Pela diversidade de aplicações e serviços que possibilitam, os smartphones tornaram-se um espaço pessoal, um escritório ambulante e uma carteira da privacidade de cada utilizador. Por estes motivos, e também pelo preço que se desembolsa pelos equipamentos, o roubo é uma das principais preocupações dos utilizadores de dispositivos móveis.

Aplicações antirroubo não existem, mas existem software móveis que ajudam as pessoas e as autoridades a localizarem e a apagarem dados de forma remota. Nalguns casos os telemóveis podem ser recuperados, noutros casos só os dados do utilizador é que ficam a salvo, o que já é suficiente para considerar estas aplicações como anti-ladroagem.

Com mais ou menos funcionalidades, pagas ou gratuitas, estas apps começaram a multiplicar-se nas lojas de aplicações do iOS e Android - no caso do Windows Phone a oferta é escassa e pouco recomendável.

O TeK aconselha hoje algumas apps que podem ajudar a prevenir dores de cabeça maiores em caso de roubo. Mas fica o aviso: por muitos software que instale, nenhum deles garante a 100% que o telemóvel não é roubado ou de que pode ser recuperado posteriormente.

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Cerberus: Qual James Bond, a aplicação Cerebrus Anti-Roubo permite gerir várias funcionalidades do telemóvel através de outros dispositivos. No site da app ou através de outros telemóveis, é possível localizar o equipamento roubado, apagar todos os dados guardados no armazenamento interno e no cartão de memória, pedir um relatório das últimas chamadas recebidas e efetuadas, além de permitir gravar som através do microfone.

Resumindo, o utilizador pode tornar-se num espião do seu próprio dispositivo com o intuito de o recuperar. A aplicação até pode ser escondida para que quem rouba o equipamento, não saiba que está exposto a esta ferramenta.
O Cerebrus possibilita ainda receber uma notificação assim que o cartão SIM definido é trocado por outro, e que traz o novo número para o qual se devem mandar as mensagens para controlo remoto.

A aplicação para Android é gratuita durante uma semana mas depois implica o pagamento de uma subscrição vitalícia por 2,99 euros. O pagamento acaba por não ser demasiado elevado para as funcionalidades que apresenta e pela possibilidade que dá de proteger até cinco dispositivos desde que associados à mesma conta.

Gotcha! Pro Alarm

Antes que a casa seja roubada, ponha trancas à porta. Além das aplicações que permitem rastrear o equipamento depois de ser roubado, existem apps que tentam evitar que malfeitores ponham as mãos em smartphones alheios. O Gotcha! Pro Alarm permite bloquear o telemóvel com um código único e que caso não seja introduzido de forma correta, reproduz um alarme sonoro que não pode ser disfarçado pois é feito um bloqueio das teclas de som.

Os leitores podem levantar a questão: então e quanto me engano a colocar o código? Acontece o mesmo quando o alarme do carro não é gerido de maneira correta - começa a apitar. Mas mais vale um pouco de barulho do que um equipamento de centenas de euros desaparecido. E apresse-se a introduzir o código correto, caso contrário, torna-se o suspeito número um de roubo.

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Além da vertente sonora, este programa também faz um registo da posição geográfica do smartphone, acompanhada do horário, que pode ser partilhado através do Twitter e email, e executa a função em intrgração com o Google Maps, partilhando um link de browser que é indicativo da posição.
Por 3,99 euros na App Store, os ladrões podem ser facilmente denunciados.

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Motion Alarm

O nome revela a principal funcionalidade da aplicação: alerta para situação não definida e detetada a partir dos níveis de movimento a que o telemóvel é sujeito.

A sensibilidade do telemóvel pode ser ajustada manualmente pelo utilizador e o sistema possui um mecanismo de reconhecimento que tenta diferenciar entre um movimento de engano e um movimento que corresponde à obtenção abusiva do telemóvel. Este tipo de proteção é para situações de roubo imediatas e não planeadas.

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Possui ainda um modo que deixa o ecrã completamente negro e possibilita esconder a aplicação de entre todas as outras que estão instaladas no dispositivo.

Em tom de brincadeira os responsáveis pelo software prometem a funcionalidade de auto-destruição para breve. Para isso, tem que desembolsar 1,79 euros na App Store.

Windows Phone à mercê dos bandidos

Os utilizadores do Windows Phone não encontram na loja de aplicações alternativas tão diversificadas em funcionalidades. As poucas que o TeK encontrou não pareceram ter a maturidade suficiente e o nível de segurança que os utilizadores procuram para que sejam aconselhadas.

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A Microsoft disponibiliza uma solução própria que é o My Windows Phone - semelhante ao Find my iPhone/iPad da Apple. Os utilizadores devem aceder às opções e habilitar as configurações que permitem localizar o telefone periodicamente. Depois num site disponibilizado pela tecnológica norte-americana, basta introduzir o número do dispositivo que é enviado um email com a localização mais recente registada.

Este tipo de soluções, através de número de telefone, são limitadas pois basta trocar de SIM para que não funcione. Ou basta desabilitar as ferramentas de localização.

Cuide dos seus pertences

Os leitores devem ficar alertados de que todas as sugestões referidas precisam de serviços de Internet ou geolocalização que vão consumir mais bateria do que é normal. Assim, ao mesmo tempo que estão a tentar encontrar o equipamento desaparecido, podem ao mesmo tempo estar a contribuir para que nunca mais seja encontrado caso a energia do equipamento se esgote.

Os utilizadores devem também experimentar sempre as aplicações antes de partirem para a compra das mesmas. Simulem roubos com amigos e familiares e experimentem todas as funcionalidades prometidas. No geral todas funcionam de maneira satisfatória, mas basta dar uma volta nos comentários das apps para encontrar sempre alguns utilizadores menos satisfeitos e convencidos com o desempenho dos software.

Por vezes, o problema pode até nem ser da solução desenvolvida mas do hardware do telemóvel. Em muitos casos existem falhas ao nível interno, como GPS mal calibrados de origem ou ligações à Internet que nem sempre funcionam à primeira e requerem um reiniciar do telemóvel.

Além das aplicações, os utilizadores podem optar por outras técnicas para despistar ladrões e usurpadores de telemóveis alheios. A utilização de capas externas ajuda a disfarçar os smartphones, pelo que uma proteção sem padrões e em cores discretas são uma das opções aconselháveis.

Ainda assim a melhor proteção de todas é cuidar dos pertences e tentar mantê-los sempre por perto. Os designs arrojados e os materiais de construção de alguns telemóveis podem ser motivo suficiente para despertar a cobiça de terceiros.

E os leitores, que medidas de proteção utilizam nos smartphones e tablets? Que outras dicas podem partilhar para que os furtos dos equipamentos sejam evitados? Deixem as vossas dicas na caixa de comentários.

Nota de redação: Esta sugestão foi originalmente publicada em março deste ano. Foi revista e atualizada para republicação.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico