A empresa portuguesa Digital Works nunca tinha trabalhado na área da realidade aumentada e foi por isso que o pedido de um novo cliente foi recebido como um desafio: uma empresa de imobiliário do Reino Unido queria uma aplicação para mostrar os espaços aos clientes sem que fosse necessário uma visita física.
O objetivo é promover um complexo de grandes dimensões – o cliente e a localização do espaço estão no segredo dos deuses – com recurso a dispositivos móveis e com a ajuda dos óculos de “papel” da Google, o Cardboard. Este mini-ecossistema estará depois disponível num evento onde as pessoas poderão fazer as visitas virtuais.
Mas a aplicação também está a ser preparada para que em casa, no maior conforto possível, as pessoas possam realizar a visita. “Não deixa de ser uma experiência de realidade virtual bastante agradável”, disse o diretor de operações da Digital Works.
Carlos Rodrigues está confiante que os clientes terão uma experiência mais imersiva, mais interativa e também mais informativa com a ajuda da tecnologia. E para esta análise a empresa usa como exemplo a forma como convenceu o cliente na escolha do seu serviço: enviaram imagens captadas no Alentejo e que surpreenderam pela positiva.
Houve duas áreas principais no qual se dividiu o projeto: a primeira relacionada com a componente virtual, onde foi necessário fotografar e captar vídeo de forma tridimensional; e a segunda parte esteve mais ligada à programação da aplicação per si, uma área que não é estranha para a empresa.
Atualmente a Digital Works tem cerca de 60% da sua equipa alocada totalmente a projetos da área mobile e no curto prazo é aqui que vai manter-se o foco da organização. Mas Carlos Rodrigues sabe que o “amanhã” será mais exigente e mais vasto.
E as coisas mudam com uma velocidade tal que o COO não está sequer certo se daqui a cinco ou dez anos as pessoas vão referir-se à realidade virtual como sendo realidade virtual. Mas há uma certeza: “Em muito curto prazo vamos ver aplicações em todas as áreas”, dando o exemplo dos videojogos e da medicina como áreas onde o VR pode triunfar.
Também parece certo que este é um caminho que será obrigatório para as empresas, sobretudo as que têm produtos, localizações e equipamentos para promover. E fica a indicação para os que ainda pensam explorar a realidade aumentada: “Não é nada inatingível”, referiu o executivo da empresa portuguesa.
Carlos Rodrigues nem sequer considera um risco apostar na realidade virtual neste momento pois a tecnologia tem-se apresentado mais acessível e mais disponível. Do lado de quem produz esta é “uma aposta exequível e com valores orçamentais aceitáveis”.
Mas também o facto de os smartphones apresentarem ecrãs de grande qualidade – resoluções que já chegam aos 2K – vai ajudar a impulsionar este mercado tendo por base os dispositivos móveis.
É assim com os dispositivos da Carl Zeiss, é assim com o Samsung Gear VR e será assim com outros equipamentos que vão chegar ao mercado nos próximos anos.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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