o investimento para o futuro", defendeu o executivo.
A Samsung está a trabalhar na área da Smart TV para simplificar a descoberta de conteúdos, e o acesso aos mesmos, através de interfaces de voz e gesto, mas também de uma nova arrumação, o Samsung Smart Hub, que tem algumas semelhanças com os interfaces que a empresa apresenta nos telemóveis.
A ideia é que os clientes consigam navegar entre os mais de 6.500 canais disponíveis na Europa, as aplicações e os filmes. Por isso o software sugere os canais que podem ser vistos, por popularidade mas também com base nos hábitos do utilizador, e faz uma sugestão dos programas que podem ser vistos nos próximos 90 minutos, ou gravados.
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Torna-se mais fácil a gravação, a visualização de conteúdos já emitidos, a escolha de um filme ou a possibilidade de ver um conteúdo na TV e outro no tablet, com o mínimo de configuração, demonstrou Michael Zoeller com a ajuda da Miss IFA.
O executivo da Samsung centrou também a sua apresentação na necessidade de evolução para o 4K, ou UHD, que garante ser uma forma de proteger o investimento em televisores de ecrãs de maior dimensão garantindo a qualidade da imagem.
Embora admita que ainda não há conteúdos preparados para esta resolução, Michael Zoeller defende que com ecrãs cada vez maiores os utilizadores estão a perder a qualidade de imagem, em termos de pixéis por polegada e frame rate, e que só com o UHD é possível conseguir em ecrãs de 110 polegadas a mesma qualidade que se obtém em ecrãs de 46 polegadas com os atuais conteúdos.
E enquanto não há emissões 4K, nem streaming de vídeo on demand com esta qualidade, a própria TV faz o upscale das imagens.
O executivo da Samsung garantiu que na IFA a empresa vai lançar uma renovação da linha 4K, com mais televisores de ecrãs maiores e mais pequenos. Mas os detalhes só serão revelados em setembro.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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