Crise financeira à parte, as preocupações ambientais estão na ordem do dia entre a electrónica e as tecnologias.

Os produtos anunciados como mais amigos do ambiente sucedem-se e têm tido destaque nas principais feiras da área, como foi o caso da CES ou como se promete para a CeBit, que vai fazer crescer a área reservada em exclusivo à apresentação de "ideias verdes".

Quem quer perceber o que a indústria das TIC anda a fazer para se tornar menos agressiva para o ambiente pode espreitar o Greener IT da Geenpeace, um documento onde a organização avalia as empresas segundo critérios que envolvem reciclagem, devolução voluntária de equipamentos e gestão de componentes tóxicos, encaixando-as num ranking em que a nota 10 representa a actividade com menor nível de risco para o meio ambiente.

A Nokia foi a empresa mais bem classificada na versão mais recente do Greener IT, relativa a Novembro de 2008, com 6,9 pontos. A Nintendo ocupa a posição oposta no ranking, somando apenas 0,8 pontos pelas (poucas) medidas amigas do ambiente que põe em prática.

No que diz respeito aos produtos propriamente ditos, o segmento dos terminais móveis já apresenta alguma possibilidade de escolha. Samsung, Nokia e Motorola são fabricantes que têm propostas no mercado, com respectivamente os modelos F268, 6210 e o Moto W233 Renew, que já foi notícia no TeK.

No fabrico deste tipo de terminais as empresas apostam normalmente em materiais e packaging reciclados e recicláveis.

Entre os computadores portáteis, destaque para a linha MacBook da Apple e para a proposta da Toshiba com o seu Portégé R600, que mereceu igualmente a distinção da Greenpeace.

Evitando a utilização de materiais como chumbo, mercúrio e outras substâncias nocivas, o Portégé R600 possui certificação ENERGY STAR 4.0.

A integração de um ecrã com iluminação LED, do mais recente processador, e o recurso a SSD (Solid State Drive) como sistema de armazenamento contribuem também para um consumo de energia reduzido do equipamento e para o aumento da vida da bateria, ajudando, consequentemente, à diminuição do impacto deste equipamento sobre o ambiente.

Para transportar os portáteis também já existem soluções ecológicas. É o caso da linha EcoSmart da Targus, construída com uma maior quantidade de materiais reciclados.

Concebidas para portáteis até 15,4 polegadas, as malas apresentam-se em cinco modelos, de diferentes estilos, mas usando as mesmas cores: castanho "chocolate" com acabamentos em verde. Os preços de venda variam entre os 74,95 e os 99,95 euros.

Nos desktops, a Lenovo soma pontos na ecologia com os seus modelos ThinkCentre M58 e M58p.

Além de várias certificações na área do ambiente, os dois computadores incluem a nova tecnologia Power Manager4 que, segundo a Lenovo, permite poupar energia, possibilitando aos administradores de sistemas monitorizarem e controlarem de forma remota a quantidade de electricidade consumida pelos equipamentos dotados desta solução dentro do parque de PCs.

460 e 530 euros são, respectivamente os preços do M58 e M58p, IVA não incluído.

Mas a estratégia ambiental não se sente apenas ao nível dos produtos: os quadros legislativos também têm vindo a mudar, estando em preparação um pacote de medidas pela Comissão Europeia, que vai impor novos limites ao consumo de energia a aparelhos de TV, por exemplo, entre outras medidas.

Ao nível da Internet também já se anunciam sites mais amigos do ambiente, como é o caso da Alvo , que obteve o Green Certified Site, aderindo ao serviço CO2Stats.

Esta solução destina-se a medir a quantidade de energia consumida, aumentar a eficiência energética e reduzir assim a pegada de carbono na utilização de sites.