O Tinder vai passar a informar os seus utilizadores que os descontos que costuma propor para serviços premium da app são personalizados de forma automática.
A medida entra em vigor a partir de meados do próximo mês de abril e resulta de um compromisso assumido com a Comissão Europeia e com as autoridades de defesa do consumidor dos países membros da UE.
O Tinder recorre à tecnologia para, por exemplo, identificar automaticamente os utilizadores da aplicação que não mostram interesse nos serviços premium a preços normais para depois oferecer descontos personalizados. Está nesse direito desde que informe que o faz, o que não acontecia.
“Personalizar descontos sem informar explicitamente os consumidores é injusto, pois impede-os de fazer uma escolha informada”, refere a Comissão Europeia em comunicado.
A investigação por parte de Bruxelas surgiu em 2022 depois de um estudo da associação sueca de defesa do consumidor indicar que o Tinder cobrava preços diferentes de pessoa para pessoa, sem haver nenhum padrão claro quanto às variáveis que determinavam os valores.
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Ao abrigo das regras da UE, as empresas têm de prestar informação aos consumidores e abster-se de os induzir em erro para influenciar as suas escolhas, ou seja, são obrigadas a divulgar informação sobre os preços “de forma clara e inteligível”, nomeadamente quanto à oferta “sobre preços personalizados com base em meios automatizados”, algo que o Tinder não cumpria.
Além disso, até abril de 2022 a aplicação costumava oferecer preços mais baixos para os serviços premium com base na idade, sem informar os utilizadores, prática que a empresa interrompeu antes do início da investigação.
Do diálogo entre as partes resultou o compromisso do Tinder de não aplicar preços personalizados com base na idade sem informar os consumidores “de forma clara e antecipada”; informar claramente os consumidores de que os descontos nos preços dos serviços premium são personalizados através de meios automatizados; e informar os consumidores por que lhes são oferecidos descontos personalizados, por exemplo, porque não estavam dispostos a adquirir os serviços premium do Tinder a preços normais.
A adoção das medidas vai ser acompanhada pela Protection Cooperation Network (CPC), que poderá penalizar a empresa por detrás da app em caso de incumprimento, nomeadamente com a imposição de multas.
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