A Apple gosta de ecossistemas fechados, controlados do início ao fim – e isso tem as suas vantagens. Steve Jobs ficava apavorado com a ideia de haver pessoas que podiam conspurcar o sistema operativo com aplicações que não tivessem o cunho de aprovação da empresa. Mas são já vários os exemplos a provar que pouco se pode fazer contra a força da comunidade.



Esta semana dois programadores independentes deram provas de terem sido os primeiros a fazer jailbreak à versão iOS 7.1.1. Apesar do feito, é pouco provável que venham a ser disponibilizadas ferramentas públicas para que outros utilizadores possam seguir o mesmo caminho. Porquê? Porque há um novo iOS na calha.



No início de junho, na conferência mundial de programadores, a Apple vai mostrar pela primeira vez a próxima versão do sistema operativo móvel, que muito provavelmente vai ficar conhecida como iOS 8. Ao não tornar públicas as falhas do software que permitem fazer jailbreak agora, os programadores estão convencidos que conseguirão ganhar privilégios de administrador no iOS 8 de forma mais rápida.



De certa forma está-se a instalar uma guerra de nervos entre a Apple e os programadores, com cada parte a tentar superar a outra. Refere a imprensa internacional que a Apple vai avançar inclusive com a contratação de um dos programadores que conseguiu o mais recente jailbreak do iOS – Winocm, como é conhecido - , tendo em vista a proteção da futura versão do software.



O outro developer, @i0n1c, explicou no seu Twitter que apenas conseguiu o jailbreak porque encontrou uma falha no kernel do sistema operativo e não uma cadeia de vulnerabilidades, como já aconteceu noutras situações.



Esta não seria a primeira vez que a tecnológica de Cupertino avançaria para a contratação de programadores de jailbreak do iOS, tendo já acontecido em duas outras ocasiões. A contratação de hackers e crackers pelas empresas de tecnologia é aliás uma prática cada vez mais comum, sendo outra via a recompensação pelas falhas descobertas.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico