A Capgemini Portugal desenvolveu uma aplicação para os óculos inteligentes da Google em parceria com a Seldata, uma empresa que tem uma solução de gestão de stocks. A ferramenta está terminada e pronta a funcionar, pelo que em breve poderá ver comerciais de algumas entidades a usarem os Google Glass.



A aplicação da Capgemini, a Verifeye, funciona de forma integrada com a solução de gestão bird da Seldata. Os dois software não precisam de estar em comunicação constante, mas assim que são ligados fazem uma sincronização de dados.



No fundo a aplicação permite que um comercial/gestor de stocks vá até uma superfície comercial e possa fazer tudo através de comandos de voz. Diga o código do produto e os óculos já sabem o que devem “mandar” repor – no exemplo a que o TeK teve acesso tratava-se de produtos para o cabelo.



O comando Ok Glass permite fazer várias ações que já são comuns para quem lida com a gestão do inventário. Apesar de tudo poder ser feito através de voz, os comandos devem ser dados em inglês. Este é um dos pontos para já negativos a apontar ao projeto, mas Jaime Cerejeira da Capgemini garantiu que quando os Google Glass suportarem comandos em português, do lado da tecnológica está tudo a postos para a devida adaptação.



E como a Seldata, uma startup portuguesa que é um spinoff da SelPlus, trabalha com algumas grandes multinacionais como a Unilever, Loreal e LG, é possível que da próxima vez que for a um super ou hipermercado veja um dos seus comerciais a usar os Google Glass.

[caption]Google Glass[/caption]

As duas empresas já realizaram um teste piloto e chegaram, por exemplo, à conclusão que os comerciais são 20% mais rápidos a comunicar uma rutura de stock do que através de outros métodos. No entanto também existem algumas dificuldades, como a pouca cobertura de rede em algumas áreas, algo que pode tentar ser ultrapassado através do emparelhamento com o telemóvel.



Apesar da parceria com a Seldata, Jorge Reis da Capgemini explicou que a aplicação é agnóstica e que a tecnológica está aberta a novas parcerias, seja também na área da gestão de stocks ou noutra área qualquer.



Para o consultor da Capgemini, os óculos da Google podem ser usados por negócios e atividades em que a libertação das mãos para outras tarefas é sinónimo de produtividade. Um mecânico, por exemplo, pode estar a ver diagramas de um motor específico enquanto está a trabalhar no mesmo.



A consultora portuguesa está também a trabalhar numa outra aplicação para os Google Glass, mas que tem como público alvo as seguradoras – sobretudo para fazer o registo de sinistros.



A Capgemini tem ainda as baterias apontadas a outros tipos de wearable, como os relógios inteligentes, e diz que todas as hipóteses estão em cima da mesa. O que pode fazer avançar ou não as soluções são os business cases.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico