A Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários Em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) não vê com bons olhos a chegada da Uber a Portugal. Isto porque na opinião do presidente da entidade, Florêncio Almeida, a plataforma de transportes faz concorrência desleal a outras atividades que existem no mercado, como os taxistas.



Florêncio Almeida faz um encadeamento lógico para tentar explicar a ilegalidade do serviço: os motoristas precisam de licença, os carros precisam de estar associados a uma empresa e essa empresa precisa de ter um alvará. “Mas como não há enquadramento jurídico para esta situação ninguém pode passar o alvará”, explicou o dirigente em conversa com o TeK.



Por este motivo o líder da Antral percebe o porquê de existirem vários protestos em vários países europeus. Um cenário que em breve pode ser replicado em Portugal.



O presidente da associação espera que o Instituto de Mobilidade e Transportes esteja atento à forma como a Uber atua em Portugal e que tome as posições necessárias em caso de inconformidade.



Caso as entidades responsáveis não sejam pro-ativas, a ANTRAL promete “dar a resposta na rua” contra uma possível desregulamentação do mercado. "Qualquer dia deixamos de ter táxis e passamos a ser transportadores", ironizou.



Apesar do tom de luta contra o serviço, Florêncio Almeida acabou por ficar satisfeito quando soube das tarifas que vão ser praticas pelo serviço UberBlack: “1,10 euros por quilómetro? As tarifas dos táxis cobram menos de 50 cêntimos por quilómetro”, atirou o dirigente.



Como explicou o responsável pela expansão da Uber na Europa Ocidental, Alexandre Droulars, durante a apresentação que decorreu hoje, 4 de julho, a empresa apenas disponibiliza um serviço e uma plataforma onde outras pessoas podem fazer dinheiro. A Uber cobra 20% do valor total conseguido durante as deslocações.

A startup norte-americana apenas tem disponível em Portugal o serviço UberBlack, um modo de deslocação mais premium e uma alternativa a outras formas de transporte.

Nota de redação: foi corrigida uma gralha no texto por indicação de um leitor

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico