Atenção, atenção: se já desenvolveu ou tenciona desenvolver uma aplicação móvel, este artigo é para si. Dos treze truques e dicas que temos para partilhar com os programadores, todos estão relacionados com a parte de posicionamento do software. A parte da programação fica para quem é de direito.

Na edição deste ano do eShow, que terminou na passada quarta-feira, 23 de setembro, um dos painéis foi dedicado às aplicações móveis. Oito pessoas subiram ao palco para falar sobre as apps que lideram. Algumas eram elementos de startups, outras pertenciam a grandes empresas e que têm aplicações já com um elevado grau de maturidade.

À medida que iam falando, fomos apontando as indicações que davam relativamente aos seus projetos, mas que podem ser valiosos para qualquer programador.

Muitos saberão já certamente alguns destes conselhos, mas para outros tantos podem ser igualmente úteis. Sobretudo para jovens que pensam criar a sua primeira app ou para empresas que estão a explorar a possibilidade de entrarem no mercado mobile.

1) O mobile não é o futuro, é o presente. Pensar que uma aplicação móvel é um projeto de futuro pode ser uma postura errada; a ideia já devia estar em andamento. Há muito que os utilizadores têm o smartphone ou tablet sempre à mão, uma proximidade que é muito valiosa do ponto de vista do posicionamento com as marcas;

2) As pessoas passam horas e horas no smartphone.Tire proveito dessa relação e disponibilidade. De acordo com dados revelados no eShow, uma pessoa passa em média mais de duas horas e meia por dia com atenção ao smartphone. É uma janela de tempo significativa para tentar construir uma relação com o cliente. E se a oportunidade já está criada, mais vale aproveitá-la;

3) Avalie a tipologia de dispositivo, é importante. Procure saber não só quanto tempo os seus potenciais clientes passam no smartphone, mas também no tablet e no desktop. Isto ajuda a criar uma aplicação mais direcionada ou até apostar num serviço multidispositivo. E há mercados - mais relacionados com a área multimédia - onde pode tirar maior proveito dos ecrãs maiores de tablets e PCs;

4) Explore a plataforma CCS Insights. Não basta criar uma app e desenvolver um serviço. É preciso saber direcioná-lo. E para isso o melhor é usar uma plataforma especializada. Uma das recomendas foi a CCS Insights, que permite ter uma visão muito precisa sobre os hábitos de consumo dos utilizadores, o que por sua vez permite criar campanhas de marketing digital muito direcionadas;

5) Se o seu target é jovem, apostar no digital e no mobile é obrigatório. Se o seu público alvo é maioritariamente composto por pessoas cujas idades variam entre os 14 e os 25 anos, então apostar numa aplicação móvel é um “no brainer”. São os nativos digitais e consomem maioritariamente os conteúdos através de sites responsivos ou aplicações.

6) É preciso comprar e vender nos dispositivos. Ter uma aplicação móvel só por ter não será a melhor estratégia. É suposto conseguir retirar algum valor desse investimento. E valor pode ser vendas, pode ser cliques para o seu site ou pode simplesmente ser exposição de marca. Mas ter esta componente comercial presente ajudará certamente a criar uma app mais “acutilante”;

7) A georreferenciação está na moda. Saber onde estão os seus familiares e amigos, saber o que está a acontecer perto de si, saber que eventos existem na sua cidade, saber como pode conhecer outro país… há muitas formas de aplicar a georreferenciação. E se tiver a oportunidade de explorar esta vertente, não hesite;

8) Crie uma estratégia disruptiva de comunição. Todos os dias chegam mais de 500 novas aplicações às lojas do Android, iOS e Windows Phone. Se conseguir destaque no meio destas parece difícil, o que acha de conseguir destaque no meio de milhares de aplicações? Só uma estratégia de comunicação disruptiva é que o pode ajudar. Passe uma mensagem clara, moderna e que seja condizente com o seu público alvo;

9) Aplicação bonita, funcional e com tendência para a reutilização. Aplique estes três fatores, em conjunto, e terá uma aplicação vencedora. E pense sobretudo no campo da reutilização, pois é a única forma de manter uma relação com o utilizador. Ofertas, promoções exclusivas, notificações, há muito por onde explorar. Caso contrário arrisca-se a que lhe aconteça o mesmo que acontece a centenas de apps: são descarregadas e ficam a ganhar pó nos smartphones;

10) Se não o consegue fazer sozinho, arranje parceiros. Em primeiro lugar no próprio desenvolvimento da aplicação: se não tem conhecimentos, procure quem o possa ajudar. E depois a nível de negócio. Por vezes parcerias com empresas locais ajudam a penetrar melhor nesse mercado. Além disso ao trabalhar em conjunto com outras empresas estará a caminhar para uma repartição dos custos, o que pode ser muito importante;

11) Use exemplos da vida real para comunicar a sua aplicação. O serviço que está a promover é para pessoas, certo? Então mostre como as pessoas podem usar e tirar proveito da utilização da sua aplicação. As pessoas tendem a identificar-se com as ações de outras pessoas e não só slogans ou criações digitais;

12) Se a concorrência é forte, procure o seu “núcleo duro”. Existem mais dez empresas na sua área que já têm uma aplicação móvel. Mas se optar por focar-se apenas naquilo que faz realmente muito bem, naquilo que é nuclear para a sua empresa, pode conseguir destacar-se de todos aqueles que têm uma estratégia demasiado diluída e que tentam tocar em diferentes pontos. Se é bom naquilo que faz, use isso como o seu maior estandarte;

13) Seja abrangente e Over The Top (OTT). Não pense só em dispositivos móveis iOS. Há mais sistemas operativos. E há mais dispositivos. E há até quem não tenha um smartphone ou tablet de todo. Ainda que estes clientes “não tão digitais” possam parecer residuais, se os juntar a todos talvez consiga reunir algumas centenas de novos potenciais clientes. E quem não quer centenas de novos clientes?

Rui da Rocha Ferreira

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