Oferecendo diversos serviços e apoio de vária ordem, as incubadoras têm assumido um papel preponderante no apoio ao empreendedorismo em Portugal nos últimos anos, sendo vários os casos de sucesso que vingaram no mercado depois de ajudadas a criar e a subsistir por si próprias num ninho de empresas. É o caso da Critical Software, que passou pela Incubadora do Instituto Pedro Nunes (IPN).

Estas estruturas de apoio ao empreendedorismo estão normalmente associadas a instituições de ensino superior - o IPN, por exemplo também está ligado à Universidade de Coimbra -, prestando apoio durante a fase nascente de novos projetos empresariais, com prioridade para os spin-offs internos, ou para ideias de negócio que garantam uma forte ligação ao meio universitário.

Neste contexto há vários exemplos, além do IPN, como são o caso da Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro (IEUA), a Incubadora D. Dinis do Instituto Politécnico de Leiria, ou a SpinLogic, a incubadora de empresas ligada à Universidade Católica do Porto.

Contudo, a ligação (direta) às universidades e aos institutos politécnicos não é obrigatória e aqui os exemplos também abundam e passam por estruturas como a NET - BIC Porto, o CID no Lispolis ou a Start Up Lisboa, apresentada esta quinta-feira.

Todas elas têm em comum o facto de oferecerem um conjunto de serviços que vai desde a disponibilização de espaço físico para instalação, a apoio logístico, onde se incluem as salas de reuniões, correio, telefone, Internet, fotocópias, etc.

As garantias de orientação técnica na constituição e arranque da empresa e o acompanhamento na elaboração do plano de negócios são, normalmente, aspetos muito valorizados por quem procura uma incubadora para ajudar a lançar o seu negócio.

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Outro benefício associado são as ligações e redes de contacto que se estabelecem, interna e externamente, e o acesso privilegiado a fontes de informação que estes espaços proporcionam.

O apoio à elaboração de candidaturas a programas de incentivo, conhecidos pela sua componente burocrática, costuma ser outro dos serviços prestados bastante apreciado.

O processo de candidatura obedece a alguns procedimentos base, embora depois possa variar
consoante as regras de funcionamento ou o tipo de características da incubadora em questão.

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Na incubadora do Instituto Pedro Nunes, por exemplo, o processo de candidatura passa, numa primeira fase, pela submissão de uma ficha de pré-candidatura, em que o candidato deverá identificar todos os promotores do projeto e avançar com uma descrição sintética da atividade (serviço ou produto) que pretende desenvolver.

Após isto, é agendada uma reunião com o diretor da incubadora e, em seguida, se o projeto tiver enquadramento, o candidato poderá submeter uma candidatura formal, mais detalhada (para a qual terá auxilio na elaboração), com plano de negócios incluído, para apreciação por parte de uma comissão de avaliação.

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Se a candidatura for aprovada, é então reservado imediatamente o módulo de incubação pretendido, em função das características do projeto e a disponibilidade de espaços.

Uma ressalva final para mencionar que a componente tecnológica dos projetos é, muitas vezes, um requisito para integrar uma incubadora, mas normalmente o fator mais determinante é a inovação. De qualquer forma, interessado em "alimentar" a sua ideia de negócio, será sempre uma questão de procurar um "ninho à medida".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé