O mundo mudou muito desde que em 1983 Vint Cerf, considerado um dos pais da World Wide Web, mapeou as ligações à internet nos Estados Unidos. De uma realidade em que pouco mais do que Governos e centros de investigação tinham acesso à rede, avançamos para um mundo animado por mais de 13 mil milhões de dispositivos conectados.
Focando a análise apenas no número de pessoas ligadas à internet, os números são menos expressivos, mas ainda assim impressionantes: em 2000 existiam 400 milhões de utilizadores ligados. No final do ano passado o número tinha disparado para 3,2 mil milhões, indicam dados da União Internacional das Telecomunicações (ITU). Destes, dois mil milhões estavam em países em vias de desenvolvimento, onde por estes dias está o grande foco de crescimento no número de subscritores de serviços de internet.
Os dados da ITU mostram que por cada novo utilizador de Internet num país desenvolvido surgem dois em países em vias de desenvolvimento, embora as diferenças entre regiões continuem a ser gritantes: se na Europa a internet chega a mais de 80% das casas, em África menos de 11% das residências têm acesso ao mesmo serviço. Em todo o mundo 4 mil milhões de pessoas continuam sem acesso à grande rede.
Em Portugal, os números mais recentes da Anacom mostram que existem cerca de três milhões de utilizadores de serviços de banda larga fixa. No final de março 1,79 milhões estavam ligados a redes de alto débito.
Nas comunicações móveis, o mundo entrou em 2016 com 7 mil milhões de utilizadores destes serviços, que se refletem numa penetração global de 97% e num crescimento esmagador ao longo dos últimos 15 anos: no ano 2000 “só” usavam telemóvel 738 milhões de pessoas.
Com a expansão das redes móveis tem crescido outro tipo de serviços, para além da voz, com destaque para os dados. São, aliás, muitas vezes as redes móveis a levar a internet aos países em vias de desenvolvimento e isso também se reflete nas estatísticas. No final de 2015 47% da população mundial usava serviços de internet no telemóvel, um número que multiplica por 17 os valores apurados para o mesmo indicador em 2007. O universo das aplicações móveis tem ajudado a dinamizar este mercado. No ano passado foram instaladas um total de 156 mil milhões de aplicações móveis, que geraram um volume de receitas na ordem dos 30 mil milhões de dólares, de acordo com números da IDC.
O futuro passará por aqui e pela Internet das Coisas, dizem todos os estudos. Das pessoas ligadas estamos a passar para os objetos ligados e as estimativas indicam que num período não muito longínquo todos os dispositivos vão estar ligados à Internet, algo que já começou a transformar a forma como comunicamos e a forma como as empresas fazem negócios.
As projeções variam, no que se refere à evolução da Internet das Coisas, mas olhando para os cálculos da Cisco espera-se que em 2020 o número de dispositivos conectados atingia já os 50 mil milhões. Um desafio que os operadores já se estão a preparar para gerir, aumentando a capacidade para gerir dados e para suportar toda a panóplia de novos serviços que daqui deve surgir.
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