A Surfstoke para muitos pode parecer mais uma plataforma social, com o diferencial de querer ligar os praticantes de desportos de ondas como surf, kitesurf ou windsurf. Mas quem experimenta a aplicação rapidamente percebe que a maturidade de desenvolvimento está lá e que este é um projeto com ganas de ir mais longe.



O TeK falou com Joana Matos, uma das cofundadoras da Surfstoke, que confirmou isso mesmo. A internacionalização está prevista para o final de 2015. Até lá a principal missão é aumentar a base de utilizadores em Portugal, que está a servir como teste-piloto ao conceito da app e do futuro negócio. Em março do próximo ano contam ter cinco mil utilizadores.



Os primeiros utilizadores vieram de uma fase beta e de um esforço “humano” que os elementos da Surfstoke fizeram – foram até algumas praias falar com surfistas que davam o seu feedback sobre o software. Agora a conquista de utilizadores está a ser feita misturando a ação no terreno com o marketing digital, explicou Joana Matos.



A empreendedora espera agora promover a aplicação junto de estudantes universitários e nas escolas de surf, por exemplo, além de esperar que a qualidade da própria app faça a diferença.



Atualmente a equipa de cofundadores – e da qual fazem parte Francisco Brito, João Rodrigues e Nuno Ferro – está integrada no programa PT BlueStart, a incubadora de startups da PT Portugal, e está também a disputar a final do concurso Building Global Innovators, do MIT Portugal.



Relativamente a esta última iniciativa, a equipa está a lutar por um lugar entre as melhores ideias de negócio relacionadas com a economia do mar. E Joana Matos revelou “confiança” relativamente ao desfecho da participação da Surfstoke.

[caption]Surfstoke[/caption]

Mas como pretendem gerar negócio através de uma rede social de nicho? Através da relação com as marcas. Isto porque existe um claro interesse recíproco, entre utilizadores e marcas, em estarem ligados.



Joana Matos explicou que a aplicação tem uma componente de gamification que premeia as interações dos utilizadores. Conforme vão subindo de nível, vão ganhando acesso a descontos em determinados serviços – sejam equipamentos para a prática desportiva, seja em surf camps ou até estadias em hostels localizados em posições privilegiadas.



A parceria com marcas estratégicas e que têm presença global também está na agenda para ajudar a promover a Surfstoke. Em Portugal está a ser feita uma associação com a Moche, da PT Portugal, por exemplo. Mas há mais vida além das marcas – existem caras. E é através da parceria com atletas conhecidos das modalidades que a Surfstoke espera chegar mais longe – não está descartada a hipótese de uma conversa com Garrett McNamara por exemplo.



Um outro passo rumo à internacionalização vai ser dado em breve, quando a aplicação – que existe no iOS e no Android – ficar disponível em mais lojas além da portuguesa.



Se gosta de praia e de ondas também pode usar


Falou-se da Surfstoke, mas ainda não se tinha falado do “verdadeiro” conceito da aplicação. Após o registo, que por agora é feito através da associação à conta do Facebook, o utilizador deve escolher a modalidade de ondas da qual mais gosta ou mais pratica.



Depois é só começar a usar. Existe um separador de publicação, que automaticamente associa a pessoa à praia de surf mais próxima, e que permite tirar fotografias do local com alguns indicadores: tamanho das ondas, velocidade do vento e temperatura.

Existe depois um mural onde estão todas as publicações sobre as praias circundantes, o que acaba também por funcionar como um “tripadvisor” das praias – umas podem estar em más condições para a prática de surf, enquanto outras podem estar com as condições perfeitas.



Um mapa mais abrangente mostra uma lista dos principais spots para a prática de desportos de ondas na costa portuguesa e por fim existe uma tabela que mostra os utilizadores mais ativos na rede social.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico