Lançada em 2019, a Portugal Faz Bem afirma-se como uma plataforma que promove a produção portuguesa, contando com um diretório de marcas, empresas e ateliers que permite descobrir produtos, projetos e experiências de turismo industrial em todo o país.

Ao TEK Notícias, Joana Beirão, fundadora da Portugal Faz Bem, explica que a assistente inteligente se afirma como uma “extensão natural” do compromisso do projeto, nascendo da vontade de tornar “mais acessível e inspiradora a descoberta da indústria, do saber-fazer e das histórias por detrás das marcas portuguesas”.

A visibilidade da produção nacional continua a ser reduzida face a outras marcas no mercado global, mesmo quando a qualidade e autenticidade do que é feito em Portugal já é amplamente reconhecida por quem conhece”, realça. Apesar disso, “esse reconhecimento permanece confinado a nichos pequenos, embora valiosos, e pouco representativos da verdadeira dimensão e potencial da ‘marca Portugal’”.

Portugal Faz Bem | Portugal Faz Bem IA
Portugal Faz Bem | Portugal Faz Bem IA

Desenvolvida com base no ChatGPT da OpenAI, a Portugal Faz Bem IA assenta num modelo personalizado com instruções específicas e dados validados pela equipa do projeto.

“Optámos pelo ChatGPT por ser, actualmente, a ferramenta de inteligência artificial mais amplamente utilizada na obtenção de informação, mas também pela sua capacidade de compreensão contextual, flexibilidade linguística (em português e noutras línguas) e facilidade de personalização”, explica Joana Beirão.

A informação que “alimenta” a assistente tem origem no catálogo da Portugal Faz Bem e no seu website, com dados que são disponibilizados pelas marcas que fazem parte do seu serviço de subscrição, entre pequenos negócios, grandes empresas e municípios.

Segundo a fundadora da Portugal Faz Bem, nesta primeira fase, os conteúdos são preparados semanalmente pela equipa do projeto e cuidadosamente organizados para que a assistente responda com “rigor e coerência”.

“Sempre que a assistente recorrer a fontes externas, essas informações são claramente identificadas como não validadas pela nossa equipa”, afirma Joana Beirão, acrescentando que a comunidade é também incentivada a enviar novas entradas ou sugestões de correção para ajudar o projeto a evoluir.

Explorar o "outro Portugal"

Desde o lançamento, a assistente inteligente da Portugal Faz Bem já tem sido testada junto de um grupo mais restrito de designers e profissionais convidados para recolher feedback.

De acordo com a responsável, este processo será alargado gradualmente a dois novos grupos-piloto, incluindo utilizadores em Portugal e no estrangeiro, e, numa fase seguinte, será envolvido um grupo de turistas que tenham interesse em explorar aquilo que o país tem de melhor para oferecer.

Já a fase final vai passar por uma etapa de testes com marcas já integradas na plataforma, que estejam mapeadas em, pelo menos, um dos seus cinco mapas temáticos. “Só após a validação global de funcionamento, impacto e utilidade será concluída a integração total da assistente com a infraestrutura da Portugal Faz Bem”, detalha a fundadora do projeto.

Como realça, o objetivo da Portugal Faz Bem IA vai além das respostas de texto e estão a ser desenvolvidas novas funcionalidades para enriquecer a experiência de quem interage com a assistente.

Entre elas contam-se a “integração com roteiros personalizados de turismo industrial”, assim como a “navegação através de mapas interativos, enriquecidos com imagens, vídeos e perfis de redes sociais”.

Para criar novas formas de apoio, o projeto está também a estruturar uma rede de afiliados e mecenas, com os contributos da rede a serem depois reinvestidos no desenvolvimento contínuo da plataforma e da assistente.

“Portugal é muito mais do que o pastel de nata, o eléctrico amarelo ou o azulejo azul e branco”, afirma a responsável. “A nossa missão é garantir que esse ‘outro Portugal’, feito de marcas, saber-fazer e inovação local, fique devidamente representado neste novo ecossistema digital”, sublinha.