Não sabia muito bem o que fazer nas férias. Deixou passar o tempo e agora os hotéis estão lotados, as viagens caríssimas e a paciência também se vai esgotando. O cenário não é o idílico, mas muitas vezes pode ser um bom pretexto para descobrir outras propostas e conseguir umas férias low-cost. A Internet ajuda.

Da viagem à estadia, existem online vários tipos de sites e comunidades virtuais que ajudam os viajantes menos abonados - ou apenas com alguma vontade de viver uma experiência diferente - a encontrarem soluções que passam por uma maior troca de experiências culturais e um menor investimento económico.

Expressões como couchsurfing, hostel, boleia ou usar a "troca de casa para férias" dizem-lhe alguma coisa? Se ainda não, talvez valha a pena tomar nota. Hoje propomos uma pequena viagem pela Web, que promete facilitar as viagens fora dela.

Um dos principais objectivos de quem viaja é conhecer. Património, cultura, arquitectura, gastronomia? Grande parte deste tipo de necessidades são facilmente supridas com a ajuda de um guia, mas dificuldades maiores podem levantar-se no que respeita a conhecer, de facto, os hábitos culturais e sociais dos "locais".

[caption]couchsurfing[/caption]

É a quem sofre deste tipo de inquietações que o couchsurfing pode ser particularmente útil. A prática não serve exclusivamente para receber e oferecer estadias gratuitas em sofás espalhados por esse mundo fora, tendo também o intuito de receber os forasteiros partilhando alguma da cultura própria do país com eles.

Como em tudo, há boas e más experiências e existem uma série de cuidados que devem ser acautelados - dentro da medida do possível, quando se aceita dormir num sofá de alguém que não se conhece. As "marcações" fazem-se online, através de uma comunidade onde os membros disponibilizam o seu sofá e verificam a disponibilidade de acolhimento noutras paragens. O site fornece dicas e alguns mecanismos de verificação, mas, em última análise, todo o conceito é baseado na boa-fé (e bom senso) dos participantes.

Ainda no campo da partilha de acomodações, há outro exemplo digno de referência, que também coloca ênfase na troca. Neste caso estamos a falar de pessoas que, durante o período de férias, optam por trocar a sua casa particular pela estadia em lares de terceiros.

As propostas são feitas online, depois de uma inscrição em sites dedicados (que cobram normalmente uma quantia pela adesão), como o Trocacasa.com, o InterVac Home Exchange, o Singles Home Exchange International ou o Exclusiv Exchanges - para "bens de luxo" e onde se incluem também barcos para férias, por exemplo.

[caption]InterVac[/caption]

Através destas comunidades é possível consultar uma lista de casas disponíveis em vários destinos, no período pretendido. Os proprietários entram depois em contacto para combinar a troca de casas - que pode incluir também que se emprestem carros, por exemplo.

[caption]exemplos casas[/caption]

Para além do óbvio benefício económico de rentabilizar uma casa que estaria vazia, poupando na estadia noutro local, e de ter quem lhe tome conta do imóvel, os adeptos destacam o conforto e o contacto mais próximo com a forma de vida dos habitantes dos países visitados.

Se a poupança e partilha de espaço e experiências são a sua prioridade, mas não tem espaço para oferecer em troca, a resposta aos seus problemas tem seis letras e começa por h: hostel.

Este tipo de ofertas caracterizam-se pelos preços simpáticos das estadias e pela partilha de espaços como cozinha e sala de estar e, muitas vezes, equipamentos e serviços como computadores e Internet, por exemplo. O regime de utilização de quartos e casas de banho varia consoante a política do local.

Soluções deste tipo podem ser encontradas um pouco por todo o globo, destacando-se o site Hostel World como o principal agregador das ofertas nesta área. Serviços como o Hostels List e o Hostels.com são outras das possibilidades para pesquisa e marcação de estadias.

[caption]Hostel World[/caption]

Quando é necessário mais espaço, a opção pode passar pelo Apartmens Apart. Através deste portal é possível encontrar apartamentos para férias em várias cidades do mundo, sendo que a maior parte da oferta se localiza na Europa.

Mais do que a poupança (que nem sempre é fantástica), a principal particularidade reside no facto de se tratar de casas particulares cujos ocupantes se encontram fora e resolvem disponibilizar o imóvel por curtos períodos. Vantagem é também a rapidez com que se consegue encontrar um lugar para ficar, mesmo quanto tudo na zona parece esgotado.

[caption]Apartments Apart[/caption]

No fim, voltamos ao princípio: a viagem. Para chegar ao seu destino, existem os meios óbvios, das viagens de avião (que também podem ser low cost), às travessias por mar ou sobre carris, mas, querendo levar mesmo muito a sério esta coisa da partilha, pode sempre… pedir boleia.

O tema já mereceu a atenção do TeK anteriormente, num artigo onde são sugeridas várias soluções para contornar o recurso aos transportes públicos em idas para o trabalho. Dessas propostas voltamos a destacar o De Boleia, um site onde também é possível encontrar companhia para percursos de longa distância - dividindo despesas, espaço e experiências.

[caption]Hitch Hikers[/caption]

Outra das opções, para viagens pela Europa, é o Hitch Hikers, uma "organização europeia para dar e pedir boleia", que serve de ponto de encontro entre quem procura uma forma alternativa de se deslocar e "condutores com espaço a mais no carro a necessitarem de umas boas gargalhadas, uma conversa séria ou uma (pequena) compensação", lê-se no site.

Agora que as cartas estão sobre a mesa e o tempo quente na ombreira da porta, só precisa de alguns cliques e muita vontade. O TeK mostrou-lhe as alternativas, mostre-nos a coragem… nem que seja de partilhar experiências do género que tenham corrido menos bem.