Esta terça-feira 21 de janeiro, logo após o pôr do sol, seis planetas vão alinhar-se no céu: Marte, Júpiter, Urano, Neptuno, Vénus e Saturno. Quatro, Marte, Júpiter, Vénus e Saturno, podem ser observados a olho nu, enquanto Urano e Neptuno requerem binóculos ou telescópios.

Este alinhamento não é “perfeitamente em linha reta”, mas todos os planetas estarão no mesmo lado do Sol, ao longo da eclítica, a linha imaginária que traça o plano do sistema solar.

No céu português, Marte será visível a sudeste na constelação de Gémeos, destacando-se pelo seu brilho vermelho. Mais acima, Júpiter estará em Touro, rodeado por estrelas brilhantes como as Plêiades e Aldebaran, que completam um cenário celestial encantador. A oeste, Vénus e Saturno estarão próximos um do outro na constelação de Aquário, com Saturno a exibir o seu tom amarelado. Mais ténues, Urano e Neptuno estarão respetivamente em Áries e Peixes, próximos do horizonte.

Quadrântidas no céu noturno de janeiro e outras atrações do “cartaz celestial” de 2025
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É, contudo, um facto que as previsões meteorológicas para 21 de janeiro em Portugal não são animadoras. Esperam-se nuvens e chuva em boa parte do território, o que pode dificultar a observação. Se não conseguir vislumbrar os planetas nesse dia, não desanime: o alinhamento continuará visível nas semanas seguintes, embora menos proeminente.

Já no dia 28 de fevereiro, o desfile ganha um participante extra: Mercúrio junta-se aos outros seis planetas, tornando este evento ainda mais especial. Apesar de ser notoriamente difícil de observar devido à sua proximidade ao Sol, será possível avistar Mercúrio no horizonte logo após o pôr do sol, dependendo da clareza do céu. No entanto, Saturno será o planeta mais desafiador de localizar, pois estará muito próximo do Sol nessa altura.

Os alinhamentos planetários não são apenas belos, mas também educativos. Com um telescópio, será possível observar detalhes fascinantes, como os anéis de Saturno, que aparecerão como uma linha fina, ou as fases de Vénus, que lembram as da Lua. Marte, por sua vez, estará em oposição ao Sol, destacando-se pelo seu brilho intenso.

Para maximizar a experiência, escolha locais com pouca poluição luminosa e considere o uso de aplicações como a Sky Tonight, com versão Android e iOS, para ajudar a localizar os planetas.

Astrónomos recomendam olhar para o céu cerca de uma hora após o pôr do sol, focando-se na direção sul e sudoeste, refere o website Starwalk.space.

Veja o resumo do "cartaz celestial " de janeiro num vídeo da NASA

Além dos destaques de janeiro e fevereiro, o céu de 2025 continuará a brindar os amantes da astronomia com uma agenda recheada de eventos imperdíveis. Em março e setembro, o céu noturno será palco de eclipses totais da Lua. Estes eventos mágicos, quando a Terra lança a sua sombra sobre o satélite natural, transformam a Lua numa esfera de tons avermelhados, graças à luz refratada pela atmosfera terrestre.

O primeiro eclipse será na noite de 14 para 15 de março, mas, infelizmente, não será visível de Portugal. Já o segundo, a ocorrer na madrugada de 8 de setembro, será parcialmente visível por cá. A Lua cheia começará a mergulhar na sombra da Terra cerca das 04h30, com o máximo do eclipse total previsto para as 05h53, logo antes do amanhecer, oferecendo um espetáculo emocionante para os madrugadores.

Outro evento intrigante será o alinhamento dos anéis de Saturno. Durante o mês de março, os famosos anéis do planeta parecerão desaparecer gradualmente devido ao ângulo em que são vistos da Terra. No dia 24 de março, os anéis estarão alinhados exatamente com o nosso ponto de vista, tornando-os invisíveis sem a ajuda de um telescópio potente. No entanto, em noites claras até meados de fevereiro e novamente no final de março, será possível observar Saturno com os seus anéis estreitos usando um pequeno telescópio ou binóculos.

O céu de verão e outono também trará outros momentos para recordar, incluindo chuvas de meteoros, como as Perseidas, em agosto, e as Dracónidas, em outubro. Estas chuvas de estrelas serão visíveis a olho nu, em áreas afastadas da poluição luminosa, com picos de atividade nas noites de 12 a 13 de agosto e 8 a 9 de outubro, respetivamente.