Este ano a Samsung não tem para mostrar um novo Galaxy Note, a linha de smartphones de topo de gama que habitualmente lança no último semestre do ano, mas sim dois novos dobráveis, os Galaxy Z Fold3 e Z Flip3 que acaba de anunciar e que o SAPO TEK já teve oportunidade de experimentar. Esta pode ser uma aposta arriscada, especialmente considerando que a gama Note era uma dos que tinha um grupo de clientes mais fiéis entre os produtos da Samsung.

Em entrevista ao SAPO TEK, à margem da apresentação dos novos equipamentos, José Correia, responsável ibérico de marketing de produto, diz que a diferença não é assim tão significativa em termos de “fidelidade”, mas não esconde que este é um desafio.

“Sabemos que é um desafio, mas faz parte do nosso ADN, aceitar desafios, ser arrojados e desbravar terreno”, adianta, admitindo que não tem a certeza se vamos conseguir fazer essa mudança mas transmitindo confiança.Até agora temos trabalhado no que chamamos um inaugurar desta nova era de equipamentos e o foco não estava tão centrado nas vendas em números mas sim no desenvolver a categoria, por os telefones no mercado, receber feedback e tentar melhorar cada vez mais os equipamentos”, explica.

Com o Z Fold3 e o Z Flip3 a ordem dos fatores muda, com maior exigência.

Posso dizer que estamos confiantes que vai acontecer, e por isso, do lado da oferta de produto, não vamos ter o Note porque confiamos que vamos cumprir objetivos e metas apenas com estes produtos”, justifica José Correia.

A Samsung está a trabalhar em soluções para incentivar a compra dos novos Z Fold3 e Z Flip3, em termos de renting mas também de uma plataforma inovadora para compra e experiência que permite a devolução ao fim de 60 dias se o utilizador não estiver satisfeito.

“Estamos a adicionar inovação, qualidade de hardware e resistência, assim como usabilidade no software, aliada a ofertas de venda, e acredito que vamos ter uma boa performance e o consumidor vai ter uma resposta positiva”, afirma.

Os objetivos são altos, e a meta é que as vendas dos novos dobráveis compensem as do Note, mesmo que não em número de unidades pelos menos em valor. “A nossa meta é substituir nas vendas os Notes pelos novos Fold”, confirma José Correia.

Até agora os dobráveis representavam 5% das vendas de produtos premium da Samsung, e agora a fasquia é mais alta. “Temos objetivos mais ambiciosos a nível de números de vendas dos dobráveis com os Z Fold3 e Z Flip3”, sublinha.

Para além dos sistemas de promoção das vendas, com a possibilidade de renting, a oferta de seguro e as campanhas de pré-vendas, o responsável da Samsung recorda também que o consumidor português é muito ávido de inovação e tecnologia. “A área do mercado que mais cresce atualmente é mesmo o segmento premium”, afirma, lembrando que “o mundo mudou muito nos últimos meses e mais do que nunca as pessoas conseguiram perceber e dar valor ao que a tecnologia lhes oferece […] o consumidor está mais atento e mais pré disponível a pagar mais”.

A linha Galaxy Note vai voltar em 2022?

José Correia não se compromete com os planos futuros da linha Note. “O que posso dizer é que assim que houver novidades e estivermos prontos para anunciar o que vai acontecer à linha Note vamos fazê-lo”, responde quando questionado pelo SAPO TEK. Mas ainda é cedo.

“O que confirmamos é que não vamos lançá-lo [ao Note] este ano e reafirmar ainda mais o nosso compromisso com a experiência Note, que começámos a entregar na linha S com a compatibilidade com o S21 Ultra e agora com o Z Fold3. Essa experiência Note vai continuar e vai ser reforçada ainda mais no futuro”, sublinha.

Formatos dobráveis do Z Fold e Z Flip são para continuar

O mercado dos dobráveis continua a evoluir e há várias empresas a mostrarem formatos diferentes, enroláveis e extensíveis, mas José Correia acredita que o modelo de livro, do Z Fold, e de concha, do Z Flip, estão para durar.

“Neste momento o nosso foco e compromisso é totalmente com o formato de dobráveis que anunciámos há dois anos e que acreditamos que é o futuro, no formato livro e concha. E o passo que damos hoje é nesse sentido. Estamos convictos que o mercado vai por aí”, adianta.

Mas nada impede que não surjam outros formatos. “Isso não invalida que a Samsung, sendo líder em displays, e o formato do telefone está sempre dependente do display, não vai parar aqui. Havemos de ter mais novidades, mas o nosso foco este ano, e nos próximos, é com certeza este que trazemos aqui hoje”, garante.

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