O Windows Phone já teve morte anunciada há algum tempo, mais concretamente em outubro, quando Joe Belfiore assumiu no Twitter que a Microsoft iria apenas manter o suporte à correção de bugs e atualizações de segurança aos modelos existentes. Novas funcionalidades ou a introdução de hardware renovado foram descontinuadas a partir dessa altura.
Mas ainda assim, os interessados em adquirir os últimos equipamentos com o sistema operativo da Microsoft poderiam fazê-lo online, na loja, enquanto houvesse stock, ou optar por modelos de outros fabricantes.
A página da loja foi atualizada recentemente e agora apenas pode encontrar dois smartphones ainda suportados pelo SO Windows Phone: o HP Elite X3 e o Alcatel Idol 4S, com descontos na ordem dos 60%, o que por outras palavras significa “liquidação total”...
Quanto entrou no mercado dos smartphones a Microsoft tinha uma estratégia bem ambiciosa no papel, mas que na prática não teve “asas para voar”. Para garantir o melhor hardware a empresa adquiriu a finlandesa Nokia, outrora líder do mercado, e a introdução do sistema operativo Windows em plataformas portáteis tornava a navegação o mais familiar possível na ótica dos utilizadores.
Tal como explicou ao SAPO TEK o ex-jornalista António Eduardo Marques, autor de diversos livros ligados ao Windows e um utilizador do Windows Phone, a plataforma destaca-se pelas funcionalidades de gestão de contactos, correio eletrónico e experiência geral de utilização. Além de “pequenos detalhes como o teclado ser melhor que outros sistemas, por oferecer um layout em português, com a presença da tecla Ç sem a necessidade de premir a fundo o C”. Eduardo Marques salienta ainda a forma como as aplicações são integradas na plataforma, tais como as redes sociais, utilizando uma lista de contatos comum, detalhes que foram introduzidos mais tarde em sistemas Android e iOS.
As primeiras versões do Windows Phone baseavam-se na plataforma Windows CE, que havia sido desenhada para pequenos sistemas e não para as exigências imergentes dos smartphones, demorando alguns anos a reagir com sistema operativo unificador Windows Phone 7. Quando foi lançado, o Android já estava no mercado há um ano, com versões instáveis, mas a ditar as regras, juntamente com o iOS da Apple, que definiriam como seria a experiência de navegação nos smartphones.
A Microsoft apostava num sistema operativo diferente e isso, segundo refere António Eduardo Marques, foi a principal causa do Windows Phone falhar. “Os produtores de software, que tinham o seu negócio fundado no iPhone, conseguiam facilmente adaptar as apps ao Android, porque a lógica de utilização e interface era semelhante. Mas para adaptar para o Windows Phone havia problemas, porque para as apps terem as funcionalidades que a Microsoft sugeria que deveriam ter, seria necessária uma lógica de funcionamento e de interface completamente diferente”.
Segundo Eduardo Marques, era difícil para os produtores arriscarem o investimento na produção de aplicações devido à falta de massa crítica, visto que a Microsoft, em termos globais, não conseguiu obter 10% da quota do mercado.
Atualmente, algumas empresas de software já começaram a abandonar a plataforma, como é o caso do Instagram, que já não está disponível na loja de aplicações do Windows Phone. “Há uma aplicação que utilizo, e que se desaparecer da loja quando necessitar descarregar me vai fazer mudar de smartphone, a app da EMEL, que me ajuda no parqueamento”, refere António Eduardo Marques “rendido” ao desaparecimento do Windows Phone.
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