O Executivo apresentou recentemente um pacote de medidas para a modernização do setor, mas os taxistas consideram que se trata de "moeda de troca" para que se abra a porta à regulamentação da Uber, cujo serviço sempre contestaram e que já motivou várias manifestações.

A Federação Portuguesa do Táxi e a Associação Nacional de Transportadores em Automóveis Ligeiros afirmam que estão a "mobilizar-se para iniciativas de sensibilização pública" e que querem "apresentar as iniciativas a desenvolver caso o executivo não cesse de imediato a atividade da Uber em Portugal", avança a Lusa.

Há cerca de um mês atrás, na sessão de abertura do Fórum Mobilidade e Sistema Metropolitano de Transportes, em Lisboa, o secretário de estado adjunto e do Ambiente, José Mendes, voltou a defender que a Uber “deve também obedecer aos requisitos exigidos aos taxistas”.

"Enquanto prestadores de um serviço que é público, os taxistas estão vinculados ao cumprimento e obrigações legais. A concorrência que está a ocorrer e está no terreno através de plataformas (...) deve obedecer aos requisitos exigidos aos táxis", referiu.

O secretário de estado apoiou-se na ideia já defendida pelo ministro do Ambiente, José Matos Fernandes, relacionado com o conceito de operador de transportes.

"Quem transporta no terreno é um operador de transporte e um operador de transporte tem de obedecer a requisitos. As regras têm de ser cumpridas porque, se há requisitos para quem presta determinados serviços, têm de ser cumpridos", defendeu.

José Mendes foi mesmo taxativo nas afirmações ao dizer que a Uber disponibiliza um “serviço perfeitamente similar ao serviço de táxi”.