De acordo com documentos que terão sido alegadamente apresentados pela Google, a empresa estaria interessada em replicar a estratégia da Apple em alguns smartphones Android, isto é, controlar extremo-a-extremo a experiência de utilização e compra de um equipamento. Nada seria deixado ao acaso e tudo teria o devido acompanhamento.



Começando no software, apenas os telemóveis com uma versão do Android com baixos níveis de personalização dos fabricantes seriam elegíveis para o programa Silver. Do lado do hardware, alegadamente só cinco smartphones podiam fazer parte da equipa Silver num determinado momento, sendo que depois seriam rodados por outros equipamentos.



A Google passaria depois a controlar a forma como os dispositivos seriam vendidos nas lojas das operadoras, destacando pessoal devidamente treinado para acompanhar o consumidor na compra. O funcionário deveria ajudar o utilizador a associar a conta Google ao smartphone, a transferir os dados de outros telemóveis Android se assim fosse o caso e a fazer a primeira compra no Google Play.



Os clientes do programa Android Silver teriam ainda direito a um conjunto de funcionalidades alargadas, sobretudo na área de gestão remota do smartphone. O Android Police fala até num programa de empréstimo de telemóvel em caso de perda ou roubo, até que o outro equipamento fosse encontrado.



O serviço de ajuda por Hangouts também estará alegadamente sempre disponível para os utilizadores do Android Silver, para resolver qualquer questão que tivessem em qualquer momento.



A verificarem-se estes rumores, algo que pode acontecer já durante o Google I/O em junho, a tecnológica de Mountain View decidiria adotar para alguns equipamentos uma estratégia semelhante à da Apple – onde tudo é controlado de ponto a ponto, também incluindo a experiência de compra nas Apple Store, para que em nenhum momento o utilizador sinta desconforto ou falta de auxílio.



O The Register diz ter confirmado junto de algumas fontes os planos relativos ao Android Silver. Ainda não é certo o que poderá acontecer ao programa Nexus, em que vários fabricantes são escolhidos para produzir um smartphone Android standard de acordo com os melhores padrões tecnológicos disponíveis, sempre tendo em conta o preço.



Em causa estará a má imagem que o sistema operativo tem ganhado, mesmo em telemóveis topo de gama. Devido à forte personalização de software das fabricantes, onde a Samsung é uma das que mais ofusca o “puro Android”, os equipamentos acabam por se tornar lentos e instáveis. O processo de transição entre dispositivos Android também raramente é pacífico, visto não haver uma ferramenta nativa que permita guardar todos os dados e apps.



Por troca do maior controlo exigido no software, a Google estaria disposta a comparticipar o desenvolvimento de alguns telemóveis, mas acima de tudo, de os ajudar a nível de marketing. A Samsung parece ser a empresa que está no centro da mira pois além de ser a maior vendedora de smartphones do mundo, é também a que está a tentar mais ferozmente fugir à dependência do Android.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico