O mercado de bens contrafeitos gera cerca de meio bilião de dólares por ano. O negócio é bom para os comerciantes que operam no sector, mas estes números não só afetam as marcas originais como podem prejudicar os consumidores menos cientes do que estão a adquirir. E é exatamente sobre este problema que a Blue Bite quer atuar.
A startup nova-iorquina criou um sistema, que funciona com base numa app móvel, capaz de identificar falsificações. A aplicação, a que a empresa chamou Decode, é capaz de analisar um objeto em poucos instantes, bastando para isso, que toque com o smartphone no artigo em questão.
A tecnologia por detrás deste sistema tem o RFID e o NFC como espinha dorsal, uma vez que o interesse das grandes marcas por estes sensores está a aumentar. Em consequência, isto significa que as empresas estão a investir na integração destes sensores nos seus produtos e que, no futuro, esta poderá ser uma das principais formas de aferir se um artigo é, ou não, verdadeiro.
O sistema da Blue Bite pode ser de grande utilidade para os consumidores que adquirirem um produto em segunda mão, por exemplo, uma vez que, nestes casos, não é frequente existirem grandes garantias sobre a qualidade e as origens dos objetos que se vendem e compram neste mercado, quer online, quer offline.
Recorde-se que, recentemente, a Nike passou a colocar sensores RFID nas camisolas das equipas de basquetebol da NBA. As "etiquetas" eletrónicas não tinham qualquer funcionalidade relacionada com a legitimidade do produto, mas a marca norte-americana adiantou que ainda estava a estudar todas a potenciais e futuras utilizações deste acessório.
Para além de RFID, a Blue Bite integra também suporte para sensores NFC, HID, LAB ID e Smartrac, o que oferece diversidade às empresas interessadas em articular uma destas tecnologias com os seus produtos.
Uma das primeiras demonstrações que a empresa fez com este sistema contou com uma das bolas oficiais do Mundial de Futebol 2018. A Telstar 18 é fabricada pela Adidas e conta já com um chip NFC que permite o funcionamento deste sistema. Quem experimentou, diz que o processo de autenticação entre a app e a bola não demora mais de 10 segundos.
Depois de abrir a app, basta clicar na opção "authenticate" e tocar com o telefone na bola até que surja a mensagem de confirmação. Assim que a bola é verificada, aparece uma imagem do artigo analisado, o número de vezes que o artigo foi analisar e a primeira vez que o processo decorreu, o que poderá revelar se o sensor é original ou foi retirado de outro produto.
Adicionalmente, a app permite também que as marcas carreguem o sensor com links para experiências exclusivas, sendo que a tecnologia suporta funcionalidades de realidade aumentada.
A Blue Bite explica que apesar de ser uma preocupação, a apropriação destes sensores é impossível de concretizar, uma vez que eles estão associados a um produto específico e não podem ser aplicados noutros objetos para tentar falsificar uma autenticação.
A startup afirma que o sistema está pronto a utilizar, mas compreende que ainda há muito trabalho a fazer, principalmente no que toca à negociação com empresas possivelmente interessadas em aplicar esta tecnologia. Para já, há 15 empresas em negociações com a Blue Bite.
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