Imagine o seguinte cenário: entra numa loja ou num pavilhão onde estão dispostos cem modelos de televisores diferentes e o objetivo é conseguir encontrar à distância o equipamento que pertence à Philips. A tarefa que parece pouco realizável num curto espaço de tempo é afinal uma questão de segundos pois basta procurar a TV que tem uma aura de iluminação à sua volta. Essa será uma Philips com a característica tecnologia Ambilight.

Nos últimos anos a inclusão de LEDs na parte traseira do televisor para "estender" a imagem além do ecrã tem sido o grande factor diferencial da Philips. A tecnologia mantém-se como o grande chamariz, mas a marca que é detida maioritariamente pela TP Vision está a apostar noutros "chavões" para despertar a atenção dos consumidores: leia-se, o Ultra HD e o sistema operativo Android Lollipop.

Nos modelos de televisores mais ambiciosos a Philips chega mesmo a misturar estes três conceitos para estimular o interesse "separado" que pode existir nos diferentes ramos. Os preços das várias gamas de televisores só serão conhecidos no final de abril, mas adivinha-se que os modelos topo de gama venham a custar alguns milhares de euros.

No entanto a TP Vision quer continuar a abarcar todos os consumidores e vai fazer chegar ao mercado, entre o final de maio e o início de junho, televisores de diferentes tamanhos, com diferentes tecnologias de imagem e que vão ajudar a endereçar diferentes níveis de preço. Por exemplo, a tecnológica está a preparar um televisor da série 5500 - média gama - que já terá o Android Lollipop, deixando no entanto de lado a tecnologia Ambilight.

Apesar de já ser a segunda "fornada" de televisores da Philips com o sistema operativo da Google, esta é a primeira vez que a marca traz um software mais avançado de televisores inteligentes para alguns dos seus segmentos mais acessíveis ao nível do preço.

E tanto o Android Lollipop como o sistema Ambilight convergem agora para uma área comum: os videojogos. Durante a apresentação das novas gamas de televisores, a Philips reforçou várias vezes o seu compromisso com os jogadores casuais e mais dedicados, que podem ter uma experiência de jogabilidade diferente através das suas TVs.

Ao nível do gaming mais casual a marca vai disponibilizar o serviço de jogos por streaming Onlive, sendo que para Portugal ainda não existe certeza de que vá ser lançado em 2015, enquanto em alguns países o serviço já está disponível. A TP Vision, como marca que detém a Philips, firmou ainda parcerias com a Gameloft e Electronic Arts para que os jogadores possam ter acesso a vários títulos conhecidos diretamente a partir do televisor, através de conteúdos descarregáveis. Isto sem contar com as opções que a Play Store do Android já disponibiliza.

Para os jogadores mais dedicados a tecnologia Ambilight tem agora um modo dedicado aos videojogos que caracteriza-se por uma resposta rápida dos LED e por um baixo nível de latência:

Para potenciar ainda mais a sua tecnologia Ambilight a Philips decidiu ligar o sistema ao universo da música, sendo possível criar efeitos visuais que seguem o ritmo dos sons e das músicas que estão a ser reproduzidas no televisor.

O preço que os diferentes equipamentos vão ter será importante ao nível da receção no mercado, mas a Philips tem números de estudos que mostram que na hora de comprar um televisor, a qualidade da imagem ainda é o motivo que mais faz pender a balança: uma em cada quatro pessoas escolhe a sua TV tendo por base este critério.

A aposta no Ultra HD surge neste sentido, enquanto o Android aparece como uma forma de dar resposta à grande quantidade de conteúdos disponíveis e aos métodos que os utilizadores usavam até aqui para acederem aos mesmos: por exemplo, quase metade das pessoas ligam unidades de armazenamento aos televisores.

A Philips garante ainda que ao nível do Android estão garantidas todas as atualizações que a Google disponibilizar ao longo dos próximos três anos.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico