Utilizar um telemóvel deveria ser simples: Usar o equipamento, e quando o sinal de bateria fraca acende colocá-lo à carga. Infelizmente, não é bem assim, e os ciclos constantes de carga vão reduzindo o tempo útil de vida da bateria, e ao longo do tempo, em vez de o dia todo, talvez tenha de lhe dar um pouco de energia extra para aguentar o resto da noite, e mais tarde, talvez venha a ter de colocar duas vezes ao dia. Quando a bateria fica viciada, é praticamente impossível prever se o equipamento aguenta uma hora ou se vai desligar-se passados alguns minutos depois de assinalar a carga máxima. E nesses casos, terá de manter um power bank por perto…
Infelizmente, a maioria dos smartphones atuais utilizam baterias de lítio, que não podem ser substituídas, o que significa que há uma grande probabilidade de ter de trocar de smartphone se tiver fora da garantia – considerando que as baterias têm uma garantia limitada, exatamente pelo seu desgaste rápido. E a substituição da bateria oficial é por vezes tão cara, que nem vale a pena a reparação. Por isso, há que tentar manter a bateria do equipamento bem tratada.
Obviamente que ao analisar o ciclo de vida de uma bateria, queremos dizer quantos anos ou meses esta consegue ser carregada antes de necessitar ser substituída. Pela vida da bateria, significa a sua própria autonomia durante um único ciclo, ou seja, quantas horas ou dias o smartphone se mantém ligado sem necessitar de carga.
Nesse sentido, é sabido que cada ciclo de carga (dos 0 aos 100%) a bateria degrada-se um pouco. Mesmo que não carregue por completo o smartphone, por exemplo 50% da bateria, significa que gastou metade do ciclo, sendo necessário fazer duas vezes para ser considerado uma carga. Os especialistas afirmam que ao fim de cerca de 400 ciclos a capacidade máxima da bateria de um smartphone pode cair cerca de 20%, ou seja, passa a guardar 80% da energia inicialmente. A partir dai continua a degradar-se continuamente. Obviamente que são números relativos, certos equipamentos pode notar degradação em menos ou mais ciclos.
Tudo o que podemos fazer para melhorar a vida da bateria é reduzir esses ciclos, e para isso, aumentar o tempo de cada carga dos smartphones. Isso não significa que tenha de desligar o smartphone quando não o está a usar, mas se calhar há pequenos “vícios” que podemos perder para que durem um pouco mais.
Fique com 10 dicas rápidas para poupar a bateria do smartphone:
1 - A primeira dica é consensual. A temperatura afeta e muito o consumo da bateria. Por isso, evite utilizar o smartphone em locais com muito sol, como a praia ou uma esplanada. Vai notar que o equipamento vai aquecer e com isso a bateria degrada-se bem mais rapidamente. O frio tem efeitos semelhantes.
2 – Os smartphones mais recentes vêm acompanhados com carregadores rápidos. Estes foram desenhados para situações de urgência, como estar na rua e precisar de repor carga rapidamente, ou em situações profissionais. O problema é que acabamos por usar sempre o sistema de carga rápida, e isso acaba por desgastar mais rapidamente a bateria. Os especialistas dizem que quanto mais lenta for a carga, mais saudável é para a bateria. Ligar ao USB de um PC, por exemplo, apesar de muito lenta, é uma forma simples de carregar de forma saudável o equipamento.
3 – Manter o smartphone ligado ao carregador, depois dos 100% afeta também a vida da bateria. A maioria dos smartphones ainda não tem sistemas de corte de corrente capazes de identificar uma carga total e dessa forma parar o carregamento. Os equipamentos Android mais recentes já têm sistemas em que pode definir, por exemplo, o horário que dorme de noite e programar o carregamento. Por exemplo, das 23 horas da noite, às 7 da manhã, o equipamento não carrega, mesmo ligado à corrente, a não ser que lhe dê instruções de exceção. Caso se levante às 8 da manhã, o telemóvel carregou uma hora, tempo suficiente para repor a energia.
4 – Deverá evitar que a carga do smartphone chegue aos 100%, ou se desligue, com 0% de bateria. O ideal é manter acima dos 20% e abaixo dos 90%, podendo dar pequenos “encostos” de energia para manter a bateria carregada sem chegar aos extremos. Em equipamentos mais antigos dizia-se que era necessário descarregar por completo as baterias antes de voltar a usar, mas atualmente, as baterias são mais inteligentes e identificam meios ciclos, pelo que não é mais necessário gastar totalmente antes de voltar à carga para o máximo.
5 – Deve ter atenção às aplicações que mantém abertas no smartphone. Jogos, câmara fotográfica, redes sociais e outras apps que estão a correr em fundo vão gastando bateria. Apesar dos sistemas atuais detetarem picos de energia das apps que mais gastam bateria, não facilite. Pode fechar rapidamente todas as aplicações mais pesadas.
6 – Considerando que é o próprio ecrã que consome mais energia num smartphone, considere optar por baixar o brilho até se sentir confortável. Há sistemas automáticos e até regulação do brilho consoante a hora do dia. Explore a opção do brilho porque vai poupar muita energia. Pode mesmo optar pelo Dark Mode, suportado por Android 10 e diversas aplicações individuais, que ajuda a poupar bateria.
7 – Pense em diminuir o tempo em que o smartphone passa do modo ativo para repouso. Por defeito, poderá ter dois minutos entre a consulta do ecrã para ver uma notificação ou mesmo as horas, e caso não o desligue manualmente o equipamento acaba por entrar em repouso. Se diminuir o tempo de 2 minutos para 30 segundos, certamente que vai poupar energia.
8 – Verifique quais as aplicações ou redes sociais que necessita mesmo de dar permissão para a geolocalização. Existem funcionalidades úteis, mais lembre-se que essas obrigam o equipamento a comunicar constantemente com o GPS, logo, o consumo de energia aumenta. Tente limitar o uso de geolocalização às aplicações que usa mesmo, como os sistemas de navegação, por exemplo.
9 – Explore melhor as opções de bateria que o seu smartphone oferece. Certas marcas adicionam funcionalidades adicionais à base do Android, com melhores otimizações da mesma. Para aceder entre em Opções, e procure Bateria. Nesta pode ver, por exemplo, as apps que mais gastam bateria, ativar o gestor adaptativo da bateria e outros diagnósticos úteis.
10 – Habitue-se a usar os modos de poupança oferecidos pelo seu sistema. Certas aplicações gastam mais energia daquilo que necessitam, que pode definir nas opções da bateria. Há também modos automáticos que são ativados mediante a percentagem de energia disponível.
Seguindo algumas destas dicas certamente que vai notar uma performance melhorada do seu equipamento.
O How To TeK é uma nova rubrica do SAPO TeK que pretende ajudar todos os utilizadores em tarefas simples (mas que parecem complexas) na utilização de computadores e telemóveis. Se tiver sugestões de truques que quer ver esclarecidos envie um email para geral@tek.sapo.pt.
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