O objetivo de atingir na Europa uma economia neutra em termos climáticos até 2050 continua a ser um desafio mas há indicadores de evoluções positivas no sector energético. Os resultados anuais do Power Barometer são uma das bases que confirmam um "desenvolvimento histórico", como refere a Eurelectric, uma federação da indústria energética na Europa que junta mais de 3.500 empresas do sector.

O relatório inclui uma série de gráficos e indicadores sobre a situação atual e a sua projeção para os próximos anos, em termos da geração de energia mas também de importações.

Dois terços da eletricidade gerada no primeiro semestre de 2020 ano foram livres de carbono. As energias renováveis ​​cobriram 40% do mix, enquanto a geração de combustíveis fósseis caiu 18%, sendo visível uma tendência acentuada nesta linha, já que em 2010, as energias renováveis ​​representavam 20% do cabaz de eletricidade da UE, enquanto em 2019 já atingiam 34%.

A ideia é acentuar esta tendência e conseguir ter, até 2030, 80% da eletricidade da União Europeia livre da utilização de combustíveis fósseis.

Kristian Ruby, secretário-geral da Eurelectric alerta que é necessária uma maior aceleração para cumprir os objetivos da União Europeia e afirma que o ponto crucial passa por substituir o uso de energia em setores como os transportes, edifícios e indústria por eletricidade com baixo teor de carbono, ao mesmo tempo que desenvolve a capacidade de energia limpa. O ritmo de instalação de capacidades eólica e solar também deve duplicar para cumprir as metas para 2030.

Entre as medidas a aplicar com urgência estão a promoção da maior adoção de carros elétricos, facilitar o desenvolvimento de redes e armazenamento de energia e evitar a concorrência desleal e as importações de eletricidade à base de carvão de países terceiros.