Saiu atrasado face à hora inicialmente prevista, mas "saiu bem". Eram 13h25 em Lisboa quando o Super Heavy ligou os seus 33 motores para voar de novo, passados poucos segundo, com a nave Starship à boleia.

Perto de 100 metros maior do que a Estátua da Liberdade e com quase o dobro do tamanho dos "normais" foguetões  Falcon 9, o sistema atingiu uma velocidade supersónica, "voando", especificamente, cinco vezes mais rápido do que o som.

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Aquele que foi o terceiro lançamento não tripulado do Super Heavy e da Starship foi quase perfeito. Só faltou a reentrada controlada da nave especial na atmosfera terrestre, que assim falhou o "splashdown" reservado para o final.

O terceiro teste correu bem melhor do que as duas tentativas anteriores, que acabaram em explosão. O sistema espacial projetado para futuras viagens até a Lua e Marte tinha voado pela primeira vez em abril de 2023, mas a estreia terminou minutos após o lançamentoConseguiu levantar voo, apesar de um pequeno solavanco que fez atrasar a contagem decrescente durante uns segundos. No entanto, nem tudo correu como esperado e acabou por se "desmanchar" inesperadamente, explodindo antes da separação dos estágios.

Na segunda viagem, em novembro último, o foguetão mais poderoso do mundo e a respetiva nave espacial Starship a que dá boleia “arrancou” bem, passou no teste da separação dos estágios, mas acabou, igualmente, por explodir, desta vez com cerca de nove minutos de voo, a 148 quilómetros de altitude, enquanto voava a 24.124 km/h.

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Ainda assim, entrou em órbita e teve tempo para a separação dos dois estágios do sistema e para o segundo estágio ainda conseguir seguir viagem por uns minutos, num avanço considerável face ao que tinha acontecido com o teste anterior.

Embora não tenha conseguido cumprir todos os objetivos, a SpaceX encarou o resultado geral do teste pela positiva, tendo comemorado o voo em si e o facto de o foguetão ter levado a nave até ao ponto desejado. “Vimos a separação, vimos a luz dos motores Raptor”, disse a empresa durante a transmissão do voo. “Vamos usar estes dados para entender como melhorar o lançador”, referiu a empresa gerida por Elon Musk na altura.

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Com este terceiro teste, a SpaceX queria aproveitar o aprendido em voos anteriores, mas tentando "uma série de objetivos ambiciosos”. Entre eles estava a queima de subida bem-sucedida de ambos os estágios, abrindo e fechando a porta de carga útil da Starship, a primeira religação de um motor Raptor no espaço e uma reentrada controlada da nave.

Adiantou ainda que o sistema espacial também iria voar numa nova trajetória, com a Starship destinada a cair no Oceano Índico. “Esta nova trajetória de voo permite-nos experimentar novas técnicas, como a queima de motores no espaço, ao mesmo tempo que maximizamos a segurança pública”, referiu antes da realização do teste.

O lançamento teve direito a acompanhamento online, que a dado momento somou mais de 3,5 milhões de pessoas a assistir.

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Nota de redação: A notícia foi sendo atualizada durante o período do voo de teste, que terminou cerca das 14h30 com a informação de que a Starship não conseguiu fazer uma reentrada controlada na atmosfera terrestre, falhando o "splashdown" programado para o final.