Será o dark mode uma “moda” que veio para ficar ou algo verdadeiramente útil? Muito se tem falado acerca das vantagens do modo de visualização mais escuro, em especial desde que a Apple o introduziu no iOS 13 e que a Google anunciou que chegaria ao Android, e já são muitas as empresas tecnológicas que se que disponibilizam a opção nos seus websites, aplicações e dispositivos.

Além de poder ajudar a “poupar” a vista, será que a utilização do modo se traduz numa poupança de bateria do smartphone ou portátil? Existem vários fatores a considerar e o principal relaciona-se com o tipo de ecrã dos equipamentos em que o dark mode é utilizado.

Para conseguir poupar verdadeiramente energia é preciso usar o modo em dispositivos com ecrãs OLED. Ao contrário do que acontece nos displays LCD, onde cada pixel é composto por cristais líquidos, precisando de uma luz de fundo que os atravesse para gerar cor, nos OLED cada pixel é alimentado de forma específica.

Ecrã OLED observado ao microscópio

No primeiro tipo de ecrã, a energia consumida serve para alimentar a luz que o ilumina. Já no segundo, a luz de cada pixel pode ser apagada. Nos displays OLED, o dark mode está concebido para apagar totalmente a luz dos pixéis e não baixar simplesmente a sua luminosidade. Além disso, cada cor apresenta um gasto de energia diferente nos ecrãs OLED, com os tons mais escuros a gastar significativamente menos que os cores mais claros.

Em que se traduz a poupança energética do dark mode?

Em 2018, numa apresentação com programadores do sistema operativo Android, a Google deu a conhecer que há provas de que o modo mais escuro poupa bateria em smartphones, comparando o consumo entre um smartphone com ecrã OLED, o Pixel, e um com LCD, o iPhone 7, apresentando poupanças médias na ordem dos 63% em situações de luminosidade máxima.

Entre as conclusões da gigante de Mountain View está ainda a questão da influência das cores. Assim, o preto, mesmo no brilho máximo, quase que não consome energia, enquanto o branco é a cor que mais gasta, em especial com o brilho no máximo.

A Mobile Enerlytics, uma empresa norte-americana especializada na gestão do consumo de bateria em smartphones, inspirou-se nos testes levados a cabo pela Google e decidiu também partir para a ação, testando o dark mode em Android num equipamento com ecrã OLED com algumas das aplicações mais populares.

As conclusões do teste revelam que a utilização do modo mais escuro pode reduzir até 58,5% o consumo de energia num cenário em que a iluminação esteja no máximo. Ao todo, traduz-se numa poupança entre 5,6 e 44,7% de bateria.

E em smartphones da Apple com ecrãs OLED? Ainda antes de o dark mode ter chegado ao iOS 13, o portal Apple Insider decidiu pôr à prova um iPhone X com a luminosidade no máximo, usando a funcionalidade de acessibilidade para inverter as cores do ecrã.

Após três horas de teste, a bateria baixou de 100% para apenas 85%. No modo de utilização normal, a bateria sofria uma diminuição drástica, passando para os 28% no mesmo período de experimentação. Ao todo, registaram-se poupanças de bateria na ordem dos 60%.

E no que toca ao impacto na visão?

Embora a luminosidade menos “agressiva” do dark mode possa ajudar algumas pessoas a ter uma melhor experiência de visualização, o mesmo não se aplica a todos os casos.

Por exemplo, um estudo publicado em 2013 revelou que quem tem astigmatismo pode ter problemas a ler os conteúdos que são apresentados. Neste caso, o utilizador que tenha o problema de visão em questão poderá notar que as letras brancas começam a perder-se num fundo preto. Além disso, uma outra publicação académica de 2017 dá a conhecer que os participantes de um estudo conseguiam ler melhor à noite, em condições de baixa luminosidade, quando não usavam o dark mode.

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