São vários os estudos que têm vindo a alertar para os riscos que os mais novos enfrentam quando acedem à Internet. O mais recente, divulgado pela Microsoft, dá conta de que os jovens portugueses sabem mais sobre segurança e privacidade online que os seus pais e não se inibem de usar esse conhecimento para ocultar dos progenitores a sua ciberpegada.
Neste cenário, 31 por cento dos pais afirmam não tomar quaisquer medidas para limitar ou controlar a utilização da Rede pelos filhos, enquanto 62 por cento dos jovens portugueses confessam apagar o histórico ou a cache do browser para impedir que os pais monitorizem a sua actividade online.
Paralelamente, e no que respeita ao uso das populares redes sociais, outro dos factores frequentemente associados à temática da segurança online, Bruxelas contabiliza em mais de 82 por cento os jovens de 15 e 16 anos que têm os seus perfis registados em redes sociais, bem como 26 por cento das crianças de 9 e 10 anos.
No inquérito promovido pela Microsoft, a grande maioria dos adultos diz já ter falado com os filhos sobre os potenciais perigos online, embora 38 por cento confessem não saber se estes limitam o acesso às suas páginas nas redes sociais, por exemplo.
Entre os dados que podem desconhecer estão também que 39 por cento dos adolescentes já mentiram online quanto à idade, que 72 por cento foram contactados por estranhos e 42 por cento responderam "por curiosidade".
Numa altura em que as crianças se ligam à Internet com idades cada vez mais baixas e não só através de computadores, mas também de consolas de jogos e de telemóveis, exige-se aos pais um maior esforço de acompanhamento, que em muitos casos não passará tanto pela disponibilidade horária, mas mais pela falta de conhecimento.
Sites como o Internet Segura.pt ou o Crianças na Web, da Panda, já citados no TeK, na Sugestão Aprenda a proteger as crianças na net disponibilizam informação sobre como agir da melhor forma para garantir uma navegação mais segura aos seus filhos.
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Mas os progenitores não podem ser os únicos responsáveis pelo acesso seguro dos mais novos à Internet. A própria indústria das TIC tem a responsabilidade de "oferecer produtos e serviços que protejam as crianças em linha e lhes proporcionem uma maior capacidade de intervenção", considera a Comissão Europeia.
É com base neste pressuposto que Bruxelas está a desenvolver uma plataforma de colaboração à qual convida a aderirem "fabricantes de dispositivos móveis e consolas de jogos, os fornecedores de serviços Internet, as empresas de redes sociais, os fornecedores de aplicações e conteúdos para dispositivos móveis, as organizações de consumidores, os investigadores e as organizações de protecção das crianças".
Por outro lado, a CE promete rever, em breve, a Recomendação de 2006 relativa à protecção dos menores nos meios audiovisuais e na Internet e a Comunicação de 2008 relativa à protecção dos jovens contra os conteúdos prejudiciais nos videojogos.
Os esforços foram anunciados esta terça-feira, 8 de Fevereiro, data em que se assinala mais um "Dia da Internet Segura", celebrado em mais de 65 países de todo mundo sob o lema "A Internet é mais do que um jogo, é a tua vida!".
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Portugal faz desde 2007 parte do conjunto de países que integram a rede europeia Insafe e que realiza um conjunto de actividades com vista à promoção de uma navegação online mais segura e crítica por parte dos cidadãos.
Só a UMIC diz ter organizado cerca de 500 iniciativas associadas às comemorações deste dia, com o objectivo de informar os diferentes grupos da população sobre a melhor de forma de utilizar a Internet de uma forma segura.
Já a FDTI assinala a data com o quiz tecnológico NET FIT, dirigido a um público-alvo dos 6 aos 12 anos e a decorrer nas lojas Ponto JÁ, e com uma campanha exclusiva de desconto para inscrições no curso Magalhães (válida unicamente para inscrições durante o mês de Fevereiro).
Se puder, aproveite as oportunidades oferecidas por estas duas instituições para conhecer melhor os perigos da Internet (porque efectivamente existem), e para tornar as navegações online lá de casa mais seguras.~
Patrícia Calé
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