Os Estados Unidos são mestres na utilização da Internet ao serviço da política. As campanhas eleitorais naquele país há muito que passam pela rede, embora Obama tivesse conseguido nas últimas eleições fazer parecer qualquer uso da Internet na política antes de si quase anedótico. Talvez porque as histórias com finais felizes são sempre de imitar, ou talvez não, a verdade é que a Europa nunca se empenhou tanto no uso das novas tecnologias para tentar combater a esperada abstenção no próximo acto eleitoral europeu.

Exemplo disso são iniciativas como o lançamento recente de uma rede de quiosques multimédia espalhados por cinco cidades do país, a partir da qual os cidadãos podem saber porque é importante dar o seu voto à Europa e escolher os seus representantes, mas podem também deixar sugestões gravadas que serão posteriormente exibidas em plasmas.

Estes quiosques estão equipados com dois computadores, três plasmas, uma câmara de vídeo e microfone, destinados a gravar as sugestões dos cidadãos. Até 24 de Maio pode encontrá-los em Beja, Évora, Lisboa, Santarém e São Miguel nos Açores.

A união da Comissão Europeia à popular cadeia de TV MTV é outra iniciativa europeia inédita. Aqui o foco está nos mais novos, que numa campanha conjuntos são atraídos para a votação no próximo mês de Junho. Quem passa pelo site é desafiado a participar numa onda de som, que tem lugar já nos próximos dias.

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A nível nacional há também uma iniciativa de incentivo ao voto criada a pensar nos actos eleitorais que se aproximam, nacionais e europeus. Votar é Fácil é o nome da campanha que o Governo está a desenvolver para chamar a atenção dos mais jovens para este dever cívico. O SMS será um dos canais de contacto com o público visado pela campanha, assim como um website onde é possível confirmar o recenseamento eleitoral, saber qual o local de voto nas próximas eleições e ter acesso a muitos argumentos que procuram incentivar o acto.

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Apostas partidárias

Mas quando descemos ao plano dos partidos também é possível encontrar cada vez mais presenças personalizadas na Internet, num misto de look moderno com eficiência no aproveitamento de qualquer oportunidade para passar mensagem.

Pedro Santana Lopes é novamente candidato à Câmara Municipal de Lisboa e dá o exemplo. A Internet é um elemento chave na sua candidatura deixando poucas dúvidas sobre a relevância que o ex-Primeiro-Ministro e também ex-presidente da autarquia lisboeta dá ao meio. O seu domínio é uma porta de entrada para a campanha Lisboa Sem Sentido, que passa também pela rede de talentos TheStarTracker, pelo Flickr, pelo LinkedIn, por um blog e a partir de amanhã por um serviço de vídeos. Os vários canais permitem ter mais informação sobre candidato e programa, mas também são uma forma para receber inputs de quem vai ao site e quer partilhar preocupações ou denunciar situações que precisem de intervenção em Lisboa.

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A candidata socialista à Câmara Municipal do Porto, Elisa Ferreira, também deposita fé nos meios online e usa este canal para dar a conhecer a sua proposta para a cidade governada actualmente pelo social-democrata Rui Rio, testemunhos de apoiantes e percurso político. Ao site Porto Para Todos
junta a sua página oficial, um perfil no Twitter e no Facebook, conta no Flickr e alguns vídeos no Youtube.

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Ainda no PS é importante referir que o próprio secretário-geral do país, também Primeiro-Ministro, é outro crente do poder da Internet como demonstra a iniciativa que leva a cabo amanhã, muito ao estilo Obama. Desde a semana passada que quem visita o site Movimento Sócrates 2009 pode deixar questões que queira ver respondidas pelo responsável político. Dez serão respondidas através de vídeo por José Sócrates amanhã à tarde, entre as 17 e as 18 horas. A mesma plataforma tem uma área que funciona em moldes idênticos aos de uma rede social onde os utilizadores se organizam por grupos de interesses.

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Mais tímida mas ainda assim também representativa da importância crescente da tecnologia na política, foi o anúncio de recandidatura à presidência da Câmara de Caminha da actual presidente Júlia Paula Costa. A autarca admitia que a decisão é uma forma de chegar mais perto dos cidadãos.