O TeK apurou junto de fontes próximas ao processo que o responsável máximo da JP Inspiring Knowledge, antiga JP Sá Couto, voa esta semana para os Estados Unidos onde participará num encontro de alto nível com responsáveis da Apple para apresentar novos argumentos da proposta portuguesa.



A empresa responsável pela montagem e comercialização do Magalhães foi contactada pela Apple pela primeira vez em 2010. Pela mesma altura a dona do iPhone terá contactado vários fabricantes na Europa, com o mesmo objetivo de estabelecer uma estratégia alternativa de parcerias para o fabrico dos seus gadgets, que retirasse a produção da China.



As condições de trabalho dos funcionários de empresas como a Foxconn, uma das principais parceiras da Apple na China, problemas técnicos em algumas componentes de hardware e as crescentes fugas de informação, que fazem chegar cada vez mais cedo à imprensa detalhes sobre os produtos que a marca vai lançar e permitem o lançamento quase em simultâneo de imitações quase perfeitas dos produtos da marca, terão levado a Apple a reequacionar a opção pela Ásia.



Depois de apresentada a proposta à JP, as negociações entre as duas empresas chegaram a estar avançadas. A JP Sá Couto planeou inclusive a criação de uma nova fábrica em Matosinhos, que seria a plataforma usada para dar resposta às encomendas da Apple (que numa primeira fase não incluiriam o iPhone) e garantiu financiamento público de 10,9 milhões de euros para avançar com a construção.



A Apple recuou e, sem previsão de receita para a fábrica, a JP Inspiring Knowledge teve de fazer o mesmo, o que acabou por conduzir à rescisão do contrato de investimento com o Estado.



Nos últimos meses as negociações foram retomadas ao mais alto nível e com a intervenção de representantes do Governo. A decisão judicial que na semana passada ilibou definitivamente a dona do Magalhães e um dos seus administradores do processo de fraude fiscal em que se viram envolvidos nos últimos anos criou condições para a assinatura de um novo contrato de financiamento com o Estado e voltou a reunir as condições que a Apple exige para deslocalizar parte da produção para Portugal.



No futuro, a parceria com a JP pode também ser útil à Apple para entrar num novo segmento de mercado com o seu tablet iPad. As duas empresas estarão a estudar a possibilidade de lançar um iPad para crianças tirando partido do know how da JP Inspiring Knowledge, que fez do Magalhães - um portátil educativo baseado no design de referência Classmate da Intel - um dos seus principais produtos, à venda em vários mercados, sobretudo na América Latina.



Aproveite para rever as imagens dos últimos modelos do tablet infantil português, lançados nos últimos meses do ano passado e já premiados pelo design.




Nota de redação: A informação nesta notícia é falsa. Foi a nossa mentira de 1 abril.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico