A Uber está a considerar uma expansão da atividade em Portugal, podendo disponibilizar o serviço na região do Algarve durante um período limitado. “Estamos a considerar o Algarve no próximo ano, durante dois ou três meses. Bom, se calhar mais, porque o verão aqui em Portugal… É uma questão física, temos de ter pessoas nas cidades, de recrutar”, disse Mark MacGann em entrevista ao Público.

O responsável pelos assuntos regulatórios da Uber na Europa falou ainda sobre as conversas que tem tido com alguns responsáveis portugueses relativamente à questão da regulação do serviço.

Mark MacGann disse que houve contactos no final da legislatura passada com o secretário de Estado dos Transportes e que viu “boa vontade” por parte do Governo português - entretanto também já foram  feitos contactos com o Ministério da Economia. Já estiveram ainda em conversações com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa com quem tiveram um diálogo “muito construtivo”.

“Isto tem de ser uma combinação de conversas com o Governo e com os municípios, para se tentar chegar a um consenso. Os presidentes de câmara podem ajudar a trazer as associações de táxis para a mesa de negociações”, disse o porta-voz da Uber.

Ao jornal, Mark MacGann falou ainda um pouco sobre a atividade que a gigante norte-americana tem no mercado português.

“O nosso negócio em Portugal é pequeno, mas tem um enorme potencial. É por isso que estamos desejosos de trabalhar com o novo Governo para modernizar a legislação. Aqui em Portugal, cerca de 70% dos carros na plataforma são de companhias que empregam os motoristas. O resto são motoristas independentes, que ganham a vida a conduzir carros. Têm licenças, pagam impostos, cobram IVA”, garantiu.

E apesar de reconhecer que ter um conjunto de regras únicas para a União Europeia seria o cenário ideal, a Uber reclama por uma atitude mais ativa e mais localizada.

“Gostaria muito de uma regra única. Pode acontecer daqui a dois ou três anos. Mas aconselharia os Governos a não esperarem. Porque aí vão ter de implementar um modelo que foi desenhado em Bruxelas e pode não ser o mais adequado a cada cidade. A mudança está a chegar. Vai ser feita aqui, domesticamente, ou, se isso não acontecer, será forçada. Porque não há justificação para manter um mercado fechado”.

Recorda-se que a Uber em Portugal foi alvo de uma providência cautelar por parte da justiça e está proibida de operar no país - mas devido a questões de 'jurisdição', continua a disponibilizar o serviço. A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) tem sido a maior opositora da tecnológica norte-americana.