Depois dos rumores que circularam ao longo das últimas semanas, o misterioso Ai Pin foi oficialmente revelado. Criado pela Humane, fundada por ex-funcionários da Apple, o lançamento deste werable quer marcar um novo início para os dispositivos pessoais alimentados por inteligência artificial, afirma a empresa.
De acordo com a Humane, o Ai Pin dá a quem o usa a possibilidade de levar a IA para onde quer que seja. O Ai Pin é um pequeno dispositivo concebido para ficar preso à roupa através de um sistema de ímanes, tal como demonstrado pela empresa durante a Paris Fashion Week.
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Em linha com a informação que circulava anteriormente, o gadget não tem ecrã e equipado com uma câmara, microfone e altifalante, além de vários sensores e um processador Snapdragon da Qualcomm.
Os utilizadores podem interagir com o wearable através da voz, mas também por meio de um touchpad. É também possível mostrar objetos à câmara, utilizar gestos ou usar o sistema de projeção a laser para aceder a informação.
Nas palavras de Imran Chaudhri, cofundador da Humane, o Ai Pin é um "dispositivo standalone e plataforma de software desenvolvida de raíz para a IA". O werable em si é composto por um componente principal, ao qual a empresa chama "computador" e um componente secundário, concebido para prolongar o tempo de vida útil da bateria.
A Humane afirma que o Ai Pin não está constantemente à escuta ou até a registar o que está a ser captado pelos sensores. "Aliás, não faz nada até que os utilizadores interajam com ele", indica Imran Chaudhri.
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Já o indicador "Trust Light", gerido através de um chip de privacidade próprio, permite que os utilizadores saibam quando os sensores estão ativos. Segundo a empresa, o chip de privacidade reduz o risco de exploração do equipamento. Por exemplo, se um Ai Pin for comprometido fisicamente, o dispositivo desliga-se e é necessária a intervenção de um profissional da Humane para o recuperar.
Há um pequeno foco de luz que se acende quando o Ai Pin tem algo para dizer ao utilizador, seja uma mensagem de um contacto ou de um serviço, numa funcionalidade online que será implementada no futuro.
O werable chega com conectividade integrada graças à rede própria da Humane, afirma Bethany Bongiorno, cofundadora da empresa. Em linha com os rumores que circulavam anteriormente, a tecnológica passa também a ser operadora virtual móvel (MVNO, na sigla em inglês), numa oferta em parceria com a operadora T-Mobile nos Estados Unidos.
Foco nas experiências com IA
"Não fazemos apps", realça Bethany Bongiorno. O sistema operativo da Humane, chamado Cosmos, "foi feito para executar experiências de IA", no próprio dispositivo e na Cloud. "O sistema operativo compreende o que precisa e escolhe a IA certa no momento", detalha a responsável. Na prática, e como explica Imran Chaudhri, os utilizadores não terão a necessidade de pesquisar por apps, nem de as descarregar ou gerir.
Ao fazer perguntas ao Ai Pin, a IA vai à procura da resposta na Internet. Para as mensagens, os utilizadores podem simplesmente ditá-las ao wearable e até pedir à IA que lhes dê um tom diferente. É também possível pedir ao Ai Pin para "pôr a conversa em dia" e relembrar mensagens que possam ter sido esquecidas.
O Ai Pin pode ser emparelhado com auriculares Bluetooth, sobretudo se não quiser que as pessoas à sua volta ouçam o que está a ser dito. Mas, se for necessário, o gadget pode ser usado como um "auxiliar de conversa" em situações em que é preciso falar com alguém que não compreende a mesma língua. Neste caso, o Ai Pin usa IA para detetar os idiomas falados e para fazer a respetiva tradução.
Através de visão computacional, o sistema de IA é capaz de reconhecer objetos. Para explorar o potencial desta área a Humane vai começar pelo mundo da saúde e nutrição. Por exemplo, se quiser saber o valor nutricional de um alimento, basta mostrá-lo ao Ai Pin e perguntar.
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Mas esta não é a única área onde a combinação entre visão computacional e IA pode ser útil. Segundo a Humane, o Ai Pin pode ser usado quando visita uma loja e quer saber se o preço de um determinado artigo é mais baixo online.
Com a funcionalidade "My Ai", o wearable consegue tomar nota das diferentes coisas que lhe são ditas para responder depois a perguntas específicas dos utilizadores tendo em conta o contexto que lhe foi dado anteriormente.
Os utilizadores podem aceder e gerir os seus dados, entre notas, fotos e vídeos, a partir de um hub central, o Humane.center. A configuração do hub é feita logo após a compra do equipamento, por meio de um portal online privado, onde é necessário introduzir um conjunto de informação e ajustar os serviços às preferências, afirma a empresa.
Para acompanhar o Ai Pin há uma variedade de acessórios, entre ganchos e capas, mas também uma caixa de carregamento. O gadget vai estar disponível nos Estados Unidos a partir do dia 16 de novembro, por um preço a começar nos 699 dólares. Para já, ainda não é claro se chegará a outros mercados internacionais. O acesso à variedade de serviços do Ai Pin também tem um custo: 24 dólares por mês.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 19h15)
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