A app Realpolitik foi disponibilizada na App Store da Apple no dia 1 de Maio, uma data com significado para a luta política, mas foi formatada para subverter a informação dos cartazes para as próximas eleições europeias.



Os promotores da ideia, 3 amigos com carreiras nas áreas da arquitetura e engenharia informática e sem qualquer filiação partidária decidiram apostar nos telemóveis e na tecnologia de realidade aumentada para aplicarem o tradicional protesto de "pichagem" dos cartazes de uma forma inovadora. O Realpolitik pretende assim ser uma expressão ativa de cidadania, mostrando "uma falta de identificação com o sistema político vigente".



A aplicação tira partido da câmara do telemóvel para reconhecer a imagem dos cartazes e apresentar uma versão alternativa, e a ideia conta com a participação de todos os que quiserem propor conteúdos alternativos para os cartazes políticos que já enchem as ruas. Os melhores - e mais votados - vão ser usados para substituir os que estão a ser colados pelos partidos políticos.



Abaixo pode ver já alguns ecrãs da aplicação e exemplos de cartazes legítimos e da "pichagem" digital.





O objetivo é que as câmaras sejam usadas para identificar e mudar os cartazes na rua, mas no site do movimento pode também experimentar o conceito.



Como é comum neste tipo de solução, pode haver alguns problemas de reconhecimento das imagens se houver demasiada luz ou brilho, e a experiência do TeK não foi bem sucedida com todos os cartazes, para além do sistema se mostrar muitas vezes lento.



Um dos dinamizadores da iniciativa explicou ao TeK que a ideia de utilizar a tecnologia de realidade aumentada surgiu durante um workshop mas que a lógica usada foi a de fazer o "cruzamento entre outros movimentos na internet ("POT" ou Tesourinhos das Autárquicas) com as "pichagens" que as pessoas fazem diretamente sobre os cartazes"



"A utilização da App acaba então por se um modo mais interactivo e abrangente de fazer algo que é frequente acontecer de forma espontânea", justifica.



Os três amigos admitem alargar a utilização da app para lá das eleições europeias e têm já outras ideias de aplicações "que se concretizarão de forma mais fácil após esta primeira experiência".



"Assumimos esta primeira iniciativa como um teste, onde pretendemos afinar toda a estratégia, desde o funcionamento da App à interação com os utilizadores, para reintrodução em eleições futuras. Sendo um conceito aplicável a qualquer região do planeta onde hajam eleições, pretendemos expandir-nos para outras geografias, começando pelo Brasil, onde a luta política está ao rubro!", refere



A app é paga, custa 89 cêntimos, um valor assumido como simbólico para manter os custo de desenvolvimento e operação, até porque o Realpolitik não tem qualquer apoio e não quer ter publicidade.


No horizonte próximo está também uma versão da app para Android, que "deverá ser lançada muito em breve", mas não há planos para outras plataformas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico